terça-feira, 6 de setembro de 2011

já fomos campeões assim




caríssima(o),

assisti ao encontro disputado na Marinha Grande num café perto da labuta. prevejo que esta época será assim: um café, um copo de água, o jornal do dia e uma chiclete para mascar, e desta forma aliviar o stress sempre que os jogos do FC Porto não sejam transmitidos em canal aberto e/ou não tenha oportunidade de ir ao Dragão. e também para poder suportar os comentários doentios de Miguel Prates (benfiquista assumido e confesso) e uma realização à procura do penalty na área portista que nunca vislumbrou (porque não o houve). adiante.

o onze escalonado pelo nosso mister revelou duas surpresas: a inclusão de James Rodríguez, pela positiva, e a titularidade de Fernando, pela negativa. explico as minhas adjectivações: se James trouxe mais poder de fogo na faixa esquerda (com três cruzamentos venenosos nos primeiros dez minutos da partida a darem o mote), já em relação ao brasileiro questiono (legitimamente) o porquê de não se continuar com a aposta de Souza a trinco. é verdade que este último ainda não é um "polvo", mas tem que consolidar rotinas de jogo para o poder vir a ser, «penso eu de que».
os primeiros instantes do encontro também evidenciaram que, pese embora a Qualidade que patenteia, Álvaro Pereira ainda procura o melhor ritmo, pelo que, mesmo com uma assistência para golo (o de Varela), esteve fraco a defender e algo inconsequente no ataque (optando muitas vezes pelo lançamento em profundidade para as costas da defesa leiriense). o mesmo se poderá dizer de Maicon, que justificou o porquê de ter suspirado por Otamendi (que, apesar do deficit de centímetros, tenho a certeza que não consentiria o segundo golo da União de Leiria).
mesmo assim, cedo se percebeu que seria uma questão de tempo e de perseverança, e o FC Porto chegaria ao golo, o que veio a acontecer perto da meia-hora de jogo.
facto número um: os minutos 29' e 35' foram os que assinalaram os primeiros golos do FC Porto em jogada corrida, esta época, em jogos oficiais. mérito absoluto para o labor do meio-campo portista e da pressão (alta) exercida.

a segunda parte do encontro trouxe o golo fortuito da turma do Lis.

facto número dois: Fernando tem uma atracção fatal pelo golo... adversário. num lance puro de bilhar às três tabelas, foi nele que o esférico caprichosamente foi tocar antes de se anichar nas redes portistas. pelas minhas contas, já é o terceiro jogo em que tal acontece (encontros particulares incluídos). eu não quero embirrar muito com o brasileiro, mas...

para além daquele lance fortuito (de tanta Sorte que houve à mistura), também ficou evidente para mim que Artur até pode ter aspirações em sonhar com uma chamada à canarinha. é legítimo que o faça e que pense assim, pois tem qualidade; mas é bom que também tenha presente que, em Portugal, actua um guarda-redes três vezes internacional pelo Brasil: Helton da Silva Arruda, de seu nome.
e depois veio o apagão (o primeiro?) da presente temporada, a recordar memórias bonitas, escritas à luz de isqueiros, de placards electrónicos e de sistemas de rega ligados. assim se justifica o título deste post.

a terceira parte (!!) da partida principiou com o evidenciar da voz de comando do plantel: o capitão fez-se notar e sentir, num "toca a reunir" nomeio-campo e antes do reatamento, o segundo na partida. e dei comigo a pensar como a braçadeira está mesmo bem entregue!
mal-estar no balneário portista? amuos de jogadores nucleares? picardias vãs entre estes? só li maledicências esta semana, com o intuito de desestabilizar este grupo que já se conhece há (pelo menos) um ano.

para além do (gordo) resultado final, a terceira parte do encontro disputado no Estádio Municipal da Marinha Grande confirmou que James Rodríguez é o craque e que faz (toda) a diferença nesta equipa e que, no extremo desta balança, encontra-se Silvestre Varela. sobre este último e apesar do golo marcado, só me resta socorrer de uma adaptação de uma letra de sucesso da autoria de Tó Zé Brito, de uma série televisiva da década de '80:

« És mais um caso de solidão / Porque afinal poucos são / Os que se entendem contigo [...] Quem és tu [Varela]? »

indiscutivelmente e na minha opinião, Varela foi o morcão numa partida onde registei três evidências; a saber:

i) a defesa dos campeões nacionais em título continua a permitir alguns momentos de "frisson" aos ataques adversários - por vezes com ofertas que não se coadunam com o seu estatuto (como nos lances dos golos leirienses);

ii) Kléber - o único reforço no onze principal -, apesar de ser um diamante em bruto, é um ponta-de-lança bastante "móvel"; mas não um avançado flexível ao ponto de recuar até ao meio-campo para encetar um dois-contra-um. também não será um «pinheiro»;

iii) Fernando Belluschi confere outra dinâmica ao meio-campo azul-e-branco, independentemente de ser com Moutinho ou com Defour (outra agradável surpresa).

em jeito de conclusão, permite-me um desabafo, com três dúvidas pertinentes à mistura:

dúvida um:
porquê o receio de o nosso clube do coração vir a disputar três jogos em nove dias?
assumamos, de uma vez por todas, que pretendemos uma equipa à semelhança dos colossos do futebol britânico, que jogam de três em três dias se necessário for e sem quaisquer problemas de força maior.
só assim nos diferenciaremos dos demais clubes do nosso campeonato e nos aproximaremos daqueles nas competições internacionais.

dúvida dois:
porquê o temor deste novo figurino do FC Porto, em que, por exemplo, se denota uma pressão altíssima sobre o adversário? uma pressão que foi capaz de travar o jogo tiki-taka do todo-poderoso FC Barcelona? sim!, eu ainda não me esqueci do encontro do Mónaco e do nosso brilharete - modesto, é verdade, mas mesmo assim elogiado com sinceridade por Pep Guardiola e Iniesta. não é (em parte) semelhante ao que também pratica actualmente o Manchester United - e salvaguardando as devidas e compreensíveis distâncias?

dúvida três:
porquê tanta dúvida sobre o nosso defeso, alguma dela sem razão aparente? já não bastam as susperições de quem não nos quer nada bem? será que há a necessidade de haver vozes de autênticos "velhos do Restelo" dentro do nosso clube que não se contentam com nada de nada e só vêm tra(u)mas onde elas(es) não existem? não que a crítica não deva existir no seio do nosso clube; mas a destrutiva não deverá imperar sobre a que se pretende que valorize o que de positivo já se granjeou.
confesso que começo a ficar um pouco farto deste tipo de leitura. para tal já bastam os artigos no pasquim da Travessa da Queimada, porra!

o desabafo depois das dúvidas:
sei bem que é mais fácil escrever estas linhas depois do jogo terminado e com o sabor doce de (mais) uma vitória. mas tomaria a mesma atitude independentemente do resultado final, pois, como já assumi em muitos lugares desse "maravilhoso mundo que é a bluegosfera®":
SOMOS PORTO, car@go!

isto é: deveremos estar sempre e de forma incondicional e indefectível com a equipa do nosso coração. e nos bons e nos maus momentos. e com um evidente sentido crítico, pois claro!
acontece - e sei que me vou repetir - que aquelas dúvidas recordam-me as que nos são atiçadas por alguns "jornalistas" da nossa praça, tantos são os "problemas" (infundados na larga maioria) que (in)tentam suscitar nos espíritos mais incautos. porém, o nosso Espírito deverá ser sempre a nossa imagem de marca: a de um dragão cheio de alma, cheio de fogo, cheio de labaredas!


por último, peço desculpas aos administradores dos blogues em questão pela forma como dei conta deste meu desabafo, ou seja, escrevendo este texto hiperligando-o para as dúvidas em apreço, ao invés de as rebater in su situ. acontece que, devido aos afazeres actuais, não tive tal oportunidade.


beijinhos e abraços (líderes)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)

sugestão musical:

7 comentários:

  1. Oh Miguel..já bateste que chegue no Fernando..o 1º golo do Leiria não foi ele que desviou o remate, mas sim o Maicon. Sim, eu sei, são parecidos.. :D

    Abraço.

    André - Mística do Dragão

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  2. Grande post, no conteúdo e na qualidade, com uns versos dedicados a um Varela, apagado e triste, vá lá saber-se porquê...

    Abraço

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  3. Bom dia Miguel,

    Excelente vitória do nosso Porto. Grande exibição de James. Ontem tivemos um meio campo que funcionou e James trouxe velocidade ao ataque.

    O triângulo de meio campo constituído por Fernando, Moutinho e Belluschi deu frutos. Com Fernando na equipa podemos libertar Moutinho para o transporte e construção de jogo, e corrigir um facto que tem condicionado o rendimento de Kléber, que é a falta de um homem nas suas costas a apoiar e a aproveitar os espaços por ele criados. Belluschi a jogar nas costas de Kléber, aproveita os espaços criados por Kléber, e daí resultam lances de perigo.

    Grande jogo também de Belluschi e Kléber bem melhor, com um jogador no apoio. Fernando ganhou novamente o lugar.

    O relvado estava uma vergonha.

    Fantástico o apoio dos nossos adeptos à equipa.

    Abraço

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.com/

    P.S

    Última Hora:
    Pedro Caixinha, afirmou que para além dos jogadores o SL Bosta emprestou também o electricista responsável pelo apagão!

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  4. @ André

    caríssimo,

    «acardita» que foi mesmo um lance de bilhar às três tabelas: o esférico foi rematado por um tipo da União (sabe-se lá como!), toca no Maicon e tabela, por último, no Fernando.
    é mesmo um caso de atracção fatal ;)

    abraço
    Miguel

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  5. @ Vila Pouca

    vindo de si, é um enorme elogio, que me enche de orgulho e animará o meu dia. ;)

    obrigado!

    abraço
    Miguel

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  6. @ Paulo

    belo comentário, com o qual concordo quase na íntegra.
    o senão chama-se Fernando...

    abraço
    MIguel

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  7. Ontem foi um daqueles jogos que podia dar para tudo… e deu.

    Nos primeiros 10 minutos olhei para a coisa e pensei: “Ena, vamos ganhar isto na boa!”. Aos 20 minutos pensava… “queres ver que este trabalazanas que ainda não ganharam nespras vão dar águas pelas barbas”…

    Depois chegou o James e demonstrou que a equipa do FC Porto não é o Hulk… é um colectivo que está a entrar na rotina de vencer. Deu o exemplo para Kleber (Aleluia Rapaz… estava difícil).

    Na segunda parte deu para faltar a luz, num estádio que nada traz de melhor ao futebol português, que mesmo sendo minúsculo ainda não é da dimensão do clube que diz que aí joga em casa. Clubes como o Leiria já não tem enquadramento no futebol profissional, tal é a pouca massa de adeptos que movimentam. Mas isso é conversa para outros artigos…

    Deu ainda para ver mais de James e Kleber. Menos de Varela (apesar do golo) e a saída do Hulk (que quero acreditar que seja uma coisita ligeira).

    Nota especial para o Fernando e para o Palito. Se ficaram, então fáxavôr de se comportarem á altura. Ontem vimos um Fernando mais á Porto e um Palito a dar o litro. Assim gosto…

    Resultado final a expressar mais do que o jogo foi… com momentos de aflição e golos sofridos de forma infantil (principalmente o segundo). Ganhámos e temos que aprender com os erros.

    Estamos em primeiro e sexta-feira á mais…

    Leia tudo em http://revoltazulebranca.com

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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