© google
caríssima(o),
corria o ano da graça do Senhor ('anno domini nostri Jesu Christi') de 2002. estávamos em pleno mês de Junho.
o
Mundial Coreia/Japão era o evento em voga, de muito má memória para nós, colocados no
Grupo D, juntamente com a Coreia do Sul (um dos co-organizadores), a Polónia e... os EUA.
o seleccionador era o treinador bicampeão pelo
FC Porto, António Oliveira, que regressava ao cargo depois da
"chapelada" no Europeu de
1996, na Inglaterra.
não pretendo fazer um resumo exaustivo do que por lá se passou, mas encontro algumas similitudes com o que está a acontecer actualmente no Brasil, a começar pela preparação da fase final
(razão das partidas de preparação antes do embarque definitivo para o estágio, escolha do local de concentração, definição da data de partida para o Brasil, adaptação a um fuso horário e a um clima diferentes, indisfarçável sobranceria na chegada, descalabro emocional com a primeira derrota, entre outros factores
).
depois da justíssima derrota ante a congénere americana e do "lavar a alma" frente aos polacos, chegávamos ao jogo do tudo-ou-nada, o qual (também) ficou célebre pelo
"caloroso" envolvimento do actual director para o futebol profissional com o árbitro da partida, o argentino
Ángel Sánchez. o guardião da equipa principal era Vítor Baía que,
nesse jogo decisivo, ante a Coreia,
salvou-nos de uma goleada histórica, em fases finais de uma competição mundial de selecções. esse não foi o entendimento dos
media nacionais pelo que, mal chegou a Portugal, foi cobardemente vilipendiado por aqueles que nunca suportaram a sua presença com o emblema da
FPF ao peito, mormente porque estava em ascensão (inclusive mediática)
"um tal
" de Ricardo, na exacta proporção em que o
FC Porto definhava desportivamente
(e pela terceira época consecutiva
)...
o que veio a seguir à nossa humilhante participação no primeiro mundial que se realizou no continente asiático é do conhecimento público geral - inclusive o meu afastamento em relação a tudo o que dissesse respeito ao quotidiano no edifício da Rua Alexandre Herculano, na capital do Império.
«
«É impossível contar com os dois atletas na fase de grupos», resumiu Henrique Jones, que explicou que ambos têm lesões nas coxas esquerdas, de grau um (o mais leve), mas cuja recuperação se estende para lá dos dois jogos da fase de grupos.
Segundo o médico, «são lesões intrínsecas ao jogo, provocadas por traumatismos indirectos, que têm a ver com os movimentos dos jogadores», explicando que, no caso de Rui Patrício, «instalou-se de forma progressiva, o que permitiu que concluísse a partida».
»
de facto, o que consta no
boletim clínico na página da selecção é o seguinte
:
«
Os atletas Fábio Coentrão, Hugo Almeida e Rui Patrício realizaram hoje (Terça-feira) exames de ressonância magnética músculo-esquelética que revelaram os seguintes resultados:
Fábio Coentrão: lesão muscular de grau II do músculo longo adutor da coxa direita.
Hugo Almeida: lesão muscular de grau I do músculo bícipede femural (região posterior da coxa esquerda)
Rui Patrício: lesão muscular de grau I do músculo reto anterior da coxa esquerda
De acordo com a gravidade clínica e imagiológica, o atleta Fabio Coentrão está inapto para a competição durante um período que ultrapassa a duração do Campeonato do Mundo.
As lesões de Hugo Almeida e Rui Patrício poderão perspectivar uma recuperação clínica durante a competição, pelo que iniciam programa de reabilitação especifico, individual e progressivo.
»
tal como o
"cian", tenho para mim que as
justificações clínicas de henrique jones, mais não servem do que (in)tentar
"suavizar
" e de forma oficial, esse mais do que provável afastamento de Rui Patrício do próximo jogo, no Mundial.
porém, tal não significa que
todos os envolvidos e
todos os intervenientes nesta estória, se tenham dado ao ridículo, numa autêntica palhaçada para encobrir o inevitável
: Rui Patrício fez um péssimo jogo, resultado de uma época desportiva no
spórtém em que nunca foi verdadeiramente posto à prova
; e, quando foi chamado a intervir ao mais alto nível, sobretudo frente aos dois rivais de
Sempre, claudicou.
onde é que estas duas estórias se (entre)cruzam?
a resposta surge pronta
: gostaria de saber o que é que não se teria escrito, dito, comentado, falado, arvorado, bitaitado,
twittado,
bloggado, se Vítor Baía tivesse tido uma exibição tão miserável como a de Rui Patrício, esta Segunda, na sua última representação oficial pela
"equipa (que decididamente não é) de todos nós"®...
"disse!"