caríssima(o),
faz precisamente hoje
um mês.
e porque, na altura, me vi "privado" (coloquemos assim a questão) do meu canal preferido de escrita, dedico este
post, por inteiro, à
polémica transferência do (até então) nosso treinador incontestado e muito acarinhado pela massa adepta daquele que também é o seu clube do coração.
e desde já aviso que será um
post longo, pelo que sugiro que moderes o tempo de cozedura se tiveres o
estrugido ao lume. ;)
também eu acolhi o
«soco no estômago» da sua
multimilionária transferência para o
Chelski. o misto de sentimentos, que foram desde a mágoa, a dor intensa, a traição, a raiva e a indignação até à sensação estranha de que afinal tal será sempre assim no futebol actual
: o apego ao (saudoso) "
amor à camisola" mais não é do que um mito urbano. e tanto acredito, que acho mais provável que possa vir a encontrar um
crocodilo nos esgotos de New York mais depressa do que um novo
João Pinto no meu FC Porto. adiante explico (sucintamente) as razões que sustentam esta minha convicção.
considero que a partir do momento em que
(1) o nosso clube se constitui como uma
Sociedade
Anónima
Desportiva [SAD], cotada em bolsa e sujeita às regras dos mercados imobiliários
; que
(2) as leis do mercado futebolístico passaram a ditar normas impiedosas nas célebres "janelas de transferências de passes de jogadores", as quais beneficiam os clubes com maior poder de compra e que
(3) as instâncias internacionais que gerem e superintendem os destinos do Futebol se preocupam de sobremaneira com a sua rentabilidade (bem mais do que com a Verdade Desportiva, e sendo que esta não é coincidente com a do 5lb), a posição de um clube como o FC Porto e pese embora os seus
pergaminhos, num mercado feroz e igualmente muito volátil, só pode ser uma: lapidar "
diamantes em bruto", rentabilizando-os numa posterior venda e pelos valores por si estipulados (nunca pelos que o clube comprador «oferece»), pois sabe-se de antemão da
Qualidade que actualmente a
marca "FC Porto" granjeia (sobretudo) na Europa do Futebol. realmente, assim fica muito difícil encontrar um jogador com (muito) amor à camisola.
é que este também é o «nosso destino»:
vender! e muito bem,
preferencialmente
!
certamente que este é um tipo de gestão (vulgo)
«de risco», mas este sempre fez, fará e será parte integrante de qualquer negócio, seja ele qual for. e a competência dos gestores azuis-e-brancos tem dado provas de que esta aposta (ainda) é uma solução eficaz. se dúvidas houver, basta atentar naquele símbolo de
Qualidade que já referi
: não há quem ouse duvidar que um jogador "feito" no FC Porto (que não é o mesmo que
«jogador à Porto») possa
decepcionar de forma clamorosa. e estes pressupostos são válidos para os treinadores,
André "
Libras-
Boas" [AL-B] incluído.
só que, no episódio "Libras-Boas", há uma cambiante que faz com que eu, um mês decorrido após a sua mudança para o
Chelski de Londres, ainda a veja com um misto de decepção, de engodo, de muita mágoa e sobretudo traição.
como quase a totalidade dos portistas e mormente após a
estrondosa época desportiva que encetou no FC Porto - com a quebra de sucessivos
recordes, alguns deles mantinham-se desde os tempos da "
outra senhora" -, nutri por AL-B um carinho ainda mais "especial" do que por qualquer outro treinador recente, e sem pretender particularizar. afinal, ele era (é
?) um dos nossos, car
@go
!, assumindo-se publicamente como portista desde pequenino. porém e como muito bem
salientou o André Oliveira, do "
Mística do Dragão", há cenários que um portista (dito) dos quatro costados e por muito tentador que aqueles lhe possam parecer (que não só em termos financeiros), pode sempre recusar (no imediato), ou então adiá-los. efectivamente
«fiéis só os cães». porquê
? explico.
se compreendo e aceito, que o destino do nosso FC Porto seja vender - bem e com
Qualidade -, já me custa digerir uma transferência cujos rumores foram sempre sendo rebatidos com
frases lapidares como
«estou na minha cadeira de sonho». quem o afirma transmite, para toda a Opinião Pública, corpo dirigente, equipa técnica, plantel, massa associativa e adeptos, que uma eventual (porque hipotética) saída não acontecerá tão cedo. e porque tal não se verificará no imediato, que a planificação da época vindoura estará sempre acautelada. e igualmente que, com a sua presença no comando dos destinos do plantel portista, a partir de um banco com muita
mística, o Futuro só poderá ser risonho, ao ponto de o líder máximo do
Dragão depositar em si todas as
melhores expectativas, classificando-o de
«inegociável». e de haver quem o considere
«um mito»! e de que confirma que hoouve uma «contraproposta» da direcção da SAD para que ficasse. e mesmo assim, preferiu enviar um fax a denunciar o contrato, "bater" a cláusula de rescisão, tornar-se multimilionário e... sair pela porta pequena do
Dragão. são as chamadas "opções de Vida".
mas - e em todas as
estórias há sempre um "mas" -, o que se constatou no dia 21 de Junho, com o
teor das notícias vindas a lume (nada brando por sinal), com a forma como foi comunicada a denúncia do contrato e principalmente com o
timing da sua comunicação, foi que provocaram, não só um "tsunami" de emoções no seio de quem o acolheu e sempre lhe quis bem, como um ligeiro abalo na estrutura do clube mais sustentável do futebol luso. nada mais do que isso e não adianta empolar "este" Passado. e se duvidas que o FC Porto o seja, puxa todo o filme atrás e constata que
:
a) no próprio dia 21 de Junho, foi anunciada a sucessão no comando técnico do plantel principal azul-e-branco, afirmando-se que esta já estaria acautelada «há um mês» - o que viria a acontecer com a apresentação de Vítor Pereira;
b) a mágoa do nosso grande presidente, mesmo que perceptível, nunca foi suficiente para colocar em causa o sucessor de AL-B, a sua escolha e sobretudo o que se espera de resultados práticos do trabalho a desenvolver;
c) o regozijo de alguns só indicia que o seu medo de perder é superior à crença nas capacidades do seu clube de estimação, o que revela que se está mais concentrado no "infortúnio" do adversário do que em (in)tentar conquistar a nossa Sorte.
e sei que não estou sozinho nesta dor interior.
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e também:
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daí que enfoque a seguinte conclusão brilhante de Miguel Sousa Tavares, a 21 de Junho, em "
deserção"
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portanto, para finalizar, mesmo depois de todas as
sondagens feitas, e com toda a mágoa e tristeza que ainda sinto por tudo o que veio a acontecer, e não podendo esquecer o brilhante passado recente da história do FC Porto, expresso o meu seguinte desejo a André Villas-Boas, socorrendo-me dos votos sinceros de Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa
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Espero que vença sempre, menos contra o FC Porto. E que empate com o Mourinho, porque são amigos. E que seja campeão em Inglaterra.
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beijinhos e abraços (entristecidos)!
e
Muito Obrigado! pela tua visita :)
adenda a 22 de Julho de 2011:
impõe-se referir, com toda a justiça, que a imagem que embeleza este post refere-se ao nosso novel treinador, e não ao "traidor" - o ponto de interesse deste post - pura e simplesmente porque se pretende deixar o Passado para trás, mesmo que este nos tenha sorrido como nunca e nos tempos mais recentes.
tenho para mim que o que (nos) importa é o Presente, com os olhos postos no seu Futuro - e estes passam indubitável, insofismável e inevitavelmente pela visão de Vítor Pereira (e da sua equipa técnica).