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Pobres de espírito»
Reles, impróprio para consumo, miserável, mesquinho, deplorável.
A edição impressa do jornal ABOLA, de 25 de Abril de 2006, tentou, pela enésima vez, fazer humor à custa do presidente do FC Porto, apostando numa canalhice de mau gosto e avançando num caminho sem retorno. O diário desportivo brincou com a gravíssima doença de uma criança para atingir terceiros. Isso diz tudo acerca da escumalha que valida tais critérios.
A azia está para durar. É sempre assim quando o FC Porto é campeão ou vence uma competição europeia. Os sais de frutos desaparecem das prateleiras dos hipermercados; as farmácias vendem como nunca embalagens de medicamentos antiácidos; os jornais de tendência sulista assumem as dores dos perdedores. É uma sina inerente a cada conquista azul-e-branca, um dano colateral que, sinceramente, não justifica mais que um penitente encolher de ombros. Os pobres de espírito não são merecedores de muito mais.
Os portistas há muito estão identificados com a lógica do jornal ABOLA e não estranham a diferença de tratamento entre o FC Porto e outros emblemas. Todos sabem que isenção e independência estão longe de ser conceitos que norteiam as chefias da Travessa da Queimada. Basta pegar, por exemplo, na edição desta Quarta-feira para perceber a mórbida dor de cotovelo que lhes tolhe a visão.
Este caso, todavia, fixou-se para lá de todos os limites da decência. Estamos a falar da morbidez de uma chalaça que, sinceramente, só nos faz ter pena de quem a concebeu e, ainda mais, de quem a aprovou. Ou será que os responsáveis em questão são tão néscios que apenas se preocupam com as suas páginas do jornal, aquelas onde se curvam perante um clube e tentam esbater os feitos dos outros?
O histerismo e a raiva desta gente indecorosa não afecta minimamente o FC Porto. A falta de rigor jornalístico só dá vontade de rir, muito mais do que as piadas forçadas e pouco criativas.
O que efectivamente revolta é esta leviandade intolerável. A vitória do FC Porto em Penafiel e os festejos do vigésimo primeiro campeonato da sua história terão constituído uma rara alegria na vida injustamente fragilizada daquele menino.
Que tipo de gente consegue brincar com uma situação destas?
fonte: o dragão
ps: os negritos, os sublinhados e os itálicos são da minha responsabilidade.
a foto da polémica:
© abola
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Lamentável humor na imagem do menino, em Penafiel
ABOLA pede desculpa
Na edição de ABOLA da passada terça-feira, José de Pina e Mário Botequilha utilizaram uma imagem televisiva do encontro Penafiel vs. FC Porto para, com o seu humor, lançar uma "alfinetada" a Pinto da Costa. Aquilo que parecia ser um mero ataque, ao estilo do Contra-Informação, acabou por transformar-se em algo de inaceitável por falta de informação sobre o que estava verdadeiramente em causa ali.
Sublinhando não ter qualquer tipo de responsabilidade na definição e na escrita dos conteúdos apresentados nas páginas de humor produzidas pelas Produções Fictícias, ABOLA não poderá, contudo, declinar a sua natural responsabilidade editorial de ter levado a peça a público, reconhecendo até que nos era devida a obrigação de tentar compreender em toda a sua extensão o contexto em que surgia a imagem do menino com a máscara no rosto. Não o fizemos, de facto, e não o fazendo possibilitámos a publicação do infeliz pedaço de humor, porque o menino que surge na imagem está gravemente doente. E por precaução médica teve de ir assim ao estádio cumprir o desejo de ver o seu FC Porto campeão. Soubemos também que, sensibilizado pelo seu pedido aos pais de ir a Penafiel, foi o próprio Pinto da Costa quem fez questão de o convidar para junto de si, na tribuna VIP em mais um acto de solidariedade praticado pelo presidente do FC Porto, mostrando, afinal, aquilo que se tem visto, nos últimos tempos, um pouco por todo o lado: que afinal o futebol tem coração.
Portanto, ABOLA promete, de forma que não permita qualquer margem para dúvidas, que doravante terá ainda mais cuidado na abordagem de questões que possam vir aferir tão profundas sensibilidades e acima de tudo reafirma que jamais permitirá a publicação, mesmo sem qualquer responsabilidade na sua produção, de um humor deste tipo.
E, como é óbvio, pede sentidas desculpas ao menino da imagem, à sua família, a todos os leitores e ao presidente do FC Porto.
O lamento dos autores do infeliz artigo - José de Pina e Mário Botequilha, os autores da rubrica "O Sete a Um" -, ao tomarem conhecimento dos factos, quiseram, também eles, de imediato, pedir «as mais sinceras desculpas» pelo seu acto. E fizeram-no nestes modos:
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Escrever humor é um trabalho de risco. Mesmo os mais experimentados pilotos de corridas têm despistes; foi o que nos aconteceu no O SETE A UM, da passada terça feira.
Cometemos involuntariamente uma injustiça e incorremos, por desconhecimento, numa piada de mau gosto.
Lamentavelmente não imaginávamos, nem tivemos qualquer conhecimento, de que o jovem em questão pudesse estar com uma doença grave.
»Pelo facto, pedimos as mais sinceras desculpas ao jovem, aos seus pais, e ao presidente do Futebol Clube do Porto e restante Direcção que o convidou para o jogo em Penafiel.
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fonte: bicampeões do mundo
ps: os negritos, os sublinhados e os itálicos são da minha responsabilidade.
caríssima(o),
recordo-me bem que foi o Rui Moreira, quando ainda era comentador residente no "TRIO D'ATAQUE", que alertou para (mais) este escândalo jornalístico do pasquim da Travessa da Queimada.
descobri-o por acaso, enquanto pesquisava por imagens que embelezassem alguns dos próximos posts deste nosso cantinho.
porque hoje é Sexta-feira - dia de leitura obrigatória dos artigos dos colunistas que naquele pasquim escrevem apaixonadamente sobre o quotidiano do nosso FC Porto -, e porque hoje acordei muito bem disposto, recupero-o para que se perceba a razão porque para mim aquele título será sempre um pasquim e nunca um jornal.
beijinhos e abraços (incrédulos)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)
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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)