domingo, 18 de setembro de 2011

do perder pontos



caríssima(o),

acabámos de perder dois pontos e James Rodríguez antes do clássico da próxima Sexta-feira, ante o 5lb. estes são os dois factos imediatos que se retiram depois do encontro de Aveiro, contra o (literalmente) combativo CD Feirense; o terceiro facto é que necessitámos de um ponta-de-lança.

na partida de hoje concedemos quarenta e cinco minutos de avanço a um valoroso adversário que defendeu o seu castelo altaneiro com uma densa muralha defensiva de duas linhas de quatro jogadores e que, sempre que possível, catapultava venenosos contra-ataques. penso que fucilitámos na sua abordagem, considerando que seria uma questão de tempo até marcarmos o primeiro. tal não aconteceu, e com mais duas bolas nos ferros das balizas à guarda dos nossos adversários. já temos um número considerável de lances desta natureza, no início desta época, é verdade; mas não o lamento como outros o fizeram num passado recente para esconder defeitos naturais dos seus clubes do coração.

e esta questão da finalização (in)precisa e que não dá golo, entronca na minha terceira constatação que retirei do encontro de hoje: necessitámos de um ponta-de-lança, que não houve. ao contrário dos comentadores da TVI (Valdemar Duarte e Manuel Queiroz), eu compreendi a substituição do Kléber: o jogador não estava a ser tão acutilante (penso que) por motivos de ordem física, dado que tem sido o único no plantel a actuar no vértice do nosso ataque. assim, houve necessidade de poupá-lo a um maior desgaste. é igualmente verdade que tivemos Walter no banco, mas o "senhor" Valdemar Duarte não teve o discernimento para considerar que (i) este esteve no banco para ser moralizado pelos companheiros (tendo em consideração o drama familiar que infelizmente ainda vive), (ii) o jogador brasileiro tem só dez minutinhos em jogos de carácter oficial esta época (logo, está sem ritmo competitivo), (iii) este não seria o jogo ideal para ser "lançado às feras" (pelas incidências da partida). esteve mais entretido a clamar por «Futebol» (pelo seu 5lb, entenda-se), a desejar o golo do Feirense e a desejar que houvesse melhores condições climatéricas em Setembro...
 
e foi por não ter havido uma referência azul-e-branca na área feirense, ao invés de quatro médios puros e três extremos, que também perdemos os primeiros pontos deste campeonato. não farei desta perda um drama - apesar de estar com um amargo de boa -, mas será bom para todos quantos amam o clube que este jogo sirva para rectificar aqueles factos. é que tenho para mim que de todos os capítulos negativos com que nos deparámos nesta nossa (curta) existência terrestre, deveremos sempre retirar ilações positivas.
assim, a questão da falta de um ponta-de-lança no jogo de hoje poderá ser extrapolada para a sua falta no nosso plantel e considero que não será tão despiciente referi-la. em Aveiro sentiu-se, não que faltava um «pinheiro» mas sim uma referência na área contrária. recordo-me de, nos instantes finais, Silvestre Varela ter feito um cruzamento que daria golo se lá houvesse alguém que soubesse como executar, fazendo uma correcta abordagem à redondinha.faço votos para que o lamento de hoje não se repita durante os próximos jogos. e, já agora, que na reabertura do mercado de transferências, em pleno Inverno, não se caia na tentação do "contratar por contratar", como na época passada, com um certo "Gladiador".

e por referir tentações: a impetuosidade sul-americana de James Rodríguez deverá ser tida em conta «apenas e só» para com o esférico que só ele sabe como fazer rolar nos relvados. a sua atitude juvenil e irreflectida no encontro de hoje fez não só com que falte a um desafio que certamente não quereria perder (e onde seria um dos seus atractivos), como colocou-se a jeito para as críticas da nossa abjecta Comunicação Social (que até hoje o defendiam e estarei certo que o deixem de fazer, devido ao soco em Rabiola). e se dúvidas houver, basta sintonizar os noticiários da SIC nos próximos dias.

também não dispenso uma palavra crítica para o nosso treinador. não gostei da sua passividade no banco, hoje. aquela imagem de permanecer sentado, como que impotente face ao que a equipa não produzia em campo, de braços cruzados e um olhar perdido para o relvado, tem que ser Passado e já!
se fez falta um lance Incrível, que criasse uma brecha naquela muralha defensiva, muito mais fez a de uma voz de comando a partir do sector que giza as estratégias de ataque para a partida. muito de repente, lembrei-me dos tempos do Professor Jesualdo Ferreira, e que julgava enterrados (por assim escrever e por muito grato que lhe esteja pelos títulos que nos deu a ganhar).

por último e nos destaques individuais, um elogio para a estreia a titular de Mangala: apesar do nervosismo inicial, ganhou confiança e realizou um bom trabalho. não foi um "esteio", mas não foi por si que empatámos e (melhor, para ele) que passaram os principais calafrios na nossa defesa.
também gostei de verificar uma ligeira subida de forma em Silvestre Varela; espero que o confirme no encontro de Sexta, ante a agremiação de Carnide.

e agora, venham de lá as parangonas referentes à nossa perda de pontos, tal como o clássico para limparmos a alma! ;)


beijinhos e abraços (tranquilos)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)

4 comentários:

  1. Começando pelo fim... Mesmo que o árbitro tenha errado na expulsão de James e errou, o amarelo era mais que suficiente, ao contrário do que disse o debilóide do Valdemar Duarte, não culpem o juíz pelo empate. A culpa foi toda nossa. Começou na abordagem ao jogo e continuou na postura durante o jogo e mais, o resultado é justo. Dito isto, vamos ao que interessa...

    Entre um jogo da Champions que era importante ganhar e ganhamos e outro frente ao clube do regime que também queremos vencer, sem Hulk e Alvaro, jogadores importantes na manobra da equipa, o lateral pela profundidade, o Incrível pela capacidade de desequilibrar e decidir, o F.C.Porto fez uma 1ª parte que só com um grande esforço de contenção sou capaz de qualificar. Nada se aproveitou na 1ª parte portista. Desinspiração total. Defesa tremida, meio-campo apático, lento e sem imaginação e ataque completamente inexistente e que ainda conseguiu ser pior que os outros dois sectores. É preciso recuar até aos piores tempos de Jesualdo, para me lembrar de uma exibição igual. Pareciamos um grupo de amigos que se tinham juntado, pela primeira vez, para fazer um jogo de futebol...

    A segunda foi melhor na atitude, o ritmo aumentou, criamos mais lances de perigo, mas faltou organização, cabeça fria, discernimento. Foi um Porto trapalhão, sem criatividade, incapaz de massacrar e se tivemos algum azar, também e é justo referi-lo, tivemos alguma sorte. Só na parte final, mais com o coração do que com a cabeça, encostamos o Feirense lá atrás.

    As razões para a péssima prestação da equipa de Vítor Pereira, começam na abordagem ao jogo. Se Hulk e Alvaro não estavam a 100% e em condições de jogar, compreendo que não tenham jogado, o plantel dá garantias, mas se já tinhamos fora dois jogadores nucleares, porquê ainda mais mexidas? Porquê a descaracterização de uma equipa que tinha vindo a jogar bem, principalmente no meio-campo? Mas continuou durante o jogo, com várias decisões que não entendo...

    O que está Walter a fazer no banco? Se está no banco, é porque tem condições de jogar e com Kléber a não dar uma para a caixa, porque não sai o ex-Marítimo e entra o Bigorna? O que ficou tanto tempo Belluschi, completamente desastrado, a fazer no campo? Porque não saiu para uma simples troca com Defour, que entrou para o lugar de Rodríguez, numa altura que o uruguaio estava a melhorar e tinha mandado uma bola de cabeça à barra? Ainda, porque entrou Djalma e não Walter, quando tinhamos Varela na direita, James podia encostar à esquerda e não tinhamos ninguém na área? Então não podiamos passar o Fucile para a direita, Rolando no meio e Mangala na esquerda, ficando a jogar com três defesas, quando Sapunaru saiu em dificuldades e entrou o angolano? James no meio, tudo bem, mas com alguém com quem possa jogar, tabelar, para aparecer a finalizar. E a referência, na área, quem era? Tinhamos alas e ninguém para aparecer a dar seguimento aos cruzamentos?

    Foram erros a mais, para um jogo só. Quando se erra tanto, até se pode ganhar, mas a maioria das vezes não se consegue. Foi o que aconteceu, numa noite para esquecer de todos, técnicos e jogadores.
    Dito o que precisava de ser dito, assunto arrumado, é necessário olhar para a frente a aprender com os erros, para que não se voltem a repetir. A lição que fica é: todos os jogos são importantes e quando não são todos encarados da mesma forma, as surpresas acontecem. Agora, a melhor forma de ultrapassar este contratempo, é ganhar aos vermelhos e mostrar que o que aconteceu, foi uma excepção que vai confirmar a regra: um Grande Porto, em 2011/2012.

    Notas finais:
    Lamentavelmente, tinha dito, na antevisão, que a forma como abordassemos o jogo seria fundamental para o que seria o desenrolar da partida. Infelizmente tive razão, o que temia aconteceu... Até no cartão a James que foi muito injusto. Não critico o colombiano, foi uma reacção a quente, que só não compreende, quem nunca jogou à bola.

    Os últimos são os primeiros e os únicos que hoje não fizeram falta de comparência, foram os adeptos, incansáveis no apoio. Parabéns!

    Abraço

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  2. Bom dia,

    Ontem fizemos um jogo muito fraquinho. Fizemos uma primeira parte que mais parecia um filme do Manoel de Oliveira.

    Perdemos 2 pontos, por culpa própria, pois não encaramos o jogo com a devida atitude desde o apito inicial.

    O lance da expulsão de James foi o culminar de um jogo para esquecer.
    James levantou-se impetuosamente na direcção de Rabiola, que se aproveitou para teatralizar, levando o árbitro a expulsar o seu colega de profissão. Rabiola pelo menos no teatro terá futuro.

    Kléber segundo Vítor Pereira estava tocado e por isso foi substituído.
    Não compreendo porque é que Walter não entrou na partida, na qual com a pressão do Porto se adivinhavam muitas bolas perdidas na área, impondo-se por isso a sua presença à falta de melhor.

    Ontem ficou claro que sem pudermos contar com Hulk, escasseiam soluções para jogar no centro do ataque.
    Iturbe ainda está a marinar e tarda a aparecer, e há que decidir de uma vez por todas se Walter conta ou se é só para fazer número.

    O resultado foi justo e mau antes da recepção ao Benfica.

    Podíamos com uma vitória ontem e outra diante do Benfica, disparar na tabela classificativa.

    Valeu o fantástico apoio dos portistas que se deslocaram a Aveiro, que não mereciam este empate.

    Agora há que rever o de menos bom, melhorar e recuperar os jogadores para o jogo diante do Benfica.

    Abraço

    Paulo

    pronunciadodragao.blogspot.com

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  3. Dois pontos perdidos por culpa de uma exibição deplorável, caracterizada por uma atitude contraproducente, que eu imaginava já completamente erradicada do seio deste valioso plantel. Engano meu e quiçá do próprio treinador que ao invés de corrigir alguns excessos de confiança ajudou a complicar a situação.

    Quem porfia, mata caça, quem relaxa passa «traça». Foi o que aconteceu exactamente.

    O nulo no marcador reflecte a atroz incapacidade de acertar na baliza. Na primeira parte os nove remates portistas não foram na direcção da baliza e na segunda, os remates mais perigosos esbarraram nos ferros. Varela teve a baliza escancarada e atirou para fora...

    Mau de mais para um plantel composto de gente capaz de fazer imensamente melhor. As faltas de Álvaro Pereira e Hulk não chegam para justificar tamanha incompetência.

    Que todos aprendam a lição pois exibições similares serão certamente repudiadas pelos incansáveis apoiantes portistas, únicos que mereciam a vitória.

    Um abraço

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  4. em suma: há que virar a página a este mau capítulo. eu ainda estou a ressacar ;)

    muito obrigado! pela vossa visita e pelas vossas palavras.

    «este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

    saudações desportivas mas sempre pentacampeãs! ;)

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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