... vá lá, que odeio genuinamente quando me cruzo contigo num qualquer serviço da Administração Pública:
1) que (in)tentes, por tudo, passar-me à frente na fila - o que inclui o truque do «é só uma perguntinha... é rápido» (pois nunca o será) e/ou a manobra ardilosa de te "colares" a alguém conhecido que já não revês desde os tempos em que se conheceram no berçário, mas que fazias por tudo para que não te reconhecesse na hora da mamada;
2) que te comportes de maneira javardola, mormente falar num tom de voz elevado, fazendo com que escute até os teus pensamentos mais íntimos e/ou não levares phones (de propósito) e obrigares-me a escutar a tua música que não faz parte dos meus gostos (e eu até tenho bom ouvido, modéstia à parte) e/ou tudo o que comporte o uso de linguagem corporal ofensiva;
3) que me peças para guardar o lugar «enquanto vou ali e venho já-já» e/ou haveres cuja custódia é da tua inteira responsabilidade, e depois demoras tempos infinitos a regressar e eu (quase-quase que) perco a minha vez e os teus haveres (que não passam de pão para dar aos pombos e afins);
4) que desrespeites o meu direito ao silêncio e principies uma conversa cheia de lugares-comuns e frases feitas, para as quais não tenho a mínima pachorra e interesse (talvez porque não tenho o 'Impulse®' de falar com quem desconheço - a não ser que os teus atributos me captem a merecida atenção);
5) que não tenhas a decência e a delicadeza de me agradecer por te ter dado uma indicação que desconhecias à partida - razão principal para me teres abordado, enquanto esperava por ser atendido - e como mandam as boas regras de convivência em sociedade;
6) que não me cumprimentes quando a ti me dirijo inicialmente e/ou não te despeças polidamente antes de te voltar costas - lá está: como mandam as boas regras de convivência em sociedade;
7) que uses e abuses de toda a tua parcimónia para cumprires com a tarefa (ingrata?) de atender o público que anseia por ti! (mas não pela tua antipatia) - o que inclui, moveres-te de uma forma mais lenta do que uma tartaruga manca de duas patas e/ou passeares alegremente uma folha (ou uma resma, tanto faz) pelos corredores para, com esse expediente, poderes ir fumar e/ou tomar um cafezito e/ou meter (novamente...) conversa com a nova estagiária (que, ao que consta, é como um helicóptero: é gira e boa);
8) que não me prestes todas as informações necessárias por forma a ver resolvido o meu problema (certamente insignificante, se comparado com outros de magnitude superior, porque afectam um maior número de cidadãos) e no mais curto espaço de tempo (de preferência) - de facto, há sempre um maldito "papel" que (me) escapa só que «é fundamental» para desbloquear a coisa;
9) que te dirijas de uma forma e num tom superiores, como se eu fosse mais do que insignificante para ti, e devesse estar grato por tu teres a bondade de cumprir com uma tarefa inerente à profissão que exerces, e sem nunca te ter dado motivos para tal;
10) que desgastes a minha paciência e a minha boa educação com a formulação de questões secundárias, e que em nada irão resolver a matéria principal - que foi o que me levou a pedir uma manhã/tarde (a descontar nas férias) lá no serviço, para a poder ver resolvida.
haverá outras situações certamente.
eu passo-me (só) com estas...
eu passo-me (só) com estas...
És grande!!
ResponderEliminarBelo retrato da merda de país que temos!
meu caro,
ResponderEliminar(a sério):
obrigado! pelo elogio, pelas palavras e pelo comentário ;)
(a brincar):
não sou assim tão grande (meço 180cm). estou dentro da média nacional ;)
(a sério novamente):
é triste e lamentável que estas situações ainda ocorram no nosso país - e eu trabalho num organismo estatal, note-se bem (portanto, sei (d)o que escrevo) ;)
abr@ço
Miguel | Tomo II