capas negras (de saudade)

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balada do 5º ano jurídico (1988/1989)

Sentes que um tempo acabou
[caríssima(o):
ainda não é tempo de se atirar a toalha ao chão!]
Primavera de flor adormecida,
[hoje, foram mais quarenta e cinco minutos de avanço dados ao adversário, com a agravante de um tento sofrido...]
Qualquer coisa que não volta, que voou,
[espero bem que o espírito que se viveu no Estádio da Lucy não tenha sido um fogacho!]
Que foi um rio, um ar na tua vida.
[uma vitória arrancada a ferros, por exemplo, teria sido (bem) melhor do que um empate que soube a "um mal menor"...]

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
[e de (mais) dois pontos perdidos, depois de reconquistada uma vantagem de três para o eterno rival]
Recordações de um passado
[nós, portistas dos quatro costados, estamos sempre voltados para o Futuro, pois somos ambiciosos:
não nos alimentamos só do nosso Passado (mesmo o mais longínquo), que tanto nos orgulha, dignifica e identifica]

O bater da velha cabra.
[e o do meu coração, de raiva pelo resultado de hoje e pela paupérrima exibição (sobretudo da primeira parte; a segunda foi mais querer e coração, do que Razão e sentido de oportunidade...)]

Capa negra de saudade
[e sei que, por cada cachecol amorfanhado de angústia que esta noite esteve presente no Estádio do Dragão,]
No momento da partida
[na esperança de ser desfraldado na comemoração de (mais) um golo,]
Segredos desta cidade
Levo comigo p’rá vida.
[irei comemorar uma conquista desportiva num futuro próximo, na companhia de quem mais quero o Bem, e tudo graças a um Amor que desejo que venha a ser comum!]

Sabes que o desenho do adeus
[e o de este campeonato]
É fogo que nos queima devagar,
[tal como o cinismo dos lampiões]
E no lento cerrar dos olhos teus
[e de todos os portistas]
Fica a esperança de um dia aqui voltar.
[e de comemorar o título de campeão nacional na Avenida dos Aliados, car@go!]

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações de um passado
O bater da velha cabra.

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’rá vida.

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para finalizar:

"ser Porto" também é sabermos estar nas derrotas, felicitarmos o adversário - Parabéns, Pedro! - e aguardarmos pacientemente (com alguma impaciência) pelo próximo desafio, com a esperança de o superar.

"ser Porto" é termos um estado de alma capaz de suplantar emoções, como a de esta noite - em que esbanjámos dois pontos por culpa própria (e com uma ajudinha do árbitro) -, de mantermos a nossa cabeça bem erguida, de apresentarmos o nosso melhor sorriso às provocações - que já se (pres)sentem - e de prosseguirmos com o espírito crente (e ciente) de que, no final, venceremos!

"ser Porto" é, nesta altura de aperto e por muitas divergências que tenhamos para com quem lidera o nosso clube do coração, sermos capazes de o apoiar incondicionalmente, remando (com todos) para um mesmo lado, numa mesma direcção e com um fito comum: a conquista do campeonato nacional!

assim e até ao final do presente campeonato, não haverá, da parte deste que vos escreve, mais críticas ao desempenho de quem honra as cores do meu clube do coração - dos jogadores, ao treinador, passando pelo corpo dirigente.
temos que ficar unidos, por forma a atingirmos o objectivo atrás identificado.

o clube necessita do meu apoio e eu estou na disposição de o dar, contribuindo da melhor forma que sei e posso - sendo este espaço de discussão pública uma delas e a mais visível.

(também) conto contigo nesta missão conjunta! ;)

beijinhos e abraços (de muito portismo, car@go)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)

sugestão musical:
Toada Coimbrã, «balada do 5º ano jurídico 1988/1989»