domingo, 6 de outubro de 2013

perguntar não ofende, pois não?



caríssimo,

vou principiar pelo fim e em jeito de pergunta (nada) retórica:
poderá a equipa principal de futebol, do nosso clube do coração, fazer o especial favor de começar a marcar os golos a partir do minuto 90 ?

explicarei (espero que) sucintamente as razões daquela que ainda é (pelo menos para mim) a pergunta do momento. 
também refiro e desde já, que a presente "posta de pescada será crítica. muito crítica, até, e tendo por base, não só o jogo deste final de tarde, ante o Arouca, mas a série de partidas (menos conseguidas) que se iniciou, a meu ver, desde 14 de Setembro - na recepção ao Gil Vicente.
será igualmente um desabafo um pouco extenso (vulgo testamento), deste que te escreve - mas tal é a "imagem de marca" deste espaço de discussão pública  (excepto para os teimosos dos lampiões que persistem em gravitar onde não são minimamente desejados, e por muito que o repita. devem ser parvos. ou então, estúpidos. ou simplesmente iletrados como o c@****o. ou «ambas as três» situações, como tão eloquentemente diria miguel relvas...).


quem pôde assistir ao jogo da nossa equipa do coração ante o novel emblema primo-divisionário aveirense - pela têbê(dabliú-cê) como eu, ou desembolsando a "módica" quantia de vinte e cinco euros enquanto adepto visitante (como o autor da foto anexa que o comprova, e com o qual estou inteiramente de acordo: « quando o último dos adeptos abandonar as bancadas de vez, peçam aos suplentes das equipas para apoiar os seus clubes... a este ritmo não haverá muita gente nas bancadas... ») - certamente que terá ficado com a estranha sensação de estar numa qualquer espécie de déjà vu, pois que assim que nos colocámos em vantagem no marcador, a pressão que até então exercêramos sobre um frágil adversário como que desapareceu. e decerto que não foi por "artes mágicas", pois que tal tem vindo a ser recorrente desde a data acima mencionada. 
é por demais evidente que, esta época, assim que assegurámos o mais difícil - marcar o primeiro golo, sobretudo ante adversários que nos colocam as habituais dificuldades, por forma a disfarçarem as suas lacunas (vulgo "autocarros"), traduzidas em linhas baixas, blocos defensivos compostos por onze jogadores, redução do espaço útil de jogo (normalmente os seu meio-campo defensivo), agressividade q.b. -, e depois de uma insistência à base de futebol com "rasgos" de clarividência, a equipa como se transfigura e para a sua antítese. 
neste início de uma nova temporada, a partir da obtenção do primeiro golo, torna-se confrangedor assistir à mutação em campo - inclusive no nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos - daqueles que deveriam ser os nossos heróis em "objectos" para ainda mais apupos e/ou insultos e/ou assobios por parte de quem os deveria apoiar de forma incontestável e indefectível, pois que colocam a paciência destes últimos em testes desnecessários. ele é vê-los, de uma maneira atormentadamente angustiada, a sofrer de autênticos bloqueios mentais, cujos mais evidentes são: o errar passes de um metro, preferir a opção de procurar (literalmente) o espaço vazio com um colega de equipa solto a meio metro, "afunilar" o jogo desprezando as alas, decidir-se por atrasos e/ou lateralizações constantes ao invés de se assumir as despesas do jogo em busca de mais um golo, evitar o remate à baliza sempre em detrimento de mais um passe e/ou uma revienga e/ou rodriguinho desnecessário - um futebolzinho que vai dando para os "aroucas" do nosso comezinho campeonato mas é manifestamente curto para os "atléticos" que disputam a champions connosco.

é por perceber estas situações ao longo de tão penosos (e por vezes, incómodos) noventa minutos que se estão a tornar as partidas do nosso clube do coração, e enquanto adepto profissional de tão-somente (por vezes, bem menos do que desejaria...) alapar o cu na sua cadeira de sonho nas bancadas do seu teatro de sonhos azuis-e-brancos e/ou no conforto do sofá lá de casa, que sincera e honestamente me custa acreditar no que o nosso treinador profere a cada conferência de Imprensa. no rescaldo ante o Arouca, Paulo Fonseca afirmou: « Foi difícil para nós, mas tivemos sempre o controlo do jogo. Começámos a sair de forma mais incisiva para o ataque e ganhámos de forma merecida, com outra determinação na segunda parte. »
pois que, no meu entendimento, na segunda parte, a «forma mais incisiva» com que se partiu para o ataque foi sobretudo com a entrada do puto, que "matou" o jogo trinta segundos após ter rendido Josué. já antes tinha acontecido um lampejo dessa «determinação», com a entrada do aniversariante Ricardo, rendendo El Comandante; mas a entrada do colombiano deitou por terra quaisquer veleidades do Arouca, depois deste ter almejado sonhar com um (injusto) empate.
assim se justifica aquela pergunta inicial. assim se justifica a minha crítica à actual mentalidade da equipa. assim se justifica a minha crítica à actual passividade do treinador ante este (calamitoso?) estado de espírito que não combina (de todo!) com a mentalidade vencedora do FC Porto.


caríssima(o),

mais do que uma "caça às bruxas", optando por solicitar à Direcção a cabeça do novel treinador em bandeja de prata e/ou invectivando sobre tudo o que é jogador indevidamente reconhecido pela massa adepta portista que concorda com o teor das actuais NORTADAS do nosso enfant terrible, Miguel Sousa Tavares (e cujos nomes me recuso a enumerar, pois que são sobejamente conhecidos) e/ou pronunciar-me sobre as mais recentes alterações tácticas na equipa, considerando que a podem estar a desvirtuar, este que te escreve prefere adoptar a atitude positivista e positiva de adepto do FC Porto com que mais me identifico nestas alturas.
esta passa pela plena convicção de que todas as minhas dúvidas e/ou anseios e/ou receios e/ou  temores e/ou apreensões, por mais legítimas que sejam, com muita certeza que estarão a ser partilhadas por quem percebe de Futebol com os seus olhos fechados do que todos nós juntos. é esse o meu sossego. é esse o meu consolo. é esse o meu conforto moral.
em Paulo Fonseca e na equipa técnica que gere os destinos dos homens que envergam a cor do meu clube de Sempre, estou em crer que conseguirá preparar a equipa para patamares que se coadunam com os seus pergaminhos e a sua história, com a nova pausa que o campeonato encontra para os compromissos internacionais da equipa (que decididamente não é) «de todos nós» a dar uma ajudinha.


somos Porto!, car@go! 

«este é o nosso destino»:  
«a vencer desde 1893»! | winning since 1893!


beijinhos e abraços sempre! muito portistas!
Muito Obrigado! pela tua visita :)



3 comentários:

  1. Eu penso isto tudo que está neste post. Deveria ser lido por todos no clube, dos jogadores ao nosso grande presidente. O treinador precisa de um curso intensivo sobre o que é o nosso clube, o que ele já conseguiu, muitas vezes com condições de trabalho e orçamentos muito inferiores ao actual. Mais uma vez queria comentar o "caso Ghilas": não tenho dúvidas, pelo que vi no ano passado que tem valor para estar no plantel. O que o treinador disse esta semana sobre ele é muito triste: joga um minuto por jogo (quando eu faço porcaria no banco) porque "veio do Moreirense" e está "a adaptar-se a uma nova realidade". Mas o que é isto?? O Moreirense é alguma equipa de amadores? E o Paços de Ferreira é um grande da Europa?? Gosto muito do Jackson quando está focado, mas isto que se faz ao Ghilas, ou tem uma razão disciplinar, ou chama-se falta de respeito. Não tarda nada vem falar o pai, o empresário, a mulher, etc. Até entornar o caldo e lá se vai um grande jogador por 5 milhões para Itália... Espero que alguém ponha mão nisto até ao jogo com o Sporting e próximo da Champions...

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  2. Jogamos pouco, não controlamos coisa nenhuma, continuamos a cometer os mesmos erros. Vamos ganhando e isso é importante, mas temos de melhorar muito.

    Abraço

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  3. Pois é Miguel, vamos ter muito que sofrer esta época, se o Paulo Fonseca não põe os pés ao caminho, que é como quem diz, não dá a volta ao assunto, de jogo para jogo a equipa piora, não é capaz de fazer uma jogada com principio, meio e fim, nem tem capacidade de luta no meio campo, as segundas bolas são sempre dos adversários, sejam eles; Atletico de Madrid ou rebenta canelas futebol clube, assim já não dá, como diz a canção, espero que o treinador do nosso clube, nestes dias de paragem do campeonato, consiga mudar o rumo das exibições, que não dos resultados.
    Abraço
    Manuel Moutinho

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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