quinta-feira, 27 de junho de 2013

da "greve geral porque sim!"



© Google | Miguel Lima (Tomo II)
(clicar na imagem para ampliar)



o Miguel Lima pertence à colheita de 1975.
(e no dia-a-dia não se refere a ele próprio na terceira pessoa do singular)

o Miguel Lima gosta do seu País, dest"rectângulo à beira-mar (im)plantado"®, e sente orgulho em ser Português - mas o orgulho em ser tripeiro e sobretudo portista, suplanta o de ser lusitano.

o Miguel Lima faz descontos para a Segurança Social desde os seus 17 anos de idade, e para a ADSE desde 2005 - ano em que passou a ter como entidade patronal o Estado Português (que somos todos nós), via Ministério da Educação e Ciência.

o vencimento mensal ilíquido actual do Miguel Lima não chega aos 700€ [setecentos euros], conforme consta da tabela remuneratória única dos trabalhadores que exercem funções públicas. daqueles, desconta (em média) 130€ [cento e trinta euros].
a esposa do Miguel Lima (con)vive com uma situação salarial idêntica.

aquele valor tem que dar para alimentar, vestir e calçar o Guilherme; para pagar as despesas fixas mensais (condomínio, água, luz, gás, televisão, internet, comunicações, crédito à habitação, crédito automóvel, gasolina, scut's); e para alimentar-se e à esposa - exactamente por esta ordem, não sobrando "tempo" para uma "constipação", sequer "ar" para um qualquer luxo e/ou extravagância (como ir ao cinema - se bem que assista a muitos "filmes" ao longo de uma jornada de trabalho).

o Miguel Lima tem um horário de trabalho de 35 horas semanais, e é cumpridor do seu horário de trabalho, mas é muito raro o dia em que sai à hora estipulada naquele - começando a arrumar a secretária (muitas vezes) para lá do limite do razoável, tal como o seu chefe directo e a larga maioria dos seus colegas de trabalho.

o Miguel Lima é cumpridor dos seus deveres e credor dos seus direitos, e sente que actualmente esta (cor)relação está muito desequilibrada, e em seu desfavor e dos seus.
o Miguel Lima já não consegue (sobre)viver com este clima de severa austeridade, a qual atinge o absurdo de não vislumbrar melhor correspondência ao seu sacrifício diário e de "se sentar com extrema dificuldade"(para gáudio dos srs. Gaspar e Pedro).
o Miguel Lima cada vez mais acredita que a (malfadada mas sempre presente, desde a sua existência terrena) Crise "toca" sempre aos mesmos e que dificilmente "os ricos" a pagarão (sequer na mesma proporção dos esforços que lhe exigem, com claros atropelos da Constituição da República Portuguesa - a Lei fundamental que regula os direitos e garantias dos cidadãos e define a organização política do Estado, sendo a estrutura jurídica basilar do nosso país).

são por estas razões - e outras que só não exponho para não ser (ainda mais) maçudo - que:
  hoje faço greve!



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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)