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Uma estratégia de 'duplo pivot' demasiado defensiva para aquilo a que estamos habituados. 'Panes cerebrais' recorrentes, a afectarem, à vez, a dupla de centrais, quase na proporção inversa ao interesse propalado de alguns tubarões. Um Varela distante. Um Jackson ausente. Um Josué, que não é exactamente um extremo, e um Licá, que não enche as medidas da generalidade dos adeptos. A equipa impulsionada para a frente quase que apenas e só, pela acção dos laterais, e ainda assim com intermitências. Uma aparente ausência de plano de jogo, que faz adiar as substituições possíveis para a vizinhança do irremediável.
Há uma série de factores, facilmente identificáveis, em torno dos quais racionalmente se reúne o consenso dos adeptos.
Há uma série de factores, facilmente identificáveis, em torno dos quais racionalmente se reúne o consenso dos adeptos.
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Fizemos o suficiente na primeira parte para obter um resultado que desse tranquilidade ao resto da exibição. Nessa primeira parte, apesar de nunca termos estado imunes a alguns calafrios auto-infligidos, mas sem grande perigo, apresentámos uma boa dinâmica no meio-campo e um bom serviço a Jackson, algo raro nos últimos tempos. [...]
Muito se tem falado do 'duplo pivot'. Julgo que o Paulo Fonseca nunca teve a intenção de alterar as funções de Fernando. Se teve, fez mal. O que se pede é que haja um outro jogador que, perante as investidas de Fernando, se posicione na retaguarda do meio-campo garantindo que há sempre um ponto para recomeçar a construção de jogo ou para iniciar a protecção aos defesas perante transições rápidas dos adversários. É certo que isso ainda não está a funcionar bem, e esse será um dos problemas com mais influência nas exibições mais fracas desta época. [...]
Deu a ideia que o controlámos mais pelo resultado do que pela serenidade do nosso jogo. A qualquer momento pode aparecer uma asneira como, por exemplo, um lance em que Otamendi, depois de ganhar a frente do lance se deixa ultrapassar e a abordagem de Mangala ao lance em que é expulso.
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Olho para esta equipa e pergunto-me como foi possível deitar por terra, em tão pouco tempo, aquilo que tão bem havia sido construído pelo antecessor de Paulo Fonseca?! Com a tendência de dar o seu cunho pessoal à equipa, conseguiu-se perder muita da identidade, confiança individual e colectiva e sobretudo organização. [...]
No meu entender, nem tudo está mal, mas também pouca coisa ainda está bem. Dá-me ideia que alguns atletas têm dúvidas da sua função e posicionamento correcto em campo, pois e é um facto, estamos constantemente expostos a situação de perigo, ou seja, desorganizados colectivamente no momento da perda. Impensável nos últimos anos. [...]
Estranho é o facto de Josué não jogar sobre a direita numa zona interior, tendo possibilidade de explorar o seu melhor pé. [...]
Um dos princípios de Paulo Fonseca para a inversão do triângulo no futebol azul-e-branco seria a maior segurança defensiva face à menor exposição. O que acontece é que Fernando está, assim, mais obrigado a iniciar a construção e a sair do seu local natural. O problema é que nenhum dos outros médios tem a capacidade e percepção do espaço defensivo que tem o "polvo".
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Feito o mais difícil e com o Vitória a ser obrigado a subir e arriscar mais, o FC Porto continuou a ser dono da bola e do jogo, teve mais espaço, esteve perto do segundo, mas Jackson e Mangala atiraram rente ao poste. Passado esse bom período, que durou até cerca dos 25 minutos da primeira parte e em que foi superior e o Vitória só viu jogar, o FC Porto baixou o ritmo, a intensidade e a pressão, aproveitando a equipa vimaranense para equilibrar e chegar mais à frente, embora sem nunca criar grande perigo para a baliza de Fabiano [...]
Com uma desvantagem de dois golos e com nada a perder, o Vitória veio para a segunda parte disposto a mudar o rumo dos acontecimentos. Entrou forte, pressionou mais à frente, foi mais agressivo na procura da bola e o FC Porto passou um mau bocado - não porque o perigo e as ocasiões de golo surgissem [...] mas porque a equipa portista baixou a intensidade, deixou de meter o pé e discutir as bolas divididas, passou a errar passes, às vezes a complicar e com isso deu ao Vitória o alento que precisava para ir à procura do golo. Com a equipa da Cidade Berço mais exposta, houve mais espaço, mais possibilidades para contra-atacar. Mas esta equipa portista tende a escolher as piores opções, não tem 'killer instinct' e assim, por duas ou três vezes, em clara superioridade numérica e com possibilidades de matar definitivamente o jogo, não fez o 3-0 e o Vitória continuou a acreditar.
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Não foi uma exibição exuberante do nosso FC Porto, nem era isso que se esperava, mas fizemos o suficiente para ganhar o jogo e seguir em frente na Taça. [...]
Os calafrios na defesa continuam e ontem Otamendi conseguiu até fazer falta sobre Mangala dentro da nossa área [...] Não se percebe que "bixo afectou" a nossa defesa, que por muito e muitos anos foi sempre o nosso sector mais seguro.
Defour, que não erra tantos passes como Herrera, foi trabalhador "e tal", mas acho que é preciso algo mais naquela posição... e Josué, que não é extremo, e gosta tanto de jogar no meio, podia jogar naquele lugar e libertar a ala para um extremo de verdade. [...]
Na frente, Jackson voltou aos golos e à parte disso jogou bem melhor do que tem feito, apesar de parecer sempre que está triste com a vida. Há jogadores assim: parece que andam ali a fazer um frete, quando deveria ser uma felicidade jogar à bola.. [...]
Quando Paulo Fonseca esperava pelos 85 minutos para lançar o Ghilas em jogo, teve de alterar os planos com a expulsão de Mangala e fez entrar Maicon... Eu nem quero imaginar a cara de Ghilas sempre que entra no Olival e encara o Fonseca...
Com tempo agora para as selecções, os que ficam no Olival devem reflectir sobre o que têm feito. Há muito a melhorar. Muito mesmo.
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Os Dragões entraram decididos a tomar conta das operações e durante toda a primeira parte conseguiram o domínio completo do jogo e praticar, em alguns períodos, futebol fluído e ligado. Conseguiram marcar dois bons golos e construir mais três ocasiões para dilatar o resultado, sem que os vimaranenses tivessem hipóteses de ripostar. [...]
Na segunda metade o jogo caiu numa mediocridade pouco comum, principalmente para uma equipa que ostenta as insígnias de tricampeão nacional. Sei que tiveram um jogo exigente no meio da semana, que as condições do terreno do D. Afonso Henriques não eram as melhores, mas, que diabo!, baixar o nível daquela maneira é coisa para equipas de outro estatuto.
A vulgaridade tomou conta dos jogadores portistas, afinal os mais responsáveis pela prática do melhor futebol, e foi penoso ver atletas tão talentosos terem atitudes perfeitamente dispensáveis e muito pouco recomendáveis. Provocar cartões amarelos, por queimar tempo? (Fabiano, Defour e Josué). Ser expulso por mera ingenuidade? (Mangala)... Enfim, algo que julgava ser possível apenas em equipas e jogadores sem ambição, nem vergonha.
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Vitória confortável que o FC Porto conseguiu este ano para a Taça de Portugal. Um jogo em que se viu uma equipa do FC Porto organizada, pragmática e solidária, venceu e dominou com facilidade o Vitória. [...]
Infelizmente apesar do destaque de algumas individualidades o jogo colectivo da equipa continua a deixar muito a desejar. Alex Sandro parece continuar aquém daquilo que já nos mostrou ser capaz de fazer, a dupla de centrais continua a meter os pés pelas mãos e os extremos ou "extremos" continuam a ser uma miragem. [...]
Não existe tranquilidade no eixo da defesa azul-e-branca e quase dá vontade de rir, para não chorar, ao ver o segundo cartão amarelo de Mangala. Este poderia ser um problema menor se a capacidade ofensiva da equipa fosse acima da média. Aliás, num passado muito recente, foi assim que se construiu o mito de um dito "rolo compressor", de qualidade futebolística acima da média. [...]
Compreende-se que Fabiano e Josué percam tempo frente a um Vitória de Guimarães, equipa do meio da tabela do Campeonato Português? Em que nos estamos a transformar?
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E depois há jogos como este, onde uma equipa vive de bolas para a frente, agressividade de escola visigótica (quantas pernas tem o 2xAndré e quantos braços tem Maazou?!) e a outra optou por um jogo calmo, ponderado e procurou meticulosamente descobrir o melhor caminho para a baliza contrária. Não foi extraordinário (a segunda-parte foi aborrecida e cheia de não-futebol) mas foi suficiente para seguir em frente num campo difícil. [...]
O jogo foi rijo, já se sabia que ia ser essa a forma de chegar à vitória e sabendo que o Guimarães é uma equipa que opta por bater primeiro e perguntar se foi falta alguns segundos mais tarde, a forma certa era a de tentar sair com a bola controlada “ma non troppo”, tentar defender a baliza com simplicidade e sentido prático mas acima de tudo nunca desistir de lutar pelas bolas perdidas. Acertámos nas duas primeiras mas falhámos na terceira. Houve demasiados lances em que Alex Sandro ou Mangala se deixaram “comer” pelo desespero da malta de branco e várias destas oportunidades podiam ter resultado em lances perigosos para Fabiano. A atitude competitiva, tantas vezes pontapeada por vimaranenses que usavam os braços e o corpo sempre que podiam (e Jorge Sousa deixava), não pode ser tão relaxada. Nunca!
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Também me cansa estar sempre a dizer a mesma coisa, jogo após jogo. Joga-se com uma mentalidade muito mais próxima à de uma equipa pequena do que "à Porto". Aliás, jogos "à Porto" foi coisa que raramente vi esta época, quanto muito vi em certas fases de alguns jogos. [...]
Não se dá primazia à posse bola? Ok!, tudo bem, mas acertem os poucos passes que querem fazer. Baixam-se as linhas depois de chegar à vantagem? Aceito, mas não deixem o adversário rematar uma, duas, três, quatro vezes, não se ponham tanto a jeito. Porque se os executantes do Vitória são de baixa qualidade, aqueles que jogam connosco a meio da semana não são. Não é preciso nenhum milagre para sofrer um golo e, olhando às palhaçadas que têm feito na defesa, já deveriam ter percebido isso. [...]
As fases do jogo com bom futebol colectivo têm de ser a regra, não a excepção. Oxalá a paragem para os compromissos internacionais sirvam para a equipa fazer um "reset" e regressar mais próxima daquilo que é esperado. Já sabemos que houve erros na construção plantel, mas continuamos a ter qualidade mais do que suficiente para jogar bom futebol.
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O FC Porto começou por fazer isto em Guimarães: logo de início não se viu jogo dos centrais para o qual a equipa devia esperar. Os médios, Fernando e Defour, não avançaram para deixarem o vazio entre eles e os centrais. Estes, sem cerimónias, não tiveram a bola tempo suficiente para serem pressionados e não perderam bolas estúpidas para criarem ocasiões de golo do adversário. A bola saiu mais redonda dos médios para a frente, o que fez a equipa, menos esticada para diante, parecer mais coesa, ocupar os espaços devidamente e não deixar uma imensidão entre linhas e entre jogadores da mesma linha, especialmente pelo meio. A catadupa de ocasiões foi natural e o resultado também. Estive sempre tranquilo desta vez. [...]
O jogo "acabou" ao intervalo, mas poderia ter "acabado" com 5-0 ou 6-0. Paulo Fonseca pode glorificar a primeira parte e deveria pôr o vídeo para os jogadores verem o que fizeram tão bem, tal como deveriam ver ou ter visto a porcaria que acumularam para resultados idiotas e jogos de incompetência pura e simples. [...]
O FC Porto fez um jogo muito competente e contundente, pena a interrupção da Liga porque era bom ver se isto tinha logo continuidade. Não sei se Paulo Fonseca se "zangou" mesmo com os jogadores, mas agora não se viram desplantes defensivos de arrepiar os cabelos. E o jogo saiu fluído, com naturalidade. [...]
Paulo Fonseca terá acabado com os seus devaneios para a equipa enterrar também os seus desplantes e deixar de ser idiota? Dia 23, com o Nacional, é a prova essencial.
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Foi um jogo que repetiu as qualidades e os defeitos actuais da equipa. Entrámos bem, com boa circulação de bola e algumas boas iniciativas que levaram a dois golos e a umas quantas oportunidades, não flagrantes, mas interessantes quer pela sua construção, quer pela sua finalização. [...]
No segundo tempo, jogámos mais em contenção, tirando partido do pecúlio amealhado, mas se o adversário não importunou muito, por outro lado teve demasiada bola e nós mostrámos, nesse período, dificuldades em controlar o jogo; o Vitória de Guimarães esteve demasiado tempo no nosso meio campo e raramente conseguimos sair com bola, e chegar à baliza adversária com perigo. E este insistente bloqueio incomoda, porque denota alguma incapacidade de tornear as iniciativas de equipas que nem são fortes a jogar em ataque continuado. Denota ainda uma preocupante quebra física, que retira discernimento e confiança, e por isso, passámos a jogar com as linhas mais baixas e a sofrer forte pressão logo na primeira fase de construção. E o jogo torna-se irritante e aborrecido. [...]
Não fiquei muito entusiasmado porque temo que, contra equipas mais valiosas, possamos ter alguns desgostos. O Paulo Fonseca tem de estudar bem as causas para evitar estes efeitos. Se calhar com mais treino?
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Ganhámos bem, fomos mais perigosos e tivemos maior controlo sobre o jogo. Paulo Fonseca, empurrado pela pressão que vem das bancadas, mexeu cedo no jogo e meteu o que a equipa precisava. Mas, sejamos honestos: este FC Porto que só poderia melhorar, não melhorou muito; e o que melhorou é ainda demasiado frágil para qualquer suspiro de alívio. Todos os pecados que apontei no último jogo, ainda estão presentes e "bem de saúde".
Paulo Fonseca e bem, soube perceber o carácter decisivo do jogo. Percebeu que era uma eliminatória fora, contra um adversário complicado e que tem vindo a melhorar com o decorrer da época, e que é só o detentor do troféu. Qualquer revolução seria perigar ainda mais a frágil consistência da equipa. Até poderemos considerar que foi "ortodoxo" demais, dando nova oportunidade a 2 ou 3 jogadores que têm sido titulares nos últimos jogos e que, uma vez mais, não estiveram à altura. No essencial, manteve-se o mais importante: a consistência da equipa. [...]
A segunda parte é outra história: foi um Vitória que fez das tripas coração para chegar à frente e um FC Porto que se foi ausentando gradualmente do jogo. [...] Foi um Vitória que deu tudo o que tem e um FC Porto que só voltou ao jogo quando Paulo Fonseca mexeu e trouxe ao jogo quem deveria e quem a equipa pedia. [...]
Há sempre algo que corre mal, lá atrás. [...]
O que se espera de Paulo Fonseca é que tenha coragem de olhar para este jogo e perceber o que teve de diferente; perceber que mexeu mais cedo e que, com isso, travou o ascendente Vitoriano. Mais: de ter coragem, de assumir. Hoje fez entrar gente que jogou mais, direi até muito mais do que alguns que têm sido titulares. Agora que toda a gente viu, voltar a trás é ainda mais incompreensível.
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ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
post scriptum pertinente:
esta foi a segunda parte de uma "posta de pescada"® dividida em três. a primeira parte foi publicada ontem.
tal acontece tão-somente para destoar um pouco a imagem de marca deste espaço de discussão pública (os testamentos), onde os calimeros e os lampiões - actualmente por esta ordem - não são mesmo bem-vindos!
o fito da mesma será desvendado... na sua terceira parte ( :D )
«este é o nosso destino»:
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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)