sábado, 23 de novembro de 2013

a minha primeira vez...


© Google


«então, já foste lá? olha que é um espectáculo!»

em bem que acalentava a esperança de, um dia, lá ir. afinal, do grupo de Amigos, só eu é que ouvia falar dessas experiências: de se lá estar, do que se sente quando se permanece naquele lugar emblemático, de não haver mais nenhum no mundo, de como é indescritível o seu pulsar.

«só faltas tu! não sabes o que estás a perder...»

de facto, só eu é que estava a pecar.
já me tinha apercebido de que seria algo grandioso, pelas pesquisas que entretanto fazia na net. mas, todas essas indagações mais não eram do que virtuais. o que eu precisava mesmo era de uma injecção real de uma realidade que desconhecia (mas que não negava a sua existência), inclusive à partida da dita.

até que, um dia foi dia! 

todos os factores conjugaram-se para esse momento. todas as constelações alinharam-se para que todas as probabilidades astrológicas deixassem de o ser, e influenciassem as condicionantes do meu signo de uma forma que já não era fantasiosamente ficcional (ou vice-versa). todos os imprevistos e todos os imponderáveis, que obstaram a (até então) imprevisível concretização dessa ocasião, como que deixaram de existir.

e foi, de facto, um dia grandioso!

tudo era novo para mim. todo um novo mundo se abriu para mim. tudo o que pensava saber sobre essa temática equivalia a um enorme zero, e soava a uma douta ignorância.
e voltei a ser criança, outra vez. e a sorrir como uma. e a sentir aquele calafrio bom, de se estar a experimentar algo pela primeira vez; mas algo bom. muito bom, até. demasiado bom para ser verdade. e de como eram infundados os meus receios iniciais (felizmente que poucos). e de como todas as expectativas seriam superadas, mesmo só com o me estar a aproximar do local, e ainda nem sequer estava lá dentro.


bem, chegados a este ponto, convém fazer o pertinente esclarecimento de que te irei poupar a (im)possíveis descrições pormenorizadas sobre o dia (ou a tarde. ou a noite. ou a madrugada. ou «ambas as quatro» situações) em que resolvi ser mais rápido do que o Usain Bolt, nos cem metros (sem) barreiras :D
feita a apropositada advertência inicial, vamos ao que interessa.


as duas primeiras perguntas recorrentes da rubrica "os dragões de ouro do 'Tomo II'" invariavelmente aludem às sensações primeiras (porque, para mim e no meu entendimento, são as mais verdadeiras) de se estar num estádio de futebol.
à data em que redijo estas linhas, confesso que já não me recordo muito bem da primeira vez que entrei no saudoso Estádio das Antas. as memórias (difusas, confesso) entrelaçam-se entre  uma moldura humana impressionante na Av. Fernão de Magalhães, muito próximo da entrada da tribuna - onde agora está a Torre das Antas; do aperto e dos atropelos constantes naquela congosta que dava acesso à Superior Norte; do morro, à nossa esquerda (se descíamos a cangosta, pois claro!) onde, um dia, o meu Pai me levou pensando que poderíamos ver um jogo à borla e acabámos por perder a primeira parte do dito; dos motociclos estacionados na pista de atletismo, e (sem maus-entendidos e/ou qualquer sarcasmo e/ou ironia) da vista privilegiada que tinham para o jogo; da (pese embora as épocas distintas) invulgaridade de nomes como "Bife", Walsh, Jacques, "Vermelhinho" ou "Tibi"; da brava entrada da nossa equipa em campo e de se perfilar, numa saudação sempre poética, para a tribuna, com o gáudio das bancadas como som de fundo; do intemporal (porque é um clássico) "é sentar que já não chove!", e pouco mais.

já da primeira vez que entrei no nosso actual teatro de sonhos azuis-e-brancos, as recordações são muitas.
começo pela envolvente ao Estádio, com o descer a Alameda vislumbrando-o lá em baixo, sublime, imponente, majestoso. da única recordação visível de um palco onde fui (fomos!) muito feliz, com muitas alegrias para partilhar e mais tarde contar ao Guilherme; da praça que o antecede, ampla e do colorido que alberga, a cada jogo que lá se realiza; do reluzir dos torniquetes, novos, em contraste com o azul pálido dos das Antas, para esconder a ferrugem da sua (nada proveta) idade; da imensidão de espaço nos corredores de acesso às bancadas; da clareza da identificação dos sectores destas últimas e de como é fácil encontrar o nosso lugar.
já o vislumbrar do rectângulo verde e da magia desse momento primeiro, antes mesmo de pensarmos em encontrar a nossa cadeira de sonho, esse é idêntico ao que sentia quando ia às Antas. assim como a postura dos adeptos, no anteceder da entrada das equipas: ruidosa, como tem que ser. e do frisson que se sente a cada acorde do nosso hino. e da lágrima que teima em cair, com o cachecol bem estendido para a esconder (pois que «um homem também chora / quando assim tem que ser»).
tudo "isto" aconteceu a 13 de Agosto de 2005, no jogo de apresentação aos sócios ante o Real Club Desportivo Espanyol - na altura, "de", entre outros, De La Peña, Juanfran, Hurtado, Luís García e Tamudo.

já agora e para conhecimento geral, (com)partilho contigo que:


» a estreia em jogos oficiais aconteceu a 28 de Janeiro de 2009, ante o Leixões SC, num encontro para a Taça de Portugal.

» o primeiro jogo oficial para o campeonato aconteceu um mês depois, a 28 de Fevereiro de 2009, frente ao zbording do actual seleccionador nacional.

» a estreia em jogos oficiais, em competições de clubes organizadas pela UEFA, aconteceu a 04 de Novembro de 2010, tendo como adversário o Beşiktaş, na altura "de" Guti, Manuel Fernandes, simão "asqueroso" sabrosa e... Quaresma, numa partida a contar para a Liga Europa (que viríamos a conquistar, «tal como em 2003»).

» a primeira derrota, em jogos oficiais, aconteceu a 02 de Janeiro de 2011, ante o CD Nacional e para a Taça da Liga.

» o melhor jogo, visto «ao Bibo e a cores» e independentemente do resultado final, aconteceu a 23 de Setembro de 2011, na recepção ao (já nessa altura) 5lb.

» à data, o melhor golo visto, foi o do Guarín, a 08 de Janeiro de 2011, num desafio ante o «clube do guardanapo» da "pérola do Atlântico".

» a 12 de Agosto de 2006, marquei presença nesse inesquecível concerto dos míticos Rolling Stones, a propósito de "a bigger bang tour".


e ainda que:


©  FC Porto Kosta de Alhabaite
(clicar na imagem para ampliar)


©  OJOGO reflexão portista
(clicar na imagem para ampliar)





«este é o nosso destino»:  





beijinhos e abraços sempre! muito portistas!
Muito Obrigado! pela tua visita :)



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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)