do (não conseguir) desatar o nó

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facto prévio:

«ambos os três» (ditos) grandes clubes portugueses têm uma percentagem de jogadores lusos diminuta, quase ínfima (se comparável com os plantéis até à publicação da Lei Bosman, em 1995).
será a situação ideal - verificar que o clube do nosso coração apresenta-se em campo com apenas um "estranho estrangeiro" numa falange que mais parece a Legião Estrangeira? com certeza que não!
será motivador para os futuros craques dos escalões de formação constatar que (actualmente), chegados a seniores, o mais certo será o clube prescindir dos seus serviços? com certeza que não!
há algo que se possa fazer para inverter estas realidades, que até já incomoda(ra)m o sr. Platini? com certeza que sim!

mas tais decisões sobre este assunto tão sério não passam pelo meu crivo e muito menos por este espaço de discussão pública, por mais sugestões que apresente. poratanto, seria óptimo (para todas as partes envolvidas) que os comentadores também percebessem que não serão as transmissões televisivas de jogos da Champions o local mais indicado para se debater tais realidades factuais [pleonasmo propositado].

factos da primeira parte:

durante a primeira parte, foi evidente que (i) o FC Porto só conseguiu criar perigo iminente junto da grande área defendida por Chiotis através de rasgos individuais - fosse de Hulk, de James ou de Guarín (este, (in)tentando aplicar a sua meia-distância) - e que (ii) o regressado Kléber necessita de readquirir ritmo competitivo e não é um Falcao (no sentido em que só se "viu" aos 11' e aos 42', eclipsando na segunda parte).

foi igualmente angustioso perceber que a "força" do colectivo portista só se fez notar nas constantes lateralizações do jogo, em busca do afunilamento do mesmo algures nas imediações da meia-lua cipriota! tal foi ainda mais notório após o empate, conseguido pelo Apoel numa jogada que teve tanto de mérito (do Apoel) como de consentimento (do FC Porto).

o golo da equipa de Chipre trouxe consigo, para além do nervos miudinho que se instalou na equipa azul-e-branca, os assobiadores de serviço instalados nalguns sectores das bancadas do Dragão. até ao jogo de hoje andavam caladinhos que nem ratos, mas sempre à espreita da sua oportunidade, dos seus minutinhos de fama (incómoda). conseguiram, com o seu chinfrim, inquietar ainda mais uma equipa que se (pres)sente que joga sob brasas.
metessem eles o assobio no... bolso e apoiassem o colectivo portista até ao apito final do árbitro, e seriam bem mais úteis no apoio (mais do que) necessário e eBidente em alturas de crise.

factos da segunda parte:

a reatamento da partida trouxe consigo a clareza de uma arbitragem que foi tão benévola e condescendente para com Rolando assim como o foi para o lateral Poursaitides (que em apenas dez minutos conseguiu passar incólume a dois cartões amarelos).
também foi perceptível para mim que Belluschi merecia uma oportunidade de participar no encontro desde no início da segunda parte - por troca com Guarín - com quarenta e cinco minutos (mais os descontos) para poder mexer com um jogo "pastilhento", quezilento, "embrulhado" e demasiado "mastigado". o livre que Freddy Guarín marcou de forma (digamos) disparatada e desastrosa, aos 51', chamou ainda mais a minha atenção para a premência daquela substituição (que aconteceria aos 69', por troca com Fernando). são opções tácticas que devo aceitar; como não possuo um curso de treinador profissional, a não ser os de bancada (às vezes) e o de sofá (muitas), tenho que me resignar...
e foi "bom" perceber que ainda nos mantemos à tona e na luta por uma passagem aos oitavos (que está ao nosso alcance e que ainda só dependemos de nós para tal) graças a três brilhantes (porque soberbas) intervenções do nosso enorme capitão, "S. Helton" pois claro!

enfim... foi (demasiado) confrangedor perceber que continua a não haver jogo colectivo de Qualidade - também por uma inequívoca e manifesta falta de frescura física na equipa - e que o futebol portista pura e simplesmente não flui, pelo que reforço a seguinte ideia: tenho para mim que não é uma questão de "ópera", mas sim de "maestro".
assim e desde já, saliento que Vítor Pereira, apesar de ser o treinador principal da equipa e merecer o meu apoio até quando o nosso grande presidente o entender, para mim, está num patamar inferior ao do Professor Jesualdo Ferreira, no sentido em que é um cagão temeroso [pleonasmo propositado] - reforçada com a seguinte troca de sms com um de vós:

um de vós [udv]:
« época perdida. este "Jesualdo" é bem pior do que o outro. car@**o! »

je:
« calma! ainda nada está perdido. basta substituir o "maestro". »

udv:
« o Pinto da Costa não vai [despedir] o gajo. O [Vítor] Pereira diz que o Apoel é um «colosso» e que as equipas do grupo são «muito iguais». car@**o! ele não sabe quem é o FC Porto... »

je:
« pois não... »

factos finais:

gostava muito que o (ainda nosso) Vítor Pereira tivesse assistido ao jogo no café onde estive a desesperar com a partida, no meio de  (aproximadamente) sessenta almas azuis-e-brancas e onde redigi o rascunho deste post.

facilmente teria percebido que os adeptos querem acreditar nele, mas a crença é fraca, o desespero é muito e a insatisfação com o que a equipa (não) produz está na mesma proporção com que ele hesita nas substituições e em dar um "safanão" a partir do banco.

por último, não escrevi estas linhas só a pensar por mim, dado que, findo o jogo, ouvi demasiados lamentos portistas enquanto as redigia...

somos Porto!, car@go!

«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs a todas(os) vós! ;)