segunda-feira, 3 de outubro de 2011

a cadeirada pouco «intensa»



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A má notícia é que a Justiça Portuguesa (no caso em apreço custa-me escrever a palavra com maiúscula) volta às bocas do mundo pelas piores razões. Desta vez é um acórdão da Relação de Évora do afrontoso género "coutada do macho ibérico" inaugurado em tempos pelo Supremo.

Conta a Lusa que os desembargadores anularam a pena de prisão a que fora condenado um "homem" que, desde 2004, «desferia murros e pontapés e injuriava a mulher» e que, em 2008, a «agrediu com uma cadeira no peito», provocando-lhe uma contusão torácica, hematomas na região frontal e na mama e escoriações nos lábios e cotovelo.
Desembargaram os senhores juízes que «a agressão não foi suficientemente intensa para constituir crime de violência doméstica». E que, quanto aos murros e pontapés, «não se lhes conhecendo o número, nem a forma e a intensidade ou o local do corpo da ofendida atingido», deveria o arguido ir em paz com uma módica multa.

A "boa" notícia é que, mal o caso chegou à net e às redes sociais, multiplicaram-se os comentários de indignação - alguns em termos que, não custa a crer, os senhores juízes considerariam com "intensidade" bastante para se sentirem ofendidos na sua honra e consideração (prisão até 3 anos) -, o que parece demonstrar que, não só cada vez mais mulheres não se conformam com as agressões dos companheiros, como também cada vez mais portugueses não aceitam sentenças que vêem como ofensivas de valores sociais fundamentais.
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autor: Manuel António Pina

fonte:
jn.pt
ps: as "aspas", os negritos, os sublinhados e os itálicos são da minha responsabilidade.



2 comentários:

  1. Ridículos alguns juízes. Mas em princípio o indivíduo não se livra de umas bofetadas cá fora, se a vítima tiver família e amigos, penso eu de que.

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  2. Terrível este assunto!
    Coisa de mafiosos do terceiro mundo!
    Mesmo muito, muito degradante.
    Fez-me lembrar uma estória desta baixeza quando há 30 anos num tribunal de aveiro o advogado de defesa de um violador, pediu à vítima que esticasse dois dedos da mão e os deixasse juntos com toda a força; depois tentou colocar um lápis entre os dedos dela. Aí disse: Como se demonstrou, quando a mulher não quer, nada entra!...
    pqp
    Coisas muito mais graves do que copiar no exame, mas tudo a indicar que podem vir todas as reformas económicas: a nossa sociedade é atrasada, cruel, e corrupta!

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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