sábado, 20 de agosto de 2011

momento 49'22''


caríssima(o),

escrevi estas linhas na viagem de metro, no percurso para casa e enquanto a memória estava fresca - mesmo após uma semana intensa de regresso à labuta e "um dia daqueles".

tudo começou às 17h30m, quando fui o primeiro a abandonar o barco, à boa maneira de algum funcionalismo púb(l)ico, que ainda reina neste ""rectângulo à beira-mar (im)plantado"®. «chefe! tenho que ir! como já lhe disse, tenho um compromisso urgente e não posso faltar. um compromisso com as vitórias, bem entendido. ;)

quando cheguei às imediações do Estádio do Dragão, uma língua dominava as demais: foram muitos os emigrantes que possibilitaram uma casa bem composta, com 43912 espectadores para um final de Sexta-feira em pleno Agosto (!!). destes, penso que há que descontar as cerca de 3000 "borlas" oferecidas pelo somosporto.net - uma temática a abordar em breve.
chegar cedo, com quase hora e meia de antecedência, deu para tudo, inclusive para uma amena cavaqueira com alguns de vós, onde se debateram as vicissitudes de um mercado de transferências em ebulição no nosso reduto.
também deu para reencontrar um Amigo dos (saudosos) tempos do banco do liceu, no Garcia de Orta e dar-lhe um forte abraço. há uma francesinha para degustar, Heitor! não te esqueças! ;)

o final de tarde estava a começar em beleza.
tudo mudou aos 3' da partida ante um aguerrido Gil Vicente, com o lance que originou o golo da equipa barcelense, onde Săpunaru e Otamendi ficaram muito mal na fotografia - com a expulsão do central argentino a ser perdoada pelo juiz do encontro, na minha opinião. mas já lá vamos à arbitragem.
aquele momento parecia ameaçar o que tudo indicava vir a ser um dia porreiro, recordando-me uma conversa entre um grupo de agentes da PSP, junto ao "Porta29", na preparação do encontro, em que um deles principiou por inquirir o seu superior hierárquico sobre o que fazer num cenário de derrota do FC Porto; nem sequer ponderou o empate e muito menos uma vitória portista. porém, a pronta reacção dos nossos jogadores, apoiados por uma massa adepta fantástica, possibilitou a reviravolta no marcador e serenar alguns ânimos mais 'calientes' no sector onde vi a partida (junto à mini-claque gilista, no topo Norte).

o momento de euforia colectiva e de êxtase pleno, esse aconteceu perto do quinquagésimo minuto. pontapé-livre praticamente frontal à baliza gilista, barreira a proteger o lado esquerdo do guardião Adriano e um incrível "míssil" teleguiado ao ângulo superior direito. um golão à atenção de Mano Menezes e capaz de levantar qualquer estádio no Mundo; eu permaneci sentado na cadeira do meu clube de sonho, a desfrutar o momento, dado que tive o privilégio de o ver mesmo à minha frente.
obrigado, Hulk! e, ao contrário de muitos adeptos portistas (que não miúdos, entenda-se!), peço-te, não a tua camisola, mas mais golaços como aquele e enquanto permaneceres no reino do Dragão.

o terceiro tento portista na partida alertou os meus sentidos para este facto, para já não muito preocupante: depois de três partidas oficiais disputadas e seis golos marcados, ainda não conseguimos um golo de "bola corrida"... numa perspectiva deste facto pela visão do "copo meio-cheio", estamos a ser eficazes nos lances de bola parada. ;)

já que virei a agulha para as críticas construtivas, eis mais uma: porquê Djalma no plantel e não Kelvin?
bem sei que ainda estou atordoado com a exibição do brasileiro no jogo de apresentação aos adeptos e que Djalma "só" tem vinte e quatro anos, mas tenho para mim que o angolano ainda é muito "verde" para um clube como o FC Porto. hoje, do que pude analisar, não sabe desmarcar-se, não sabe posicionar-se no terreno e não sabe defender a progressão do seu adversário directo - factos por demais evidentes na marcação dos cantos gilistas. para "agra var" a sua frágil situação de extremo, constatei que nas duas primeiras vezes que recebeu a redondinha, preferiu "puxar o jogo para a linha" ao invés de procurar terrenos mais interiores e possibilitar o 2 contra 1. em suma: porquê?
mas, estas são as minhas "teorias da conspiração"; o mister é que sabe. ;)

nota final para (mais) uma arbitragem fraquinha, fraquinha - esta da responsabilidade de Rui Silva (AF de Vila Real). para além do lance do Otamendi e de um possível perdão de uma grande penalidade ao meu FC Porto, nos instantes finais da partida (por carga de Săpunaru), não consegui discernir um fio condutor rigoroso e um critério uniforme na aplicação das leis de jogo para ambas as equipas.
mas, como estamos na segunda jornada do campeonato, ainda teremos tempo mais do que suficiente para os alaridos do costume.

ps:
por um "imprevisto técnico" (entenda-se: azelhice pura deste que vos escreve), este post deveria ter sido publicado às 23h50 do dia 19 de Agosto de 2011.
como tal não aconteceu, expresso, desde já, as minhas desculpas pelo facto.

beijinhos e abraços (relaxados)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)  

sugestão musical:
Manifesto, «aos Domingos vou à bola»

6 comentários:

  1. Não seria um jogo fácil e a equipa de Barcelos confirmou isso logo nos primeiros minutos. Tinha a lição bem estudada e as posições acertadas, mas conseguimos mais uma vez contrariar e ultrapassar as oposições e acabámos por sair do Dragão com um resultado positivo, apesar de uma exibição algo murcha - onde apesar de tudo já se notaram melhorias, especialmente na segunda parte.

    Agora resta-nos continuar a trabalhar e preparar da melhor maneira o jogo com o Bercelona.

    Um abraço

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  2. Ganhamos e é o que me interessa. Como diz o outro, até podia ser com um golo com a mão e em fora de jogo que para mim vai dar ao mesmo.


    Estive a ver o jogo do chelsea e estava desde o inicio satisfeito por ver o WBA a ganhar ao libras boas mas a certa altura, já depois do empate, comecei a ter pena do rapazinho e lembrei-me de que um qualquer bêbedo souness podia estar já agarrado a um qualquer microfone com uma mão e a uma garrafa de whisky na outra a gabar-se do seu jeito para a adivinhação e comecei a torcer pelos blues. Quando se deu a reviravolta no marcador fiquei satisfeito e muito me ri ao ver o grito de alivio do miudinho que já se estava a ver despedido à 2ª jornada.
    Continuo mesmo assim a desejar que tenha uma carreira medíocre daqui para a frente. Principalmente nas competições europeias.

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  3. @ Gaspar

    «tinha a lição bem estudada e as posições acertadas»

    actualmente é fácil para um treinador de uma equipa adversária perceber o FC Porto: basta assistir aos jogos na tv. o contrário já é difícil, principalmente se for daquelas (ditas) "piquenas".

    «já se notaram melhorias, especialmente na segunda parte»

    não concordo consigo. acho que, a partir do 3-1, houve demasiada contenção e preocupação em poupar esforços para o jogo contra o Barça.

    abraço
    Miguel

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  4. @ Nelson

    «Ganhámos e é o que me interessa. Como diz o outro, até podia ser com um golo com a mão e em fora de jogo que para mim vai dar ao mesmo»

    discordo totalmente, no sentido em que, enquanto portistas, temos um grau de exigência que já é imagem de marca. no Dragão já não pode ser o jogo pelo jogo: há que incutir nos jogadores (in)tentarem sempre um bom jogo e uma excelente exibição).

    abraço
    Miguel

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  5. Meu caro, o grau de exigência tem que ter um certo grau de tolerância. Ninguém consegue ser bom sempre e, mais dificilmente, desde cedo. Há que dar tempo ao tempo.

    Não nos esqueçamos que na época passada só a partir do fim do ano, em Dezembro, é que começamos a "carburar" melhor. Até então tinha havido muito sofrimento dos adeptos e sofreguidão nas exibições do FC Porto. No entanto, a época acabou como acabou.

    Por isso, para mim e para já, importa-me mais o conseguir ganhar pontos e moral e daqui a uns tempos sim, pedirei "ópera".

    Ah, e espero que tenha percebido o que eu quis dizer com a parte que depois usou para me citar.
    Foi o chamado "matar dois coelhos com uma cajadada só".

    É que no post a seguir a este não dá para comentar e como tal dei a cajadada onde pude.

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  6. @ Nelson

    mas é claro que tem que haver tolerância, apesar de já não estarmos em pré-época e estes jogos já serem a doer. não é expectável que o plantel esteja todo a 100% e a carburar em pleno.

    o que aconteceu foi que percebi mal as suas palavras no seu primeiro comentário; dava a entender uma certa complacência - que houve - para com os jogadores.
    e houve efectivamente uma certa complacência para com os jogadores, por parte da maioria dos espectadores no Dragão, porque (penso eu) temos essa consciência e também se percebe que: (1) só a partir de 01 de Setembro é que tudo estará resolvido a nível de definição do plantel e (2) a partir do 3-1 os jogadores principais (não cito nomes) já estavam com a cabeça no jogo com o Barça.

    e faço minhas as suas palavras: em breve irei «pedir ópera», claro! ;)

    abraço
    Miguel

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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