a questão colombiana

© sensivelmente idiota

nota prévia:

este post deveria ter sido publicado logo após o término da esplendorosa época desportiva (a todos os níveis) do nosso FC Porto. acontece que, por "motivos de ordem técnica" (chamemos-lhe assim), precisamente no dia em que tal deveria ter acontecido, o (falecido) Tomo I foi pirateado e não mais recuperou da sua saúde, até aos dias de hoje, pelo que o mesmo ficou guardado na gaveta.
vê a luz do dia hoje, precisamente um mês após o início das "hostilidades" deste novo espaço da bluegosfera®, e dois dias após o regresso da armada colombiana do nosso clube do coração - à excepção de James, ainda a brilhar e a encantar ao serviço da sua selecção, anfitriã da presente edição do Mundial de Sub-20.

caríssima(o),

desde já aviso que este post será, à semelhança de outros, um tanto ou quanto longo (porque extenso), pelo que sugiro (de boa-fé) que vás buscar uma bucha e uma bjeka para acompanhar a sua leitura. não precisas de me agradecer. gosto de olhar por ti e pela tua linha (redonda, como a minha, a fazer lembrar a do equador).

depois, informo-te que nas próximas linhas e ao contrário do que o título possa sugerir, não iremos abordar a qualidade do produto e/ou os seus diferentes modos de distribuição no mercado e/ou a sua receptividade por este último e/ou as várias formas de liderança para que o mesmo produto permaneça fiel a quem o consome (não raras vezes, por valores exorbitantes e em doses industriais).
e vai daí, até iremos abordar tais questões, não só pela sua pertinência, mas também para se demonstrar que certos e determinados hábitos de consumo estão errados, de acordo com as leis e as exigências dos mercados do séc. XXI.

feitas as advertências iniciais (e para que depois não me venham com tangas de que escrevo pelos cotovelos e que me afasto dos temas essenciais) e por mencionar uma linha imaginária que remete para um país da América Latina que "as" exporta como se não houvesse amanhã, para começar "em grande" abordemos a questão colombiana do nosso FC Porto - a pátria do "produto", por excelência.

a primeira vez que tive contacto com esta questão foi graças a um intermediário, que se prontificava a « dar novos mundos ao Mundo » a quem provasse o que tinha para oferecer. se, por um lado, afirmava que a Colômbia nem sempre seria (re)conhecida pelas melhores razões, também vendia a ideia que apostar no que aquele país nos tinha para oferecer de mão beijada « mesmo que não gerasse receitas a curto prazo, seria um passo em termos da expansão da marca "FC Porto" e de potenciais receitas futuras ». já o mote seria o de que « se o Presente é importante, não podemos descurar o Futuro », e tendo em linha de conta a exiguidade do nosso mercado.

a ideia-chave defendida por aquele "intermediário" seria a de apostar na transmissão de « jogos em directo, resumos dos jogos, documentários com entrevistas, os golos » da armada colombiana ao serviço do FC Porto para um país com quarenta e cinco milhões de habitantes e vizinho da Venezuela, onde reside uma das maiores comunidades lusas de emigrantes.

eu sou adepto de que esta seria uma temática à qual a direcção do nosso clube do coração não deveria descurar: a internacionalização efectiva da marca "FC Porto".
tenho para mim que, no Presente, não bastam só o prestígio e a consagração adquiridos com a conquista de troféus como a Liga Europa ou a Champions. é óbvio que tal ajuda (e muito!), mas passada a sua conquista e o início de uma nova época, as "antenas" voltam-se para os mesmos suspeitos do costume, isto é, os grandes tubarões do futebol europeu e mundial - pelo que a clubes com a dimensão do FC Porto há que lutar por granjear novo quinhão de tal atenção mediática.

para onde exportar a marca marca "FC Porto"?

a América Latina seria, no Presente, uma boa aposta por parte do FC Porto - mais até do que os países lusófonos africanos. foram amplamente divulgadas (e celebradas até!) as conquistas desportivas dos atletas colombianos ao serviço do FC Porto e todos nos recordamos do clima de apoteose em que foi recebido Freddy Guarín. estes são momentos que já deveriam ter sido aproveitados pela direcção do FC Porto, nomeando o contingente de jogadores sul-americanos no plantel portista de embaixadores do clube no seu país natal.

como exportar a marca marca "FC Porto"?

uma forma de se exportar com sucesso a nossa marca, seria com o recurso ao audiovisual.
a parceria com o Porto Canal já começou, pelo que seria de todo proveitoso que já estivesse "estudada" a possibilidade de negócio com canais locais (colombianos, venezuelanos, uruguaios...) da transmissão (em directo ou diferido) de jogos do FC Porto.
também se poderiam difundir programas específicos para aquele mercado com resumos dos jogos, entrevistas com os jogadores, documentários, os golos de El Tigre, etc., à imagem do que, por exemplo, é já é feito pela Premier League.

numa outra vertente, a direcção do FC Porto deveria encarar a possibilidade de uma digressão com jogos na América Latina, defrontando os clubes com maior expressão e dimensão futebolística - à semelhança do que já fazem o Real Madrid, o Barcelona, o Manchester United ou o Chelsea no mercado asiático.
também não seria de descurar o envio de convites a estes mesmos clubes para participarem no jogo de apresentação da equipa azul-e-branca aos sócios, tal como aconteceu esta época.


Paulo Futre, em plena campanha leonina, prontificava-se em trazer o mercado asiático a Portugal para se deliciar com o «melhor jogador chinês da actualidade». a sua afirmação e a sustentação da sua ideia foi tida por muitos (eu incluído) como mirabolante - ao invés do chop-suei de frango e do pato com laranja (os meus pratos chineses preferidos) - e parodiada até à exaustão. mas ele não estava errado quando referiu que há quem dê uma volta ao Mundo só para ver o seu ídolo - seja do futebol ou de outro desporto qualquer. só não vão vir charters todos os dias. ;)
pois eu penso que o meu clube do coração não necessita de ir tão longe (literalmente). para tal, basta aproveitar convenientemente a matéria-prima que já tem ao seu dispor.

beijinhos e abraços (muito latinos)!

e Muito Obrigado! pela tua visita :)

sugestão musical:

Shakira, «waka waka (this time for Africa)»