caríssima(o),
depois de uma ronda por esse maravilhoso mundo da bluegosfera®, encontrei um texto, da autoria de Fernando santos e uma sinopse, ambos publicados na edição impressa de ontem do JN, e que ajudam a corroborar a minha firme convicção de que a derrota ante o todo-poderoso Barcelona - para mim, a melhor equipa de futebol profissional da actualidade - não poderá esmorecer a nossa chama de (mais) uma época para se recordar e de sentirmos um enorme orgulho em sermos portistas.
eis o texto:
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Não há como fugir à factualidade, desvalorizando a argumentação de quem é contra... "porque sim": o Futebol está na primeira linha das raras áreas nas quais Portugal dispõe de reconhecimento no plano internacional. José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Figo e Eusébio, são ícones incontornáveis da identificação portuguesa no Mundo. E outro tanto se passa por via do [5lb] dos anos '60 do século passado ou do FC Porto das décadas mais recentes.
O Futebol não é apenas área através da qual se satisfazem egos; o Futebol obtém mesmo sucessos e é sinónimo disso, sejam eles decorrentes das astronómicas transferências que é capaz de produzir e que o confirmam como um "cluster" [nicho de mercado], seja pelos resultados puramente desportivos.
O mérito deve, pois, dar-se a quem efectivamente o tem.
E o futebol português regista êxitos assinaláveis, não obstante as "guerras de alecrim e manjerona" em que paroquialmente se envolve. Tanto quanto as participações asseguradas na Liga Europa e na Liga milionária desta época, o calendário é marcado hoje por mais um cenário de mediatização: a Supertaça Europeia.
A disparidade de receitas (e despesas) entre FC Porto e Barcelona são um excelente indicador de como um emblema português teve (uma vez mais) a arte e o engenho para dar cartas junto da elite, furando a malha da vivência do dia-a-dia num inexorável segundo mercado do futebol europeu - a escala do país em todos os índices para a rentabilização económica é o que é. Se ninguém de boa-fé pode descartar o mérito, o FC Porto vs. FC Barcelona da Supertaça europeia não se confina a essa vertente de disparidade de meios para atingir um fim.
Há, na verdade, um factor identitário comum, muito bem expresso, aliás, no lema subjacente aos catalães. Como o FC Barcelona, também o FC Porto é «mais do que um clube» [més que un club, em catalão]. Ambos os emblemas são, de facto, expoentes de afirmação de regiões e os seus dirigentes não abdicam dessa posição de porta-bandeira contra a tendência centralista de Lisboa ou Madrid.
Só que, também aqui, há diferenças. Enquanto a imagem do Barcelona é alavancada pelo efectivo poder autonómico da Catalunha, a do FC Porto reflecte-se na base de uma orfandade de intérpretes com influência e capacidade de afirmação do Norte de Portugal no todo nacional. E esse é mais um ponto a seu favor. Afinal o FC Porto dá prestígio ao país e simultaneamente mantém-se, quase solitário, como marca de água de uma Região.
É o que se pode considerar um perfeito dois em um.
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fonte: jn.pt
ps: os negritos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
eis a sinopse:
© jn | reflexão portista
penso que é por demais elucidativo o porquê do meu orgulho, pelo que me dispenso a tecer mais comentários.
« somos Porto! »
sempre!
sempre!
Impressionantes as diferenças. Era mais fácil se fôssemos muito ricos, mas assim sentimos mais orgulho. Quem, como eu, nasceu nos anos 70, viveu com este clube o que muito poucos adeptos no mundo podem dizer que viveram. Obrigado, PORTO.
ResponderEliminarAinda acordado a estas horas tristes, por motivos de trabalho. Verifico agora a primeira página do Record de amanhã. 10% da primeira página dedicada ao seguinte título "Muito Barça para pouco Porto". Isto é o que eu chamo VERGONHA.
ResponderEliminarEstádio cheio, grande ambiente, duas claques apaixonadas e vibrantes, um clima de festa, todos os ingredientes reunidos para uma grande noite do futebol. De um lado o campeão europeu, o super-Barça de Pepe Guardiola, considerada a melhor equipa do mundo e super-favorita, do outro o F.C.Porto, vencedor da Liga Europa, único clube do futebol português que de há muitos anos a esta parte, consegue estar na alta roda do desporto-rei e competir ao mais alto nível.
ResponderEliminarE o F.C.Porto competiu, perdeu e perdeu bem, frente a uma equipa que lhe é superior, aliás o Barça é superior a todas as equipas do futebol mundial, mas não há nada a apontar à equipa portista. Trabalhou, lutou, mostrou qualidade e saiu do principado com o prestígio incólume.
Frente a este Barcelona para ganhar é preciso fazer uma exibição perfeita. Linhas bem marcadas, espaços reduzidos, concentração máxima, qualidade com a bola e não cometer erros. Eles com espaços, com tempo para pensar e executar, não dão hipóteses, mais, cada erro paga-se caro. Foi, numa análise simplista, mais ou menos isto que se passou. Estivemos bem, concentrados, bem tacticamente, o Barça dominava, mas o Porto replicava, até que Guarín, cabeça sabe-se lá onde, cometeu um erro, entregou a bola a L.Messi e entregar a bola a L.Messi naquela zona, é a morte do artista.
Foi com a vantagem mínima e injusta, que o Barcelona foi para o intervalo. Voltamos bem, fomos estando vivos e bem vivos no jogo, criamos lances de perigo, até que, na fase final e já com menos um - expulsão de Rolando -, sofremos o segundo golo, a 3 minutos do fim, resultado que é justo, embora o F.C.Porto merecesse ter marcado.
Não vou falar do árbitro, não vale a pena. Não gosto de me desculpar com conversa de calimero, mesmo quando as razões são óbvias.
Um abraço
@ Doctor J
ResponderEliminarsó agora publiquei o teu comentário pertinente, escrito a altas horas da madrugada. tive o mesmo espanto que tu, principalmente por ter perdido um "outro" jogo que não o que vimos. provavelmente "aquele" jogo que alguns «gloriosos» tão ardentemente desejavam e que não se concretizou.
efectiva e comprovadamente, incomodamos muitos «gloriosos» interesses instalados quando somos Porto!, não só no País, mas sobretudo na Europa!
abraço
Miguel