domingo, 28 de agosto de 2011

paciência, Domingos



caríssima(o),

confesso que estava convencido que hoje não iria teclar e ficar de "papo para o ar"; mas, depois de ter visto os últimos vinte minutos do encontro do Zbording ante o Marítimo não resisti.

antes de tudo, uma breve explicação.
quem me conhece, sabe que nutro uma grande empatia pela centenária instituição "Sporting Clube de Portugal", superior à do seu vizinho na Segunda Circular. acontece que, depois das declarações alarves de Carlos Barbosa e mais recentemente da "calimerização" de que se julgam vítimas, fica difícil para mim gerir as emoções. e atenção que só me refiro aos seus responsáveis; é que pela esmagadora maioria dos seus adeptos estamos conversados, no sentido em que nem vale a pena o esforço (felizmente há honrosas excepções, que não se verificam nos afectos à agremiação de Carnide).
agora, sempre que tenho que me referir ao clube dos vasquinhos, a primeira reacção é a de me apropriar, ou da forma como os "Gato Fedorento" imitavam o Paulo Bento (Zbording), ou então da do humorista Miguel Sete Estacas (Sportém) na rubrica "chuto na bola". enquanto este clima de crispação persistir será difícil para mim regressar à normalidade, por assim escrever.

de regresso ao que me trouxe ao teu encontro.
Domingos Paciência foi uma das estrelas do nosso FC Porto que sempre admirei. adorava as entrevistas em que havia referência às suas origens e ao companheiro inseparável (de então) e meu ídolo de sempre: Vítor Baía. de todos os golos que marcou com a camisola do FC Porto (e foram muitos), há um que não me esqueço: o que nos garantiu o acesso à fase de grupos na Champions, edição 1993/1994. aconteceu nos instantes finais da partida ante o Feyenoord, depois de um golo (mal) invalidado ao FC Porto e num portentoso remate de fora da área, ao ângulo superior direito da baliza defendida por Ed de Goeij. o treinador de então era Tomislav Ivić.

se do seu percurso como jogador não há nada a lhe apontar, já como treinador há algo que esta época está a tornar-se evidente para mim. mas já lá vamos.
até ao seu ingresso no Zbording, não duvidava das suas capacidades de liderança. a última época ao serviço do SC Braga é certamente o seu melhor cartão de visita. e cheguei a defender a sua inclusão no comando dos destinos do FC Porto, após a saída do Professor Jesualdo Ferreira, na companhia de Jorge Costa. considerava que poderia ser uma dupla de sucesso e capaz de colocar nos eixos um plantel algo descrente das suas potencialidades após as quatro épocas no Dragão. o problema que se colocava é que seriam "dois galos a disputar um mesmo poleiro". porém, este ingresso no Sportém está a fazer com que eu mude de opinião. explico e para além do que se sabe sobre o clube dos viscondes, sobretudo as suas crónicas (a) "falta de ar", (b) péssima organização e (c) sofreguidão em regressar ao éden por conquistar um campeonato nacional (apesar de nunca o admitirem).

este início de época do clube que ficou a trinta e seis pontos do primeiro lugar (!!) na época passada está a demonstrar que mesmo depois de garantidas quinze jovens contratações (!!) - todas elas estrangeiras e nenhuma nacional e/ou proveniente da Academia -, ainda não há Equipa: nem entre os jogadores que constituem o plantel, nem técnica. aliás, o que me foi dado observar dos instantes finais da partida ante os madeirenses, revela que
1) o nosso Mingos está longe de agradar, com um trabalho hercúleo pela frente, principalmente porque ainda não há um fio de jogo nítido, e das várias equipas principais que já fez alinhar, todas elas parecem "um molho" de onze jogadores que não sabem o que fazer dentro de campo. e ainda há quem duvide das capacidades do plantel portista;

2) para um clube (dito) «grande» e que quer ser campeão, o plantel do Zbording ainda demonstra erros gritantes (por que infantis) nos jogos que disputa, sobretudo na defesa;

3) há muita falta de diálogo entre os companheiros da equipa. aliás, penso que já há vários grupinhos dentro de um grupo de trabalho que trabalha junto há sensivelmente dois meses.

depois destas três breves notas que registei nos vinte minutos que vi da partida e de perceber que em todas elas o treinador principal desempenha um papel preponderante na sua (rápida) resolução, dei comigo a pensar, para os botões que não possuo na t-shirt que vestia, que (i) ainda bem que o nosso grande presidente nunca foi em cantigas nem em modas (daí o Mingos não ser o treinador do FC Porto) e que (ii) lastimo este péssimo arranque de campeonato pela péssima imagem que trará ao curriculum do Domingos. mais um resultado negativo e acredito que não haverá paciência q.b. para o manter no comando técnico do Sportém, nem tolerância por parte dos adeptos, nem pachorra para mais uma conferência de imprensa a lamentar as «más arbitragens».


ps:
 

actualização às 15h, de 2011-08-29, tendo por base a edição impressa do pasquim da Travessa da Queimada

«
pergunta: a arbitragem explica alguma coisa [dos maus resultados]?
Domingos Paciência: Tudo acontece a esta equipa. O Evaldo está em jogo* no golo anulado, mas a maior responsabilidade é nossa, pois esse golo poderia não ser suficiente para ganharmos. A exibição foi má demais, os erros foram demasiados, portanto não vamos por aí... Temos de reconhecer que fomos muito maus. Não ganhámos e é natural que a tristeza seja muito grande. É difícil explicar derrotas como esta... Estas derrotas acontecem porque há erros a mais para um jogo só. Fomos, temos de reconhecer, muito maus. É uma questão de atitude e agressividade dos jogadores. São erros a mais para um jogo só.
»

* o Evaldo parece-me ligeiramente adiantado (com a cabeça) relativamente ao penúltimo defensor, no momento preciso do passe. acontece que Postiga também está no enfiamento do lance, em fora-de-jogo...


beijinhos e abraços (muito verdes)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)