terça-feira, 14 de janeiro de 2014

de uma estória a propósito da sua história, para memória futura...




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Pinto da Costa e Eusébio


O clássico desta tarde, na Luz, tem quase tudo para ser arrebatador das emoções do povo que gosta da bola e se revê nos clubes envolvidos, que primam por uma rivalidade injectada de esteróides. 
Desde logo, a homenagem a Eusébio: um simbólico minuto para um símbolo de décadas, que se eterniza na camisola da águia; depois, o jogo em si, as duas equipas em acção, a promessa (dizem) de bom espectáculo e (quem sabe) de golos.

De Eusébio, a propósito, ainda não está tudo, digamos, resolvido. Nem para o 5lb, nem para o FC Porto
Os encarnados andam em obras de beneficiação do local da estátua, alheios à vontade do autor da obra, e pretendem juntar o bom da tarde, o jogo, ao ideal que o 'king' lhes deu: vitórias; e os portistas, que me surpreenderam, em parte, pela ausência no funeral do grande futebolista nascido em Moçambique, certamente prestarão agora o devido (embora discreto, presumo) tributo ao "Rei", actuando como campeões.

Aliás, a história de Eusébio, que será mil vezes recontada, não pode, nem deve, esquecer um capítulo importante e decisivo para a sua própria vida, que não foi sempre tão colorida quanto os últimos relatos televisivos.
Na verdade, Eusébio teve em Pinto da Costa talvez o melhor que lhe poderia ter acontecido no final dos anos setenta, quando escasseavam os escudos na algibeira do artista e já o abismo o encarava.
Rezam as crónicas que estava Eusébio, um dia, em Aveiro, tal como uma comitiva dFC Porto, quando Pedroto o viu e a quem lhe deu conta das suas dificuldades financeiras. Pinto da Costa, mesmo sem telemóveis por perto, jura ter então ligado ao amigo Fernando Martins, ameaçando-o literalmente de levar o símbolo benfiquista para as Antas - o que, a verificar-se, constituiria uma vergonha para o clube da Luz. Obviamente, Martins logo tratou do assunto. 
O resto, como diz o outro, são histórias para futuros romances...

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autor: paulo montes
fonte: um coiso lampião (2014-01-12) 
psos negritosos itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.


a mesma estória, pela "voz" do nosso querido líder:

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Sempre nos demos bem, mas a grande convivência que tive com ele foi no princípio do meu mandato (talvez 1982). 
FC Porto foi jogar um amigável com o Anadia. O Toni estava a organizar o jogo para ajudar o clube e tinha já conseguido o Eusébio e o Simões, que iam estar do lado do Anadia, e o nosso treinador, o Pedroto, pediu-me para levarmos uma equipa. No fim, fomos cear em casa de um amigo que tinha lá umas caves, e o serão durou pela madrugada fora. 
Recordo-me de que o Eusébio estava-se a queixar ao Pedroto da situação um bocado complicada em que estava financeiramente. O Pedroto disse-lhe: "Está descansado que nós vamos arranjar alguma coisa no FC Porto!". Falei depois com o Fernando Martins, presidente do Benfica e muito meu amigo, e disse-lhe: "Olhe, o Eusébio está em dificuldade. Ele é um símbolo do Benfica e é uma vergonha para si se ele amanhã aparece a trabalhar no Porto. Mas se você não arranjar, eu arranjo!". 
Ele agradeceu-me e garantiu-me que ia resolver o problema – o que felizmente fez. O Benfica soube ser reconhecido por tudo o que o Eusébio fez pelo clube e, até aos últimos dias, foi sempre prestigiado e bem tratado. Desde aí, mantivemos sempre um excelente relacionamento. Mesmo nos momentos mais quentes com o Benfica, ele ia sempre cumprimentar-me aos balneários.

Desde 1966, no Mundial de Londres, que é o ídolo de todos os portugueses. Foi um jogador fenomenal, como houve muitos e ainda há. Mas o que não há é um ser humano comparável ao Eusébio: mesmo no auge, manteve sempre uma simplicidade e humildade eu diria quase "anormais". Era, de facto, um grande ser humano.

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autor: Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa
fonte: sol (2014-01-12) 
psos negritosos itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.


esta "posta de pescada surge no seguimento da última, ali em baixo, e em resposta a alguns comentários menos dignos (e nada, mas mesmo nada «gloriosos») que recebi, e que dão conta de um lamento generalizado, por parte da facção lampiónica, de que a postura do nosso clube do coração, aquando das exéquias ao "Pantera Negra" foi «a todos os níveis, lamentável».

pois bem: 

para lá da postura da falange de apoio portista, que se deslocou ao antr... ao "ex-estádio da Lucy", insisto que a actual Administração do meu clube do coração teve um comportamento exemplar durante todo este tempo.
o quê?!, insurgem-se as "virgens ofendidas" do costume. mas então, só porque não houve alguém que estivesse presente no funeral é que fomos os maus da fita?! mas alguém de bom-senso acredita que tudo teria corrido com a "normalidade" do momento em questão se alguém da direcção do FC Porto tivesse comparecido naquele "momento solene"?!
proponho um exercício ao estilo "suponhamos que...". suponhamos que Pinto da Costa e/ou alguns administradores da SAD apareciam na igreja para enviar condolências à família enlutada. alguém acredita que, de boa-fé, não haveria agitação, burburinho? e seria essa a melhor forma de homenagear o 'king' -sobrepor uma outra figura àquela que se está a "celebrar"? sinceramente não o creio. e o episódio dos cachecóis só vem confirmar que a decisão em não comparecer foi a mais acertada. e esta é a minha opinião. e não, eu não sinto qualquer vergonha por a sentir e partilhar contigo.

mais:

tenho sérias dúvidas de que a «gloriosa» falange de apoio do mais, maior, grande clube luso se comporte (sequer!) como nós o fizemos, por exemplo, quando desaparecer aquele que, para nós, é o nosso "eusébio". basta recordar a postura de muitas(os) (sobretudo colunáveis) aquando do seu último internamento e do que (não) disseram... ou do que (não) se disse aquando da partida de Pôncio Monteiro para um mundo melhor...
somos, de facto, enormes! e, contra todas as manchetes que já estavam preparadas para serem impressas nos pasquins do costume e que tiveram que ser recolhidas, fomos verdadeiros campeões: sobretudo do Civismo e do (se dar ao) Respeito.


"disse!"



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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)