sexta-feira, 20 de setembro de 2013

dez coisitas que me melindram em ti...


© Google Miguel Lima (Tomo II)
(clicar na imagem para ampliar)


... enquanto meu vizinho :


1) que gastes o soalho do teu apartamento e desgastes a minha paciência, com "aqueles" saltos agulha que tanto gostas de calçar a partir de uma certa e determinada hora em que o recato é necessário, desrespeitando o meu direito ao descanso e o dos que me são mais queridos.

2) que infelizmente não sejas como a vizinha do apartamento 2B, e me batas à porta, a desoras, com trajes que envergonhariam um(a) nudista numa praia deserta a sós contigo - ao ponto de me esquecer o que é que pediste emprestado.

3) que abras a porta de entrada do prédio a toda a gente que desconheces em absoluto, incluindo os aborrecidos dos vendedores de operadores de televisão por cabo aos quais acabei de recusar a admissão na propriedade urbana que partilhamos para não ser incomodado com questões que não me interessam (de todo!).

4) que não reconheças as vantagens do conceito de reciclagem e (também de uma forma literal) conspurques a sala comum dos lixos com os desejos que tu e a tua família produzem diariamente.

5) que te estejas a borrifar para aquela cláusula do regulamento do condomínio que proíbe terminantemente o uso de animais domésticos em qualquer fracção do prédio, incluindo a tua. 
e por «animais domésticos» (sub)entende-se que não se refira aos teus descendentes.

6) decorrente do ponto anterior, que não te preocupes com o sossego dos outros e não te incomodes por o canito, que compraste para agradar ao teu catraio, o qual entretanto prefere passar o tempo a jogar PSP, lata a horas um pouco (como dizê-lo...) inconvenientes - coincidentemente à mesma hora em que se pressentem "aqueles" saltos agulha...
(e já nem aludo à questão da higiene pública e do dever cívico a que estás obrigado, os quais também são uma verdadeira incógnita para ti...)

7) que, por cada vez que regressas de um hipermercado perto de ti, utilizes o elevador (como que) individualmente para transportar os produtos que adquiriste para os teus aposentos, e a horas em que o cão ladra, «o gato mia», "aqueles" saltos agulha são audíveis, e este pai aqui agonia por uma morte rápida e que nunca mais chega. ou então, que sejas fulminada(o) por um raio que te parta - é-me igual...

8) que sejas tão apologista das Novas Tecnologias da Informação ao ponto extremo (quase máximo) de prescindires de um telefone e optares por verbalizar os teus pensamentos via skype©, os quais são audíveis da garagem.

9) que tenha que me deslocar ao teu (in)cómodo aposento, nessa unidade residencial que nos é comum, para pedir-te, por gentileza, que me devolvas o que pediste emprestado no ponto 2).
(é que, como não és a vizinha do apartamento 2B, não o consigo relevar...)

10) que grites "guooloo!" por um clube que não é (nada, mas mesmo nada!) querido por mim, como se não houvesse Amanhã e mesmo para lá do minuto 92' - não sei se me faço entender...


haverá outras situações certamente.
eu, para já, passo-me (só) com estas...



sugestão musical: 



4 comentários:

  1. Ponto 1: Ontem (hoje) eram 1:35 e em vez de saltos de agulha pareciam socas de madeira.

    Ponto 2: Só me bate à porta a do 1º dto que vem de robe efectivamente mas tem oitenta anos e é só quando se esquece do "pingo" (sic) do telemóvel.

    Ponto 3: Infelizmente são todos... E testemunhas de Jeová também. Pior que tudo é que a minha porta não tem óculo para espreitar!

    Pontos 4-9: Nada a apontar.

    Ponto 10: Todos esses gritos são abafados por uma larguíssima comunidade cabo verdiana que apoia a plenos pulmões a mais bela cor (que são duas). :)

    Tudo resumido, entendo as irritações e sinto-me priveligiado! ;)

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  2. @ runes

    caríssimo,

    mais uma vez, muito obrigado! pela visita e pelas gentis palavras

    no fundamental e em "bom" Português:
    acho que é consensual que é muito f**ido viver em apartamentos e conviver com alguns espécimes da nossa raça animal :D

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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  3. Caro Miguel,
    Desde sempre vivi numa casa e, portanto, nunca tive qualquer um desses problemas. Contudo, agora estou a viver num apartamento... logo, imagino o que me espera! pelo menos nao a nenhum andar superior ao meu! mas tenho ao lado!

    Cumprimentos

    Ana Andrade

    www.portistaacemporcento.blogspot.com

    www.artigosonlineanaandrade.blogspot.com

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  4. @ Ana

    caríssima,

    vivi trinta e três anos da minha vida numa casa térrea, com quintal e vizinhos tranquilos a ladearem a propriedade dos meus progenitores.
    foram tempos tão, mas tão felizes, que nem me quero lembrar par não ficar ainda mais deprimido.

    sobre o viver "em caixotes empilhados" (expressão do meu Avô), há tanto, mas tanto para lhe contar que não a quero deprimir também :D
    o melhor é ir vivendo um dia de cada vez :D

    cumprimentos
    Miguel | Tomo II

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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