sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

portanto: tudo está bem quando acaba... mal?! [actualizado com material do pasquim da Travessa da Queimada]



© google


caríssima(o),

provavelmente irei replicar muito do que entretanto já foi escrito, por esse "maravilhoso mundo que é a bluegosfera, inclusive pelas suas caixas de comentários, a propósito da mais recente entrevista do nosso querido líder aos microfones do Porto Canal. é um risco consciente que corro, pois que, tal como ontem, no encontro para "ex-taça da bjeKa, só a pude ver em diferido
no entanto, tenho a certeza absoluta que o que a seguir lerás será em primeiríssima mão, pois que se trata da minha opinião sobre a dita e só agora é que a partilho contigo.

antes de tudo e para os mais incautos, convém recordar três premissas muito importantes:

i)

o Presidente é tão portista quanto nós, adeptos indefectíveis do Clube;

ii)

desde que chegou à presidência do Clube, a sua gestão é feita "de dentro para fora" [obrigado! Hélder, pelo pertinente reparo] e nunca o contrário desta, preservando a reserva e o recato de todos os assuntos internos que lhe dizem respeito;

iii)

os interesses do grupo de trabalho estão sempre acima das expectativas que os adeptos possam criar.


tendo-as sempre presentes, partilharei contigo o que achei da dita entrevista.
começo pelos seus aspectos positivos.
antes de tudo, folguei saber que aparenta estar bem de saúde. depois da intervenção a que foi sujeito e do melindre que causou na nossa massa adepta, esta é, de facto, uma boa notícia.
depois, gostei do "recado" que mandou para dentro do clube, com a distinção entre «sócio» e «adepto». e da defesa intransigente do grupo de trabalho ao dispor de Paulo Fonseca e do profissionalismo deste. e de perceber que priori Fernando não sairá já no final deste mês. e de ter dado uma má notícia para quem desejava a cabeça de Paulo Fonseca e se esquece da premissa iii). e da "descasca" ao actual Presidente da Liga Portuguesa de Futebol (muito pouco) Profissional. e do sucesso do Museu do clube - que farei questão de visitar na companhia do meu filho e da minha esposa, num momento que espero que seja único e inesquecível (pelo que ainda terei um ano para (des)esperar... valha-me que já começa a literalmente gritar "Pooo'tooo", por sua iniciativa, sem muita influência minha e apesar de ainda não saber o seu significado)
e penso que é só. acho que não me esqueço de mais nada.

já dos aspectos negativos, aí tenho algo mais a contar pois que, no cômputo geral, a entrevista não me agradou, sequer por aí além...
acima de tudo e apesar de perceber a sua (que é a nossa) indignação com algumas arbitragens, justificar a perda de pontos no campeonato com algumas prestações más de alguns árbitros nacionais é querer "tapar o Sol com uma peneira". salta à vista de todos que o nosso clube do coração tem feito uma má época também (e sobretudo) devido ao péssimo futebol que a equipa principal vem praticando. 
assim, justificar o actual o atraso de três pontos para o primeiro classificado com este argumento, ficou-lhe mal - tal como só relembrar as bolas nos ferros para demonstrar a «falta de sorte» na eliminação da Champions. neste aspecto, convinha que o entrevistador "os" tivesse no sítio para fazer as perguntas que, no meu entendimento, se impunham. mas já lá vamos...
portanto, considero que estas desculpas foram "um tiro no pé", e que os "delgados" que tão bem criticou não perderão a oportunidade de lhe cair em cima por as ter proferido...
também não gostei dos ataques que desferiu a António Oliveira e a Fernando Gomes - potenciais nomes para lhe sucederem na presidência do Clube. o primeiro - e por muito que se lhe possam apontar dúvidas acerca do seu portismo -, limitou-se a expressar o que muitos de nós afirmamos (quase) diariamente nos cafés e/ou escrevemos em blogues. tudo bem que o grupo «não atirou com a toalha ao chão»; mas foi um péssimo FC Porto que se apresentou no ex-estádio da Lucy. mais uma vez, o entrevistador com uma oportunidade para, por exemplo, perceber o porquê da ida ao balneário se o grupo «não atirou a toalha», e limitou-se a acenar como a cabeça, como os burrinhos... a Fernando Gomes e por muito que corrobore algumas das críticas apontadas (a da ida ao Gabão, por exemplo), não considero que tivesse tido a lisonja que aquele, no meu entendimento, merece. fiquei com a nítida sensação de que há remoques e/ou feridas abertas por sarar, com a utilização da Olivedesportos para servir de argumento a justificar este meu pressentimento.
por último, também não gostei (e mesmo nada!) da dispersão por outros temas que não incidiam com o quotidiano azul-e-branco. com tanto por perguntar (e já lá vamos, prometo!), a última coisa que queria saber era da opinião sobre a justiça da entrega da bola de ouro ao "CRtriste... ou do que pensa Platini sobre este assunto...


para finalizar, conforme o prometido e para lá dois dois exemplos já referidos, eis o que eu gostaria de ter ouvido na entrevista e não tive essa oportunidade.
acima de tudo gostava muito que o Tiago Girão não tivesse demonstrado "tanto respeito" pelo seu patrão e tivesse feito uma entrevista a condizer com o que se pretendia ouvir do nosso líder máximo, num momento tão conturbado, que já envolveu, por exemplo, (pelo menos) três idas ao balneário e uma reunião entre o treinador, elementos da Direcção, capitães da equipa e líderes da claque SuperDragões. esta era uma boa deixa para tentar saber se a tal «confiança cega» existe mesmo no balneário e/ou se este respira mesmo "saúde". ou para perceber o porquê de se ter criado esse precedente. e de se o grupo de trabalho sabia do resultado que aconteceu na Rússia, antes de entrar em campo para defrontar a equipa austríaca e não deixar tudo (de)pendente para o jogo de Madrid - que foi o único que foi abordado, mas pela questão que nenhum portista concorda e que é a da Sorte e/ou Azar.
mais do que eventuais nomes de hipotéticas saídas, gostava de saber o que o nosso grande presidente acha do tal «ciclo de três anos» que a SAD preconiza para os atletas do clube e se tal não é mesmo um risco que se tem que ter em conta - pois que se interliga na questão das expectativas que os atletas criam, vendo o clube como «trampolim». olha, assim de repente surgiu outro tema que não foi abordado convenientemente: a hipótese de uma eventual perda da «mística do clube» no balneário. esta questão também entronca na "saúde financeira" do clube e da SAD - uma temática que nem sequer foi aflorada e com tanto para perguntar...
também gostava de saber o que o clube pretende fazer para (i) expandir a marca "FC Porto" além-fronteiras (por exemplo: a digressão às américas foi um acto isolado ou será uma experiência para repetir?) e (ii) como pensa incrementar as receitas do merchandising do Clube.
também gostava de ter ouvido uma palavra que fosse para as modalidades (ditas) "amadoras" do Clube; acho que fica para a próxima. e de saber algo mais sobre a eficácia política de comunicação dClube, não só para com os seus associados, mas também para o exterior - por exemplo, porque é que não há um programa de debate do seu quotidiano e/ou de defesa dos seus interesses no canal que é gerido pelo Clube?
penso que já é suficiente, certo?


para concluir e por muito cáustico que tenha sido nas linhas atrás redigidas, há algo que eu sei que não farei: ser injusto e ingrato para quem tanto e tantas alegrias me/nos deu, desde que me conheço para o meu/nosso clube do coração. 
tenho a perfeita noção e a consciência tranquila, de que o que escrevi foi em prol do Clube - que não é perfeito, assim como o seu Presidenteagora, também sei que não serei capaz de escrever algo como o que é reproduzido na imagem abaixo e cujos teor e contexto podem ser lidos na íntegra aqui:


(clicar na imagem para ampliar)



actualização às 13h28m:

eis o que (também) de "melhor" se publicou na edição impressa de hoje, do pasquim da Travessa da Queimada, com o especial destaque para a mais recente crónica de Pedro Marques Lopes ("adiar o inadiável"), na sua (agora) habitual coluna de opinião BRASÃO ABENÇOADO, e com a qual estou inteiramente de acordo e considero ser difícil discordar, pela sua objectividade.

vais ter muita sorte, ó "guardanapo de papel"...


"disse!"



5 comentários:

  1. Boas

    ""de fora para dentro""?? não quererás dizer o contrário, "de dentro para fora" ??

    Abraço

    Helder Silva

    ResponderEliminar
  2. @ Hélder

    antes de tudo, bem-vindo! a este espaço :D

    depois, muito obrigado! pela vossa visita e pelo pertinente reparo!
    é óbvio que era o que queria ter escrito. foi a "emoçóm" a falar mais alto :D

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

    ResponderEliminar
  3. Miguel,

    Também detestei a entrevista.
    Para dizer o que disse, mais valia estar calado. Foi uma hora a atirar areia para os nossos olhos e a insultar a nossa inteligência.
    É certo que lhe devemos muito - basta ires ao Museu e perceberás que 90% do que lá está em exposição foi no seu consulado. Mas, apetece-me dizer: "assim não, sr. Presidente!". É que foi mau demais para ter sido verdade.

    Compreendo que queira ter protegido a sua «aposta pessoal». Mas a forma como o fez foi no mesmo estilo da «confiança cega» do «fraquinho» do "preocupações Fonseca". Como dizes e bem, foi um autêntico "tiro no pé".

    Quanto ao «burrinho» do "pé de microfone", estou de acordo com tudo o que referes. E também eu queria que as perguntas que apontas fossem algumas das que gostaria de ter tido resposta. É como dizes: fica para uma próxima...

    Se não vencermos o Setúbal este Domingo, ou na primeira vez que perdermos pontos - que a "jogar" como temos vindo a fazer, é certinho e direitinho que vai acontecer (e não estou a torcer para que tal aconteça, note-se bem! É só uma constatação, que até o Pedro Marques Lopes aborda na crónica de hoje, no pasquim do Serpa) -, quero ver que argumentos é que serão utilizados.

    Abr@ço
    SdF

    ResponderEliminar
  4. Hello... mas alguém estava à espera que PdC não protegesse o Paulo Fraquinho? Se tinha dúvidas em relação ao teor da entrevista, essa não era uma, essa era uma certeza que tinha.

    Gostei de Fernando, do marcar de posição em relação a A. Oliveira, de ser ter insurgido contra as arbitragens de Estoril e Galinheiro.

    Não gostei que justificasse exclusivamente a desvantagem pontual e eliminação da UEFA Gazprom League com as arbitragem e os azares respectivamente.

    Sugiro que sempre que o Porto Canal entreviste PdC mude o nome do programa para 92 minutos à Porto porque 45 é manifestamente pouco para o que havia para dizer :)

    Abr@ço...

    ResponderEliminar
  5. @ Sugus e Loureiro
    caríssimos,

    muito obrigado! pela vossa visita e pelas vossas gentis palavras!

    no fundamental:
    foi um momento mau, numa altura própria e por muito que muitos considerem que não o deveria ter feito.

    abr@ços a «ambos os dois» :D
    Miguel | Tomo II

    ResponderEliminar

vocifera | comenta | sugere
(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

Show Emoticons