sexta-feira, 2 de novembro de 2012

dos plenos poderes presidencialistas...


 


caríssima(o),

o efeito de uma dor imensa, expressa no final do dia de ontem, ainda não passou, antes pelo contrário; agudizou-se depois de ter (re)visto este vídeo de ter (re)lido esta notícia, via "Kosta de Alhabaite". 
enfim... nada que me surpreenda e para quem (ainda não) se acostumou a ouvir a expressão «é a crise, estúpido!» desde tenra idade. curioso é perceber como, neste "rectângulo à beira-mar (im)plantado"®, quem nos (des)governa convenientemente não se envolva o conveniente e suficiente por aplicar a outra visão da crise - aquela que os chineses fazem por se envolver com afinco -, talvez por (in)convenientes inconveniências...

mudando a ampulheta para outros assuntos, (igualmente) dignos da minha/nossa maior atenção.
o nosso caríssimo Rui Moreira, na sua coluna de opinião habitual e que dá pelo nome de PLENOS PODERES, no seu artigo "o milésimo" escreve assim:


 
© abola
(clicar na imagem para ampliar)



penso que não há dúvidas - a não ser na mente (perversa? maledicente?) do sr. fernando guerra, o visado no início do artigo de opinião em causa.

já Paulo Teixeira Pinto, opta por tecer um considerando (pertinente) sobre a forma como um jogador deve jogar "de cabeça", num escrito com o mesmo título. e refere como exemplo, Leo Messi - esse mesmo que, acabado de conquistar a boTa de ouro, não se coloca em bicos de pés e tece (breves) mas apropositados elogios não só a 'el único' e ao actual Real Madrid, mas também ao "nosso" CRTriste® - um gesto que duvido que este último venha a ter e se vencer a boLa de ouro...
curiosamente e sobre a «tristeza» que desassossegou o CRTriste®, recomendo a leitura do artigo de joão bonzinho "o que é inexplicável". nele ficamos a saber que há de facto diferenças que são «inexplicáveis», mas só para alguns - provavelmente nacionalistas bacocos, acomodados a um estigma saudosista que já não existe (e/ou deveria existir).

de regresso ao quotidiano azul-e-branco.
hoje é dia de bola a rolar no (maltratado?) relvado do nosso teatro de sonhos, lá pelas 20h15m.
lastimo que alguns portistas não possam (re)ler os lançamentos dos encontros da nossa equipa do coração pela pena do caríssimo Jorge, em "ouBe lá, ó mister!", nesse indesmentível blogue de referência que dá pelo nome de "Porta19" e tenham que se cingir às teorizações (bacocas e demasiado "ocas") dos escribas que vegetam pela redacção do pasquim da Travessa da Queimada. só assim se pode explicar o que sub-repticiamente se subentende nos escritos de nuno vieira ("onze magníficos entram em cena") e de orlando vieira ("trio para inspirar todos os outros") - «ambos os dois» a desejar um resultado negativo do nosso clube do coração...

também, na edição impressa de hoje, do pasquim em causa, é possível confirmar a persistência dos mesmos escribas na propagação do seu mercado virtual de transferências: ele é a notícia "Fenerbahçe tenta Rolando" (por intermédio da pena do sr. carlos-com-apelido-de-substantivo-colectivo-para-o-que-ele-é) e a de que "Fulham prepara 4M€ por Mangala" (por miguel mendes)...

também ficarei à espera (sentado, pois claro...) de um artigozinho de opinião, mas que não por alguém afecto às nossas causas desportivas, a propósito da notícia (literalmente de rodapé) que reza assim:
"FC Porto e 5lb entre os vinte clubes mais valiosos".

pois, mas o título é omisso no real conteúdo da dita, a qual se refere a um estudo elaborado pelo site alemão 'TransferMarket' que valoriza o plantel portista em 173.75M€ e o da (dita) «gloriosa» agremiação de Carnide em 170.45M€...
e já que me pronuncio sobre o clube afecto aos lampiões, é assaz curioso perceber como paulatinamente os factos revelados por Rui Rangel se tornam realidade: ou seja, nem o plantel é assim tão valioso, nem o Passivo consolidado do clube está longe dos tais 500M€, como se pode ler aqui.

para finalizar (e porque já deverás estar a entrar em "estágio" para o encontro de já daqui a bocadinho), três brevíssimas notícias:

1)
o pedido de desculpas público de Denisov, outrora estrela em ascensão do Zenit e actualmente a eclipar-se lentamente;
2)
a probabilidade de Stephane Demol poder ingressar a equipa técnica do Sporting CP;
3)
a inclusão do ex-Procurador Geral da República e "Cunhas e Rodriguinhos" no comando da nova Instância de Controlo Financeiro "da" UEFA de Platini.

beijinhos e abraços (ansiosos por mais uma vitória)!
Muito Obrigado! pela tua visita :)



quinta-feira, 1 de novembro de 2012

sem euros...


 
© felizardo cartoon * | Miguel Lima (Tomo II)
(clicar na imagem para ampliar)


... é quanto receberei no meu próximo vencimento, e se tiver tal sorte - de ainda ter um vencimento, entenda-se.



 © Henrique Monteiro
(clicar na imagem para ampliar)


e depois dos cobardes alarves que sentam o traseiro nas confortáveis cadeiras do Parlamento e em frente a monitores que utilizam para mandar larachas no faceboKas e noutras redes sociais, para se insultarem uns aos outros (mas de forma regimentar), para dizerem algumas verdades inconfessáveis, e outros episódios caricatos afins, perdi-me...

escrevia eu, no início do parágrafo anterior: 
e depois dos ditos cobardes alarves terem aprovado um Orçamento de Estado que literalmente nos irá ao dito cujo todos os dias do próximo ano de 2013, eis que o palhaço que nos (des)governa, via ministério do gasparzinho, apresenta a seguinte nota de esclarecimento:

«

Estão a ser realizadas reuniões com os ministérios para análise das principais áreas de despesa e para percepção do que pode ser feito em matéria de reformas estruturais, numa missão técnica preparatória para a sexta revisão do programa de ajustamento - sobretudo para recolha de informação e realização de um primeiro diagnóstico sobre a composição da despesa pública.
[...]
O Governo tomou a iniciativa de procurar apoio e conhecimento técnico nesta matéria, recorrendo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial - organizações que têm um profundo conhecimento e experiência no aprofundamento do corte da despesa.
O pedido foi feito na sequência da necessidade de aprofundar os cortes de despesa em 4 (quatro) mil milhões de euros.
[...] 

»

fonte: publico.pt (2012-11-01)
ps: os negritos, os sublinhados e os itálicos são da minha responsabilidade.


é mesmo caso para bradar: 
(que o meu cu já não aguenta mais, porr@!)

* pela imagem da fronha do palonço que se julga Primeiro-ministro, a qual foi "emprestada" do original.



dia de Todos os Santos

 
© nytimes


provavelmente acordou bem cedo para ir à missa. afinal, era "dia de guarda" - que era como antigamente se designavam os feriados religiosos.
provavelmente por ser "dia de guarda" deixou mais do que uma vela acesa, no altar lá de casa e à semelhança de muitos dos seus conterrâneos.
provavelmente e porque se fez sentir muito frio na cidade, deixou a lareira acesa para sentir o "quentinho" quando regressasse. aliás, os relatos da época referem que foi um Outono rigoroso.
provavelmente, no seu íntimo, o primeiro abalo não terá durado mais do que sete ínfimos minutos, mas foi o suficiente para testemunhar, em tão curto espaço de tempo, tão desoladora mudança: uma cidade cheia de animação e de movimento, retumbada num montão de ruínas.
provavelmente, após os primeiros abalos, terá entendido que estaria mais seguro correndo para locais descobertos, sem casas nem arruamentos por perto - para o campo se possível, ou também para a margem do rio, ou para a largueza do Terreiro do Paço Real, ou ainda para a Ribeira.
provavelmente terá tido familiares e amigos seus que, se não pereceram pelas pedras das abóbadas dos templos (repletos de fiéis), ou pelas colunas dos altares, que se abateram abruptamente sobre as pessoas desvairadas e indefesas, o foram pelas nuvens de poeira que sufocaram os poucos que ainda conseguiam fugir a tempo, ou então pelas ondas embravecidas do Rio Tejo, que avançaram sobre a Cidade e depois recuaram levando tudo atrás de si.

provavelmente ter-se-á considerado que a Divina Providência esteve contra as gentes de Portugal por motivos que não seriam «entendíveis» aos seus pecadores, daí que a «expiação dos seus pecados» só se pudesse fazer por intermédio de tamanha catástrofe natural.
provavelmente todos aqueles factos somados, por si só, não fossem suficientes para aquela última, mas contribuíram decisivamente para que, por exemplo, a cidade fumegasse por mais cinco dias seguidos.

neste dia, que todos conhecem por Dia de Todos os Santos, eu recordo-o como o dia do nosso "11 de Setembro": o da catástrofe de 1755.
faz hoje duzentos e cinquenta e sete anos que aconteceu aquele que ficou (tristemente) célebre por ser o primeiro desastre natural da Idade Moderna.
é que, seguido ao terramoto, há relatos de ter acontecido um tsunami.
convém salientar o seguinte, para se compreender a dimensão daquela tragédia:
1) o sismo teve o epicentro no Oceano Atlântico, a Oeste do Estreito de Gibraltar, e terá atingido o grau 8 na escala de Richter;
2) as ondas de choque do terramoto forma sentidas em França e no Norte de África e há relatos de um tsunami na costa da Finlândia;
3) para além da cidade de Lisboa, também toda a costa algarvia sofreu com aqueles fenómenos naturais;
4) Lisboa albergava, à época, perto de duzentas e cinquenta mil almas; pereceram entre dez a vinte mil, que não só em Lisboa;
5) a catástrofe terá feito desaparecer e/ou terá danificado severamente, cerca de 32 igrejas, 60 capelas, 31 mosteiros, 15 conventos, 53 palácios e a Biblioteca e o Arquivo reais.

de referir que a família real escapou ilesa à catástrofe.
o rei D. José I e a sua Corte tinham deixado a cidade depois de assistir a uma missa, ao amanhecer, encontrando-se em Santa Maria de Belém na altura do terramoto. a ausência do Rei, na Capital, deveu-se à vontade das princesas de passar o feriado fora da cidade.
depois da catástrofe, D. José I ganhou uma fobia a recintos fechados e viveu o resto da sua vida num complexo luxuoso de tendas no Alto da Ajuda em Lisboa.

por último, para quem quiser explorar um pouco mais este fenómeno natural e não se queira basear «apenas e só» no "saber" enciclopédico (mesmo que útil, porque prático) da Wikipedia, deixo à saciedade três documentos interessantes:
i) uma selecção de textos sobre o terramoto de 1755, da responsabilidade Mário Cachão [Centro de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa], em 2009;
ii) um ensaio de Zulmira Santos [Faculdade de Letras da Universidade do Porto] que a aborda a hipótese (plausível) daqueles fenómenos naturais como apologia da religião cristã, na época e a partir de um poema de Teodoro de Almeida;
iii) um ensaio de Maria Luísa Borralho sobre a figura de Teodoro de Almeida.

beijinhos e abraços (muito históricos)!
Muito Obrigado! pela tua visita :)