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... e, de repente, refeito da moca que apanhou de véspera, Walter Casagrande Jr. acordou para a Vida.
coçou o rabo, cheirou o dedo, limpou "os salões", ajeitou a tomatada e resolveu levantar-se: estava na hora de começar a fazer algo (bem mais) produtivo.
coçou o rabo, cheirou o dedo, limpou "os salões", ajeitou a tomatada e resolveu levantar-se: estava na hora de começar a fazer algo (bem mais) produtivo.
a última broca que fumou deixou-lhe uma tamanha secura na boca, que bebeu quase um litro de água de golada. «antes fosse uma 'geladinha', pô!», pensou. não estivesse em jejum, e provavelmente até marcharia, dado que já passavam vinte e três minutos das quatro horas... da tarde.
tanto excesso de água levou-o a ter que ir mudar a dita às azeitonas. chegado ao 'wc noise', reparou no espelho onde ainda estava uma "linha" por completar. deu duas sacudidelas ao instrumento, esperou que a gota assassina fizesse o seu trabalho, e tratou de arranjar energia suplementar para o dia que então começava (e quando a maioria dos seus concidadãos pensavam em regressar a casa, depois de uma jornada de trabalho), mirando-se de olhos fechados ao dito espelho.
gozou (n)o banho tépido que tomou, para refrescar as ideias - àquela hora do dia, e ainda a ressacar, muito turvas e difusas.
«m'ermão, tô abalando em cinco minutinhos. mi aguardji!», informou ao amigo que entretanto ligou, com uma voz de arrasto e com um hálito a tresandar a podre, que até a ele o incomodava. escovou os dentes e lembrou-se de os branquear um pouco mais com o pó que sobrou de há pouco. efectivamente aquele já não era muito, mas o seu amigo trataria de o compensar.
vestiu a primeira roupa que encontrou caída pelo seu quarto e que ainda estava aceitável para a restante população que com ele se cruzaria.
passou pela cozinha e comeu a última fatia de pizza que estava em cima da mesa, e que tinha sobrado da festa privada que entretanto dera (há dois dias atrás. ou teria sido há três?)...
«pô! tô de bobeira! o Mané vai ficar fulo...». saiu porta fora, na companhia do seu inseparável trezoitão.
de facto, o mané não estava contente. «cu'mé cumpadre? tô secando faiz tempo, pô! 'tá arrumando sarna para se coçar, n'é? sempre o meismo atrasadinho!».
«hiii! não einchi, Mané! tô ressacando, cara! bola pr'á freintchi! tô aqui, num tô?! quau é, cara?».
«'cê 'tá bobeando, Casão! 'tá dando sopa e vai-se dá mau! fica entortando o caneco, isquéci os compromisso e 'cê vai-se férrá, cara! escuta o qui eu tchi digo!»
«'tá certo, Mané! 'tou ligado! agora, vamos ao boteco do Fê, que estou desejoso dessa água que passarinho não bebe...».
não fosse a presença voluntária do Mané, e quase que tinha enfiado o pé na jaca.
mesmo assim, resistiu (com imensa dificuldade) à tentação de voltar a "lascar o pudim"; afinal não é todos os dias que se pode afirmar que estivemos presentes no "programa do Jô Soares", certo?
e, agora que tinha deixado de ser jogado para escanteio e enquanto novel comentador desportivo da rede Globo, não poderia, não iria bobear! sequer dormir no pedaço! mas ia botar a boca no trombone, para que todo o mundo soubesse que tinha dado a volta por cima ao seu drama. à sua vida de drama.
e esse tal prometido para si mesmo resultou. concedeu uma entrevista que foi imediatamente bem recebida, acolhida e difundida de forma viral por todas as redes sociais (já para não referir a a abjecta, muito parcial e demasiado facciosa Comunicação Social, e sempre com o beneplácito da estação (cada vez menos) pública de televisão), em Portugal Continental - sobretudo nas gentes afectas à agremiação de Carnide. tudo porque, soltando a franga de dentro de si, assumiu, de forma desenxabida, «ter recorrido ao doping, de forma injectável, no FC Porto».
ele, que soma pouco mais de trezentos minutos, num período que medeia Janeiro e Junho de 1987 (no qual sofreu uma grave lesão, durante o Brondby vs. FC Porto, dos quartos-de-final da Taça dos
Campeões Europeus, partindo a perna e rompendo os ligamentos do joelho
esquerdo). ele, que enquanto segundo internacional canarinho no nosso clube (o primeiro foi o Edvaldo), até teve uma estreia auspiciosa, ante o Guimarães, marcando o nosso segundo golo (o do empate final), naquele que viria a ser o seu único golo com a nossa camisola...
e de nada valera ao médico de então, dr. Domingos Gomes, ter que vir a terreiro clamar por inocência e, desgostoso, repudiar semelhante (infundada) calúnia. a lampiónica nação do «glorioso» "clube do mito urbano dos«oito milhões e meio...» por Roberto"® não dorme no pedaço e já vai tirando de letra connosco.
«pô, cara! 'cê 'tá na mão do palhaço! 'cê 'tá acusando gentxi qui ti deu a mão, abrindo portas para o seu sonho - a Europa! 'cê vivia inchendo a boca qui quiria jogá lá, n'é meismo? e agora 'tá fazendo o dótôr di Pórtugáu pagá o pato, cara! 'cê tá feito cego em tiroteio, m'ermão! a coisa vai ficá preta p'ó 'cê...»
«aaahhh, Mané! não einchi, cara! não tô aqui para babar ovo não, pô! fui sacaneado, sim! fui bode expiatório de um complô, sim!, 'tá certo? não estou colocando melancia na cabeça, não, cara! 'tô falando a verdade, 'tá ligado?»
«'cê 'tá é dando mancada com ois cara errado. 'cê vai-se ferrá, cara! e eu não vou descascá esse abacaxi com 'ocê, não, m'ermão! 'tô fora dessa briga de cachorro grandji pórtuguéis, cara! 'cê já esteve vendo a vó pela greta, deveria tomar cuidado com as suas seis, cara! é que nem o seu trezoitão o irá safá...»
«aaahhh, Mané! vai penteá macaco, pô!'cê é uma mala sem alça, cara! qui saco!»
e, de forma abrupta, Walter Casagrande jr. tomou a decisão de ir a pé para casa. para se acalmar, resolveu enrolar "um". a meio do caminho, um policial à paisana abordou-o. foi levado à delegacia mais próxima por consumo de estupefacientes e de transportar consigo uma dose simpática de "pó dos pneus".
post scriptums:
1)
esta estória é ficcional, o que significa que os eventos nela relatados possam ter ocorrido de uma forma ligeiramente diferente da.
e, para quem estiver interesse, poderá sempre conferir o significado das expressões brasileiras aqui.
e, para quem estiver interesse, poderá sempre conferir o significado das expressões brasileiras aqui.
2)
esta Terça-feira foi um dia complicadíssimo. tentarei cumprir com o prometido no decurso desta Quarta-feira.
3)
a lampionagem anda toda tola com esta estória do Casagrande, entretanto desmentida por... octávio 'malvado' machado.
tenho para mim que, para além de ser conversa para boi dormir, também é uma forma de "descoversarem" sobre o que aconteceu no ex-estádio da lucy, no passado final de semena.
enfim... é que até podem estar certos (que acredito que não estão). e (contra-)argumentar com o caso do Semedo e da «amarelinha» em jogadores emblemáticos que (alegam) perderam precocemente o cabelo - como o Jaime Magalhães, o Bandeirinha, o André, ou o Jaime Pacheco - devido ao consumo de cenas proibidas. até envolvem o Demol... pois... "tudo bem"...
é que eu recordo-me bem dos casos do Hernâni (acusou cocaína), do Veloso (esteróides anabolizantes), do Nuno Assis (esteróides anabolizantes), do basquetebolista Francisco Jordão (substância não divulgada). já para não referir estas imagens, cuja interpretação pode induzir a que não são «pastilhas elásticas do macaco»*.
e porque é um "problema" transversal a todos os clubes, eis outros dois casos: Erwin Sánchez (cafeína), Ricardo Baptista (fármaco corticóide). aliás, há pouco tempo houve uma celeuma entre Carlos Queiróz e o corpo clínico do zbórding (inclusive discutida com bastante afinco nos fóruns dos calimeros)...
para finalizar, poder-me-ão querer recordar a obra polémica de Fernando Mendes, com passagens bastante polémicas e incriminadoras. pois bem, ao que parece, o que nela está velado refere-se ao Boavista Futebol Club...
* lembras-te do lampião "manuel"?
pois muito bem. descobri uma pérola, de 2011, que merece ser lida com toda a atenção, a propósito da partida ante o Peñarol, na sua confusa cabecinha de lampião, confundir tudo o que se fez para que os jogadores portistas não entrassem em estado de hipotermia, devido às (no mínimo) agrestes condições climatéricas de Tóquio, com... doping!!!
e é uma absurda "teoria" que ainda defende em 2013...
e é uma absurda "teoria" que ainda defende em 2013...
Bem Miguel,
ResponderEliminarGostei do Edvaldo. E do resto, mas principalmente do Edvaldo.
Abraço
ResponderEliminar@ Alex
e já não foi mau :D
(e desculpa-me por só responder agora, mas ainda estou um pouco "enferrujado" :D )
abr@ço
Miguel | Tomo II