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de Manuel António Pina:
O Mundo sem [...]
Os Amigos, pedra firme sobre a qual demoradamente construímos, ao longo de muitos e laboriosos dias, a nossa igreja, são afinal (sabemo-lo sempre tarde de mais) uma coisa frágil, feita de vulnerável matéria.Um dia alguém nos telefona anunciando a morte de um Amigo - ou de um familiar - e descobrimos que estamos, se possível, ainda mais sós; que à nossa volta cresceu o Deserto e a noite é ainda mais escura e mais fria. Não é apenas um sentimento: é uma impressão sensível, física, uma mão sólida na garganta, sufocando-nos.
Porque percebemos, de repente, que quem morreu fomos nós. E morrer da morte de um Amigo - ou de um familiar - é a mais difícil das mortes. Ficam sombras, não necessariamente as nossas; desconhecidos habitam agora a nossa casa, falando línguas incompreensíveis e nós próprios nos tornámos estrangeiros.
[...]
"Moi si j'étais le Bon Dieu, / je crois que j'aurais des remords. / Dire que maintenant il pleut, / dire que [ Lima n'est pas ] mort!".
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publicado a 28 de Maio de 2010, no (entretanto desaparecido) TOMO I, com uma imensa saudade pela ida do meu Avô (o meu segundo Pai) para um mundo bem melhor.
a ele estou muito grato por todos os ensinamentos que me proporcionou - inclusive pelo portismo que me transmitiu -, e que espero estar ao seu nível para o perpetuar.
«até logo, Avô!»
Grande abraço amigo Miguel. The memory remains!
ResponderEliminarPaulo
Tema que toca, na sensibilidade mais profunda. Abraço.
ResponderEliminarobrigado!, caríssimos.
ResponderEliminarabr@ços a «ambos os dois»
Miguel | Tomo II