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Quando recebi o convite para escrever umas palavras e com elas participar nesta merecida homenagem ao Senhor Pinto da Costa, senti-me lisonjeado e, passada a surpresa e após reflectir, senti-me também orgulhoso por ter tido participação directa em dois desses trinta anos de presidência que agora se celebram.
É, todavia, difícil para mim escrever algo sobre o Senhor Pinto da Costa - escrever algo que já não tenha sido dito ou escrito por algum dos que tiveram o privilégio de com ele trabalhar directamente.
Este Senhor, pelos seus inúmeros e incríveis talentos, poderia ter sido com sucesso aquilo que quisesse. Decidiu ser presidente de um clube de futebol - o clube do seu coração - e, nesse papel, foi escrevendo uma história da qual não se conhece ainda o fim, mas que é uma história fantástica, a história do Grande Presidente da História do Futebol Português.
Enquanto treinador do FC Porto, um dos momentos marcantes que ali vivi foi a inauguração do novo estádio - um estádio que, como sempre pensei, deveria levar o seu nome, mas que acabou por se chamar Estádio do Dragão. Na altura discordei, discordei silenciosamente, como assim era exigido pelas minhas funções e também porque – como nunca escondi – não nasci portista e nunca carreguei comigo esta proteção.
Anos mais tarde e na sequência das reflexões que faço sobre a minha carreira e tudo aquilo que a rodeia, cheguei à conclusão de que, afinal, o nome do estádio era perfeito: "Estádio do Dragão"!
E porquê? Porque Pinto da Costa é o Dragão! Pinto da Costa é a mística. Pinto da Costa é a alma. Pinto da Costa é o estratega. Pinto da Costa é o Futebol Clube do Porto.
(E que me desculpem aqueles que discordarem, mas quando Pinto da Costa disser que se acabou, o FC Porto não mais será o mesmo.)
Na semana que se seguiu à final da Taça UEFA, estava eu de saída, estava Deco de saída.
Chamou-me e sentou-se comigo. Perguntou-me se não sentia que poderia ganhar a Champions… Como sempre, acertou na “mouche”. Tocou-me no orgulho: «Míster, prometo que só vendemos um jogador e que não será o Deco. Prometo que lhe daremos outro em sua substituição e que será o míster a escolher». «OK, Presidente! Vendemos o Postiga e vamos buscar o McCarthy», respondi-lhe. O Homem sabia que eu não poderia virar as costas a um desafio e tocou-me na ferida. Fiquei mais um ano. O Homem tinha razão: podíamos ganhar a Champions.
Agradeço-lhe por esse poder de persuasão, pela inteligência com que o usou, algo apenas possível nos eleitos. É que, tal como há um grupo de eleitos entre os jogadores, entre treinadores, também há um grupo de eleitos entre dirigentes. E aqui, Pinto da Costa ocupa seguramente, a nível mundial, uma posição no topo.
Há muito tempo que não tinha a oportunidade de enviar um abraço de amizade, sentido, a todos os portistas e de lhes dizer que os anos passam, mas que jamais me esquecerei daquilo que vivemos e conquistámos juntos.
Está dado e está dito.
Quanto ao Presidente: aquele abraço de "Parabéns"!
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fonte: +FC Porto
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade
A fonte disto é a revista Dragões ou o jornal O Jogo.
ResponderEliminar@ RS
ResponderEliminarmeu caro,
eu sei que a fonte é a "dragões".
mas foi no "+FCPorto" que tive conhecimento do dito artigo, o qual também cita as mesmas fontes ;)
mas, obrigado! pela correcção, que ficou registada ;)
abr@ço
Miguel | Tomo II