quinta-feira, 30 de agosto de 2012

do futebol de rua (que entretanto se vai perdendo)... [actualizado]



 © Google


caríssima(o),

num dia em que, à hora em que redijo estas linhas, "no pasa nada" de relevante no mercado de transferências que afecte directamente o nosso clube do coração e se aguarda pelo sorteio da fase de grupos da Champions (onde integraremos o "pote 1", para muita inveja e despeito que por aí se lê), resolvi contar-te a estória (verídica) que se segue e que faço votos para que seja do teu agrado.
recosta-te bem, que a viagem vai começar! mas ainda vais a tempo de ir buscar uma bucha e uma geladinha, se quiseres ;)

eu sou do tempo em que não havia computadores, notebookes, tabletes (que não são de chocolate), consolas de vídeojogos, Ipades, Iphones, "Iphod@sses"® e afins, mas em que já havia muitos ratos. e, por vezes, algumas ratas. mas isso são outras estórias ;)
não quero acreditar, mas as minhas estórias, no Presente, já começam assim: "eu sou do tempo" - um sinal de que começo a ficar entradote e que novas gerações se aproximam de um Futuro que pensava ser só meu e dos meus (dos frutos da colheita de '75...). há quem diga que "é a Vida"; eu prefiro pensar que é a Genética a funcionar na sua plenitude e um sinal eBidente de que estamos vivos (que é «o contrário de estarmos mortos», como disse a outra geriátrica do "jet-oito"®, há uns tempos).

portanto, escrevia no parágrafo anterior que, para passar o tempo, os putos da minha geração divertiam-se, para lá de "brincar aos médicos" (numa situação precoce de algo que se viria a desejar num futuro próximo: o ser médico, claro está!), com coisas "esquisitas" (para os meninos de agora) como carrinhos de rolamentos (mas daqueles feitos com caixotes de fruta usados, tábuas, pregos, parafusos, cordéis e... rolamentos). e a jogar ao mata. e ao futebol sem bola. e às caçadinhas. e a outros imensos jogos que se "praticavam" na rua, longe do nosso quarto que só servia para dormir (e, às vezes, para "estudar (a) Ana Tomia"). e talvez por isso é que a obesidade infantil era um conceito que não fazia qualquer sentido, pois não era generalizada - e o gordo que ia à baliza, nos jogos de futebol com bola, não contava por vários (e só era "convidado" para jogar porque a bola de couro era dele).

também sou do tempo em que os (pré-)craques que se destacavam nos jogos de futebol - que invariavelmente terminavam com resultados como 25-34 - iam mostrar as suas habilidades aos clubes de bairro, quando não eram convidados pelos olheiros daqueles mesmos clubes. só depois deste estágio inicial é que se (in)tentavam os clubes "grandes". convém referir que, nesta altura, não havia escolinhas de futebol.

no meu tempo, só os verdadeiros artistas da bola é que conseguiam ser federados (logo "profissionais" do ofício de bem tratar a redondinha), pois se os seus atributos não fossem reconhecidos, a porta mais "piquena" seria a sua serventia - em que nem para apanha-bolas dariam. é por isso que me recordarei para Sempre de nomes como Vítor Baía, Rui Filipe, Jorge Costa,  Ricardo Carvalho, Fernando Couto, Jorge Couto, Domingos, Paulinho Santos, Bruno Alves, ou Sérgio Conceição (recordando que pertenço à colheita de '75, pelo que os "conheço" melhor do que ídolos como Zé Beto, Eurico, Frasco, António Oliveira, Jaime Magalhães, João Pinto, André, ou Fernando Gomes, entre tantos outros).
curiosamente aqueles, os primeiros nomes, (já) são considerados "velhas" glórias do nosso clube do coração. e com a curiosidade de terem sido contemporâneos em muitos dos êxitos do futebol sénior do FC Porto na década de '90.

pois este que te escreve passou por todas aquelas etapas, descritas anteriormente, recordando-as prazenteiramente e com alguma nostalgia, e sempre, mas sempre com um sorriso malandro nos lábios. destacou-se nos jogos de rua; jogou duas épocas (a médio esquerdo, apesar de ser destro) no Vilarinha FC; tentou a sorte nos juvenis Boavista FC, a defesa-lateral esquerdo (depois de uma captação bem sucedida no - na altura - pelado do campo do Viso) e abandonou uma (promissora?) carreira desportiva quando os seus progenitores consideraram que os estudos estavam a ficar para trás e eu «só mais um que sabe dar toques numa bola».

e é precisamente aqui que vai entroncar o tema principal deste post e que se correlaciona com a estória em apreço: o Presente da Equipa B do FC Porto (pois que o Futuro a Deus pertence e ao que o treinador Rui Gomes conseguir extrair dos putos em causa).
porque não quero se acossado nem acusado de não me pronunciar, em devido tempo, sobre o que dita a Realidade em torno do principal escalão de formação do meu clube do coração, eis a minha opinião sobre o assunto, em três singelos (porque curtos) pontos de vista:

1) apesar de ainda não termos conseguido uma vitória - a "tal" vitória que dá moral e ânimo num arranque de campeonato, seja ele de que campeonato for -, e arbitragens escandalosas à parte, os dois jogos que tive oportunidade de ver na televisão (FC Porto B vs. União da Madeira e FC Porto B vs. Desportivo das Aves) revelaram um ritmo de jogo aceitável para início de época, um modelo de jogo definido (mas com diferentes variáveis, para diferentes cenários, no decurso das partidas), bom entrosamento entre a larga maioria dos jogadores (sinal revelador de que "há treino", nem que seja para não se errarem passes de três metros) e muita e boa Qualidade (inclusive nos jogadores estrangeiros);

2) por princípio, estou de acordo para que haja intercâmbio entre os diferentes escalões de formação do clube e a sua equipa principal, explanado na seguinte ideia do caríssimo José Correia, no "Reflexão Portista", «a 'coisa' tem de funcionar como uma espécie de vasos comunicantes, em que os jogadores que se destacarem na equipa B serão chamados à equipa A (funcionando como um mecanismo de prémio, de estímulo) e os menos utilizados na equipa principal poderão ganhar ritmo e competição em jogos da equipa B»;

3) o cenário muito bonito, quase idílico até, referido no ponto anterior (de jogadores da equipa principal poderem jogar na equipa B) poderá esbarrar no problema dos egos dos jogadores da equipa principal. sinceramente não estou a ver um jogador de selecção como o Iturbe, acatar de bom grado participar numas partidas da equipa B, com o que poderá interpretar como uma despromoção.

concluindo e em suma:


penso que um problema actual do nosso clube do coração é o se (pres)sentir que não há uma voz que controle aqueles egos dos seus jogadores da equipa principal, chamando-os à Razão dos factos e da evidência de que, actualmente, no FC Porto, estarão bem melhor do que num qualquer Trabzoncoiso "ou isso" (e por muitos euros que lhes recheiem a carteira e a Ambição faça parte da condição humana).
é que não concebo que um jogador profissional da bola queira lutar pela manutenção do clube que lhe abastece o depósito da última "bomba" no primeiro escalão de uma liga bem mais competitiva do que a nossa, pois, para mim, ainda acredito que o que traz prestígio, fama e "nome" a um jogador são os títulos conquistados pelo clube da camisola que enverga. e, felizmente neste capítulo, nas últimas três décadas, o FC Porto tem sido ímpar (também e sobretudo) a nível internacional, sendo inclusive caso de estudo.

ps:


para não misturar "alhos com bugalhos", depois da despedida habitual neste espaço de discussão pública, segue uma resenha do que de "melhor" foi publicado na edição impressa de hoje no pasquim da Travessa da Queimada.
a não perder! mesmo! 


beijinhos e abraços (muito jovens)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)



 © bild.de
"de facto, acho que vou mesmo esperar deitado por uma decisão cabal e que faça Justiça ao que se passou na Alemanha", foi o que pensei depois de ler o título da notícia (filha de pai não muito incógnito) publicada na última página da edição impressa de hoje, no pasquim da Travessa da Queimada e que reza assim "relatório médico contradiz árbitro".
acontece que a dita "notícia" não se pronuncia sobre o excerto que se segue e que afirma:

© a bola
talvez ainda haja uma réstia de esperança. a ver vamos...

 © a bola
(clicar na imagem para ampliar)


no que já não há esperança alguma é na hipótese (remota) de alguém na redacção do pasquim em causa "os" ter no sítio e rebelar-se contra a diferença (gritante) de tratamento jornalístico entre aquele coiso (dito) «glorioso» e os seus demais adversários.
para lá do que as capas acima exemplificam, atente-se bem na forma como se anunciam (i) uma potencial transferência (Javier SaBiDola) e (ii) um negócio já consumado (Álvaro Palito Pereira).
ainda dentro do universo lampiónico, recomendo a leitura do último artigo de opinião dO Leonor Pinhão "ser fruto ou ser fruta, eis a questão". a priori, até considerei que a peça em causa se estivesse a referir ao seu género, mas a posteriori fiquei desiludido. mas bem mais desiludido deve ficar o marido dO coisa em causa, todos os dias, quando acorda e olha parta o lado...

para finalizar, mas a propósito do quotidiano azul-e-branco e na eventualidade de o jogador permanecer no plantel a partir de 01 de Setembro, faço votos para que esta notícia não seja pronúncio de novos (velhos) problemas - os quais se (cor)relacionam com a "tal" gestão de egos que referi lá atrás. e os ditos cujos (egos) não estejam «muito fortes».


© abola | Ricardo Galvão



beijinhos e abraços (indignados)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)


3 comentários:

  1. Velhos tempos os descritos. Como orgulhoso membro da colheita de 75 também tenho presente o fim das carreiras de Frasco, Semedo, André, Sousa, Pacheco, Madjer...Mas são mesmo jogadores como Costa, Folha, Baía, Couto(s), Chainho, Deco, Domingos que vimos iniciar a carreira e a terminar. Também eu andava pelos juniores do Sport Lisboa e ....Olivais, quando um jovem chamado Vítor Baía agarrou a titularidade do Porto e pensei para os meus botões...se o meu objectivo era agarrar a titularidade na baliza do Porto e se não havia melhor que o Baía o que é que eu andava ali a fazer. Foi o meu
    ultimo ano de "federado". Ou então foi porque os meus pais lá me lembraram que os estudos estavam primeiro que a bola. Perdeu-se um grande guarda-redes mas as leis ficaram a ganhar! lol

    Abraço

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  2. off-topic

    «

    hoje, li notícias de que o conselho de administração do Zenit tinha vetado a compra do Hulk por 50 milhões e isso pode dar uma ideia errada que o FC Porto tinha negociado a transferência por esse valor e isso é totalmente falso. Estiveram duas pessoas reunidas comigo e com o Antero Henrique, neste hotel [Hotel Yeatman, em Vila Nova de Gaia], e apresentaram-nos uma proposta de 50 milhões, que foi logo recusada.
    Parece-me que o Zenit não tem capacidade, nem gente no futebol, capaz de nos levar o Hulk. E por essa verba posso garantir que não sai para o Zenit nem para lado nenhum
    .

    »

    (ainda) há dúvidas?

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  3. @ flama

    bem-vindo!, car@go! :D

    excelente! comentário, pelas preciosas adendas ao post.

    ps:
    o que se passa no teu espaço de discussão pública? já só se ouvem os grilos ;)
    vamos lá a "trabalhar", ó faxaBôre :D

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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