caríssima(o),
o título deste post foi "emprestado" da obra de ficção que mais prezo de Luís de Sttau Monteiro: "angústia para o jantar" - curiosamente uma obra publicada no mesmo ano (1961) em que também foi editada a sua peça de teatro mais famosa: "felizmente há luar".
naquela obra literária « a novela começa com o habitual jantar mensal, entre dois amigos, Gonçalo, oriundo de uma família rica e António, filho de um oficial da marinha, que estabelecem um diálogo a propósito da condição familiar de cada um. Este diálogo, que permite perceber as desigualdades sociais entre os dois amigos, é extremamente irónico e contundente, acabando com uma altercação entre ambos. Assentando na narração de acontecimentos banais e dos vícios que enformam a vida social lisboeta, o narrador faz desfilar um conjunto de personagens que se vão cruzando entre si, devido a situações pouco lícitas » (in Infopedia).
contudo, não é sobre Literatura Portuguesa que o escrito de hoje versará - apesar de recomendar viva e intensamente a leitura atenta daquelas duas obras, pela Qualidade da prosa nelas contida. certamente que será tempo bem empregue.
já a seguir, transcrevo cinco (breves) trechos, de cinco notícias versando um mesmo tema: a evidência de que, esta época, não haverá a transmissão de jogos de futebol da primeira liga em sinal aberto e para território nacional. à partida, parecem notícias avulsas; mas podes confiar em mim quando te afianço de que há um denominador comum e uma única linha de raciocínio.
certamente que é um "sintoma" dos tempos que correm, da contenção de despesas (supérfluas?) e obviamente «da crise». também é a constatação de que há uma especulação nos preços cobrados pelo actual detentor daqueles direitos televisivos, o qual opera numa vergonhosa situação de monopólio e sem que as entidades competentes (mas muito incompetentes na matéria) se sobreponham aos interesses instalados, para bem de uma causa que considero pública: o acesso ao visionamento gratuito de uma partida de futebol profissional.
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Fontes do sector explicam que o valor pedido pela SportTV para a transmissão de um jogo, por jornada, de um dos (ditos) "três grandes" situar-se-á entre os 15 e os 17 milhões de euros, por 60 jogos referentes às próximas duas épocas (cada uma com 30 jogos), mais despesas de produção e realização.
No total, a factura para as estações ascenderia a 300 mil euros por cada jogo - um investimento difícil de rentabilizar, devido à quebra no mercado publicitário, e, no caso da RTP, difícil de justificar.
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A impossibilidade de transmissão dos jogos em sinal aberto é uma derrota para todos. Por um lado, a SportTV deixa de encaixar uma verba significativa pela venda dos jogos – o que será apenas parcialmente compensado com mais subscrições e publicidade. Por outro lado, os três canais generalistas deixam de transmitir os programas que mais audiências proporcionam. E perdem ainda os clubes envolvidos, pois menos mediatismo gera menos publicidade e consequentemente menos capital da SportTV para pagar direitos avultados.[...]Quem quiser ver os jogos dos maiores clubes de futebol nacional nas próximas duas épocas terá mesmo de pagar.
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fonte: sol.sapo.pt
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
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A Lei da Televisão e o despacho nr. 4214/2012, de 22 de Março - com a lista dos «acontecimentos que devem ser qualificados de interesse generalizado do público» - não obrigam os operadores de televisão portugueses a comprar os direitos de transmissão da primeira Liga de futebol.
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fonte: ionline.pt
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
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A RTP garantiu os direitos de transmissão de um jogo de futebol por jornada nos canais internacionais RTP África e RTP Internacional, confirmou fonte oficial da empresa (muito pouco) pública de televisão.O acordo com a SportTV - empresa que detém os direitos dos jogos de futebol -, ficou concluído na manhã de Sexta-feira [17 de Agosto] - dia em que arrancou do campeonato da I Liga -, mas não é válido para o território português.
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fonte: jn.pt
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
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Em declarações à TSF, o presidente da Associação de Espectadores, Rui Teixeira da Mota, espera que ainda seja possível um acordo que evite que estes jogos não sejam transmitidos em sinal aberto pela primeira vez desde que há concorrência em televisão.
Rui Teixeira da Mota recordou que « o Futebol é denominado como "desporto-rei" e é um desporto de massas, portanto abrange desde logo uma faixa enorme de espectadores que têm tido até agora a possibilidade de ter acesso a estes jogos ».
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fonte: tsf.pt
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
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Os canais generalistas continuam a sofrer um corte profundo nas suas receitas publicitárias. Nos primeiros seis meses deste ano de 2012, a SIC e a TVI receberam menos 18,5 milhões de euros [M€] do que em igual período do ano passado.
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De referir que nos dois casos, os valores apresentados já reflectem as receitas de publicidade dos canais temáticos como a SIC Notícias e a TVI 24.
Se a tendência se mantiver até ao final de 2012, a TVI e a SIC vão voltar a fechar o ano com receitas publicitárias em quebra, o que sucede desde o arranque da crise económica. Em 2008, por exemplo, a empresa de Queluz facturou nesta área 151,4M€, um valor que caiu para os 120,5M€ em 2011 (descida de 30,9M€). Já a SIC passou, no mesmo período, de 109,2M€ para os 96,9M€ (uma quebra de 12,3M€).
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fonte: Reflexão Portista
ps: os negritos, os itálicos e os sublinhados são da minha responsabilidade.
em suma:
até se poderá invocar que será uma forma de se levar o poBo aos estádios.pois eu não acredito e rebato essa hipótese com os seguintes factos:
1) as jornadas da nossa principal liga (muito pouco) profissional continuam a "arrastar-se" penosamente por (pelo menos) quatro dias, Segundas-feiras incluídas (!!);
2) devido a superiores int€re$$es, os horários definidos para a transmissão dos jogos da nossa liga são sempre preteridos em benefício de outros - nomeadamente quando há jogos quentes de outras ligas europeias;
3) na larga maioria dos casos, o preço cobrado por um ingresso, para se assistir a uma partida de futebol (e já não me refiro quando há um (dito) "grande" envolvido) e numa superior, em estádios sem o mínimo de condições para receber condignamente quem os visita, ronda o absurdo dos dez euros para o público - com um IVA a vinte e três por cento a não ajudar, como já se queixou o nosso grande presidente.
mas, a todas estas questões, o palonço que gere os destinos da Liga Portuguesa de Futebol (muito pouco) Profissional não (in)tenta encontrar uma (ou mais do que uma...) solução, preferindo continuar a apostar no jogo de sujo dos bastidores que lhe garantam a continuidade do "tacho"...
beijinhos e abraços (ruinosos)!
e MUITO OBRIGADO! pela tua visita ;)
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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)