quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

da minha frustração...


© Google
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caríssima(o),

estou tal e qual como tu: f**ido
ia escrever "frustrado com F (bem) maiúsculo", mas considero que ficaria sempre aquém do meu sentimento actual, o qual já não há como o negar: é de alguém que anda bem f**ido. quem comigo priva de mais perto - Família, Amigos, colegas de trabalho -. já reparou, há muito tempo, que o meu rosto anda mais fechado do que o habitual, que ando com menos paciência, mais intolerante, sem humor, demasiado sério, a sorrir "a conta-gotas" e por vezes (quase que) "por favor". em suma: mais distante.

eu bem que tento disfarçar, mas não consigo. recordo-me, muitas vezes, de uma entrevista que concedi recentemente (e da qual ainda não posso "falar"), em que me perguntaram se o Futebol influencia o meu estado de espírito e, se sim, em que sentido. a minha resposta foi a mesma da seguinte confissão: sim!, o Futebol e mormente o quotidiano do meu clube de sempre e para todo o Sempre, influencia (e de que maneira!) o meu estado de espírito. o resultado dessa preponderância, não só na minha vida mas também na dos que me rodeiam, é o Presente; é essa convicção de que, em meia dúzia de meses, desde Maio, tudo está o inverso, tudo está virado do avesso. 
"e não poderia ser de outra forma?", perguntas-me. com sinceridade, não te sei responder. penso no FC Porto desde que acordo até que me deito, e muitas vezes até sonho com o clube. também penso na minha família e nos que me são queridos, como é óbvio; mas o clube tem o seu espaço conquistado desde há muito. por exemplo, este espaço de reflexão é só uma extensão desse meu sentir. e tanto assim é que, muito próximo de mim, tenho quem me apelide de «fanático» - que não «dos popós», epíteto reservado para os "rios" desta Vida.

parte desta minha frustração resulta do comportamento oscilante da nossa equipa principal de futebol.
"como é possível que grande parte do plantel, com alguns dos seus elementos a serem tricampeões, tenha desaprendido a jogar futebol num tão curto espaço de tempo?".
"como é possível tamanha desorganização no jogo colectivo, num tão curto espaço de tempo?".
"como é possível tanta aselhice junta e tantos erros grosseiros, admissíveis (em parte) apenas nos escalões de formação, num tão curto espaço de tempo?".
"como é possível transmitir-se para os adeptos, para a massa crítica do clube, para a abjecta Comunicação Social e para a opinião pública em geral, essa estranha sensação de que nada se faz de jeito nos treinos semanais, num tão curto espaço de tempo?".
"como tudo isto é possível?".

estas são algumas das questões com que me deparo nos monólogos que mantenho para comigo mesmo [redundância propositada], em muitas ocasiões do dia-a-dia. monólogos no sentido em que não os posso partilhar em casa, pois que a minha esposa não liga muito às «questões da bola» e o Guilherme ainda só vai balbuciando «Poo'to!» sem (ainda) perceber o seu significado. também não o posso fazer na labuta, pois que o vermelho-asco é a cor dominante, tendo em consideração que são todos malta adepta do Leixões...
a resposta a todas elas tem um denominador comum: "Preocupações Fonseca" e sus muchachos.

e eis que surgem as seguintes, colocando-me na pele de administrador virtual da SAD: "despedi-lo ou mantê-lo em funções?"; "se for para despedir, qual o melhor momento para o fazer?"; "a acontecer, será antes ou depois de 12 de Janeiro, aquando da visita ao ex-estádio da Lucy?"; "e qual será a melhor escolha: um técnico luso ou um técnico estrangeiro?"; "e quem estará disponível para exercer funções no imediato, sem tempo de preparação, com a época desportiva em andamento, com um plantel que não foi escolhido por si, com objectivos desportivos por atingir e ainda tangíveis?".
a resposta a todas elas tem um denominador comum: "Preocupações Fonseca".
não!, não estou maluco e sim!, a resposta a todas estas minhas questões passa mesmo pelo nosso treinador. basta que ele deixe de ser casmurro, teimoso como uma mula e passe a escutar a voz da Razão - aquela que "diz" que o sistema táctico que persiste em adoptar, o 4-2-3-1, é uma valente m***@. e que se (pres)sente que os jogadores não o acolheram lá muito bem e/ou que dele não percebem ponta de um corno.
a todas elas só há um pequeno senão: a vontade dos jogadores em continuar a trabalhar (ainda que mal...) sob as ordens de Paulo Fonseca. é que não basta a força da Direcção, via imposição administrativa, para que este último tenha sucesso junto do balneário, se este estiver de "finca-pé" para com o seu timoneiro-mor...

"e o que poderemos fazer, para inverter este rumo (aparentemente sem nexo) dos acontecimentos?"
a não ser que tenhas uns contactos privilegiados junto dos administradores da SAD e/ou do nosso grande presidente, nada! é do conhecimento público que o clube é gerido de dentro para fora e insensível às vozes mais críticas - a não ser das que acompanham a equipa para todo o lado, empunhando-as bem alto como garante do seu apoio e do seu Amor incondicional pelo clube.
já quanto adeptos indefectíveis, e como o referi anteriormente, compete-nos apoiar a equipa, preferencialmente na nossa cadeira predilecta e de eleição, seja no nosso teatro de sonhos azuis-e-brancos, ou em nossa casa, ou no café central. pois que, como (bem) li por aí:
 « ninguém é sócio do Paulo Fonseca, ou dos jogadores. Somos sócios do FC Porto. Não precisamos de gostar deste ou daquele jogador, querer este ou aquele treinador. Temos é de Amar o clube. Porque tudo o resto passa, mas o Clube é eterno »


© Miguel Lima (Tomo II)
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para finalizar, não posso deixar de expressar a minha repulsa pelas duas últimas capas do pasquim da Travessa da Queimada - representadas na imagem acima, para memória futura.
ontem, depois da vitória do 5lb ante o PSG, que valeu a passagem para os dezasseis avos da Liga Europa, a parangona central referia: «águia volta a voar»; hoje, depois da derrota em Madrid, que valeu a passagem para os dezasseis avos da Liga Europa, a parangonazinha de fundo de página refere: «desperdício».
ontem, o adjectivo da capa foi «empolgante»; o de hoje deixo à tua consideração encontrá-lo.



[ não me apetece escrever a habitual despedida formal. os motivos guardo-os só para mim, por ora. ]


2 comentários:

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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