sábado, 14 de dezembro de 2013

da minha (enorme) carta aberta à Mãe Natal...


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de um intróito ("cum'ó biscóito") *:


só me apercebi da extensão desta missiva depois de a reler, para perceber se fazia sentido e se não me teria escapado um ou outro erro gramatical e/ou gralha inesperada.

prometo que será a última vez que me irei dar ao trabalho de apresentar à saciedade um monólogo que me ocupou mais de duas madrugadas a escrever. bem sei que este é o meu estilo, mas certamente que não será do agrado de muitas(os) de vós, que se deparam com um texto que faz corar de inveja os quatro fascículos de "Les Misérables", de Vítor Hugo, "assustam-se" e partem para outro lugar bem mais rápido do que o Maicon a acertar um passe de 30 metros.

assim sendo, recomendo-te vivamente que vás ao frigorífico aí de casa e te faças acompanhar de uma "geladinha" e de um pratinho do "marisco" preferido do "deusébio".

bem sei que estamos numa estação do ano em que há uma forte componente psicológica, em cada um de nós, sobre a evidente ausência de calor. mas, como é daquela forma que gosto de me dedicar à leitura, faço questão de te sugerir o que (também) só me dá prazer.
se preferires, podes sempre optar pelo clássico copinho de leite e bolachinhas. porém, dada a extensão da presente "posta de pescada, e porque sei que te dará soninho, e porque sou um gajo porreiro, vou deixá-la "marinar" por (bem mais do que) vinte e quatro horas. assim, sempre poderás lê-la em diferentes ocasiões e sem ser "à bruta" (i.e., de empreitada e numa leitura enviesada, quiçá na diagonal). e também porque quero captar a tua maior atenção para as ideias que a seguir exporei. assim se justifica esta minha decisão, que é irrevogável.

para finalizar este intróito, também te informo que haverá lugar a diferentes pensamentos e/ou sentimentos, tudo misturado nesta carta muito apaixonada, repleta de um sentimento único, indescritível e que não se explica, antes sente-se bem no nosso íntimo e que se deverá praticar sempre: 

o Portismo.


*

cumprida a promessa, J. M. 
apliquei a expressão com que tanto me chateaste, nos últimos dias (terão sido semanas? não sei. mas que lá que me chateaste a moleirinha, disso não tenho a menor dúvida...)
agora, a bola está do teu lado, i.e., terás que cumprir com o prometido, e apareceres por cá mais vezes. :D


vamos lá, então!





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caríssima Mãe Natal

(personificada na esbelta figura bávara de Eva Habermann),

desculpa estar a incomodar-te numa altura de tanto, intenso e árduo trabalho, mas estou em crer que o Pai Natal ainda não estará mais atrapalhado do que eu. e olha que eu já nem tenho idade para acreditar que será assim tão diferente...

recorro a ti e à tua providência, desconhecendo se a mesma será como que divina. é que eu não quero aborrecer quem está lá em cima, a zelar por todas(os) nós, com questões mundanas, como facilmente constatarás nas linhas que se seguirão.

portanto e repisando o que está escrito (e implícito) ali atrás, tu és a minha última salvação. e olha que não estou a brincar!

acho que sabes que adoro Futebol. estás a ver o slogan de promoção aos jogos da NBA? eu sou mais "i loBe this game", com sotaque nortenho bem carregado e uma paixão incomensurável pelo jogo. também acho que já deves saber que o meu clube de sempre e para todo o Sempre é o FC Porto. basta olhares em volta e só constatarás uma cor dominante: o azul-e-branco. como o CF 'Os Belenenses' é um clube da capital do Império e o RC Deportivo de La Coruña é de uma liga estrangeira, penso que está tudo dito...

como "dizia", o FC Porto é o meu clube desde sempre. é claro que fui influenciado pelo meu pai, mas principalmente pelo meu saudoso Avô.

não sei se "as Antas" foram o primeiro estádio onde entrei, mas são o de que guardo as primeiras memórias de estar, de sentir um estádio de futebol. a memória desse dia permanece com bastante nevoeiro; agora, se me perguntares quando nasci verdadeiramente para este Amor incondicional pelo FC Porto, a resposta surge pronta: 16 de Maio de 1984, próximo das 22h. 
o meu clube acabara de perder, para mim de forma inglória, a final da Taça dos Vencedores das Taças, ante a toda-poderosa Juventus (clube que, na minha opinião, em Itália, tem o mesmo significado que o 5lb em Portugal). foi uma roubalheira, posso garantir-te! se te encontrares com o Zé Beto, o Teles Roxo ou o senhor Pedroto, eles atestarão da veracidade desta minha afirmação. e nem sequer preciso de (re)lembrar que, na vecchia signora de então, alinhou um tal de Platini que, como sabes, é um tipo às direitas em termos de 'fair-play' e de combate à corrupção... como a minha mãe não se cansa de o repetir (e de mo relembrar, com saudade) foi uma noite de baba e ranho, tinha eu uns estóicos nove aninhos - era um homenzinho crescido e já comia à mesa (e, por vezes, algumas "lamparinas". e algumas "lagostas", também. amiúde, umas "lostras". já bufardos era só quando me portava mal).

mas e porque "isto" está a ficar um pouco comprido e estou a fazer por tudo para que os testament... os textos ligeiramente mais extensos deixem de ser a imagem de marca deste espaço de discussão, e porque não te quero maçar, confirmo que, por cada lágrima vertida naquela noite, o meu clube do coração (re)compensou-me com «um livro de honra, de vitórias sem igual». e felizmente que já têm sido muitas. talvez por isso - por esse salutar hábito de Vencer - é que te estou a escrever este testament... esta carta. explico.


naqueles tempos idos, em que se considerava que as permanentes dariam um "ar" sexy "à coisa" e as cores berrantes eram moda, cada vitória era saboreada com uma sofreguidão idêntica à de uma viajante no deserto que encontra o tão desejoso oásis. não éramos o clube que levava bem alto o nome de Portugal além-fronteiras. para alguns, ainda não o somos, apelidando-nos de «clube regional», entre outros epítetos de igual "grandeza"; 
mas esses gajos são umas autênticas aberrações, que a História se encarregou (literalmente) de fazer justiça. 
portanto, podes imaginar a alegria imensa que senti por cada título internacional conquistado - já lá vão sete. também podes fazer um esforço por perceber o que sinto a cada recorde nacional que o meu clube de Sempre quebra e independentemente da modalidade em causa. em toda esta história de autêntico sucesso - onde emerge o nome do obreiro-mor: Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa -, há muito esforço. muito trabalho árduo. muita dedicação. muita garra. muita mística. 
em suma: muito Portismo, que é uma simbiose de todos aqueles valores atrás e numerados e de todos os outros que implícita ou explicitamente exprimam toda a dificuldade que resulta na conquista de uma vitória.
é que, para lá da natural exigência dos indefectíveis adeptos portistas (e que não se poderá, nunca!, confundir com uma «certa e determinada» ingratidão de alguns portistas, que se dizem "reflexivos" e contestam tudo e todos, mesmo nos momentos de sucesso, com esse argumento brilhante de que não se deixam «ofuscar com as vitórias»... às vezes questiono-me se não se ofuscarão com o insucesso dos clubes rivais...), ainda temos que gramar com a inveja dos adeptos destes últimos - os clubes arqui-rivais. é que eles estão por todo o lado, para lá da Segunda Circular. e são bem mais do que «seis milhões» e uns trocos (sendo estes últimos os vizinhos da Segunda Circular que não são «gloriosos»)
e gravitam pelos sítios mais insuspeitos, como a abjecta, muito parcial e demasiado facciosa Comunicação Social nacionale sempre com o beneplácito da estação (cada vez menos) pública de televisão - agora sem o prestimoso contributo de hélder conduto, vê lá tu! 
é certo que aquelas mesmas aberrações tudo (in)tentam por fazer crer à saciedade que este Sucesso é fruto de "sistemas" e afins. de facto, é "muita fruta" para tanta inveja junta; onde deveria haver lugar a reconhecimento, há mesquinhez para dar e vender. enfim... uns tristes, são o que são.

acontece que o "tal" salutar hábito de vencer convive mal com a derrota. por exemplo, nos dias em que provo o seu amargo sabor, a madrugada é a minha fiel companheira, por vezes por mais de quarenta e oito horas depois do apito final do árbitro... fico com um humor tão, mas tão irascível, que há Amigos próximos que preferem as flutuações humorísticas das suas esposas nos dias mais difíceis. até tenho familiares que propositadamente evitam fazer as habituais graçolas, tão tipicamente tugas, nos momentos de infortúnio. mas, não me considero um fanático; só tenho um poder de encaixe (bastante) limitado de resultados desportivos, alcançados pelo meu clube do coração.
assim sendo e se estás ao corrente da realidade resultadista azul-e-branca e do quotidiano portista, facilmente perceberás que o meu estado de humor anda pelas ruas da amargura. e que já trato as insónias por "tu", ao que acrescento: "por aqui, outra vez?". e que a paciência dos que me são mais queridos começa a esgotar-se com a mesma rapidez com que se desbaratam sete pontos em nove possíveis. penso que terás percebido a ideia e porventura onde quero chegar.

no fundamental e porque já me alonguei para lá dos limites do razoável.
serve a presente para te pedir esse especial favor de fazeres chegar junto do Pai Natal o meu pedido para esta época tão festiva (mas que, para mim, a cada ano que passa e depois de uma experiência de quatro anos no comércio a retalho, cada vez mais se assemelha a um festival consumista do que à Festa da Família):
quero o meu FC Porto de volta!

desejo ardentemente que o meu FC Porto regresse ao que me habituou:


i) 

que cada atleta profissional do meu clube do coração irá honrar a camisola que enverga, respeitando a sua centenária história;


ii)

que cada atleta profissional que enverga o seu manto sagrado, com o emblema bordado à frente da estampagem de um nome nas costas da camisola, tudo irá fazer, dentro dos limites das , para que a vitória seja alcançada;


iii)

que cada atleta profissional só considerará como hipótese plausível a prossecução dos objectivos definidos pelo clube, ao invés dos impostos pelo legítimo representante dos seus direitos desportivos.


é certo que estou a referir-me aos jogadores do meu clube, mas o pedido é extensível a todos quantos trabalham no clube, desde a equipa técnica até ao corpo dirigente. e como seria bom que todos também trabalhassem em prol do Clube...

portanto, este é o meu desejo. vê lá o que consegues fazer, sim? e se intercedes com toda a argumentação que expus, por forma a que se venha a concretizar o mais rápido possível, ok?
é que o dia 12 de Janeiro de 2014 é já Amanhã, que não está «sempre longe demais».

sabes quem sou,
Miguel



post scriptum pertinente:


caríssima(o),

se conseguiste chegar a este ponto da presente "posta de pescada, os meus sinceros "Parabéns!". és uma heroína / um herói!

não me irei alongar muito mais.

só te quero dar a conhecer um pouco mais da esbelta figura bávara de Eva Habermann .
segue-se uma série de vinte e cinco fotografia, talvez dispostas um pouco à bruta, mas que sei que será do teu agrado.
não precisas de me agradecer; para lá de saber que sou um querido, é uma justa recompensa pelo teu esforço e dedicação :D





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5 comentários:

  1. Caro Miguel,
    Li a carta de uma só vez, porque não gosto muito de deixar algo a meio, e li-a sem o copinho de leite ao lado!
    Posto isto, quero apenas e só dizer-lhe que subescrevo os pedidos feitos à mãe Natal!

    Cumprimentos

    Ana Andrade

    www.portistaacemporcento.blogspot.com

    www.artigosonlineanaandrade.blogspot.com

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  2. “Partantos”! O meu, amigo desta vez, disfarçou bem a amargura que lhe vai na alma. Como reza um novo blogue que chegou à bluegosfera “chutou com o pé que tinha mais à mão”!
    Bem sei que “a carta” era para a sua Mãe… mas olhe! Eu que já o conheço, não resisti e fui ler. Até ao fim, claro. Não vou dizer pela enésima vez que “a sua escrita é uma lufada de ar fresco nos panoramas bloguistas indígenas”. Gosto de ler a malta toda do Reflexão Portista, do Porta19, naturalmente do Mística Azul e Branca, e do Bibó Porto onde sou fã da ENID.
    Que me perdoem os outros todos mas os seus “escritos” tem sempre algo de novo. Desta vez calhou-nos na rifa a Eva Habermann. Depois de ver as 25 fotografias da menina, quero lá saber do Paulo Fonseca, dos centros para a bancada do Josué, dos falhanços daqueles 2 centrais, dos deslizes do Helton, do trio do meio-campo, invertido, torcido, ou descaído, ou do pobre Jackson, “tadinho”, sozinho, aos saltos na grande área. Vamos mas é fazer uma equipa de Futsal feminino, onde esta Eva poderá ser a treinadora. Como? Ela não sabe nada de futebol? Então e “o outro” sabe?
    Abraço

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  3. caríssima Ana, caríssimo José Lima:

    muito obrigado! pela vossa visita e pelas vossas gentis palavras!

    no fundamental:
    folgo em saber que ainda há quem me leia até ao fim, por assim escrever :D
    (e sem adormecer a meio :D)

    @ sr. José Lima
    tudo o que escrever a seguir será manifesta e ridiculamente curto perante tamanho elogio.
    muito obrigado! pelas suas palavras - e pelos seus votos particulares de "Boas Festas", as quais, desde já, retribuo, extensíveis aos que lhe são mais queridos.

    abr@ços a «ambos os dois» :D
    Miguel | Tomo II

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  4. Ufa... consegui ler e ver tudinho... tudinho... o que havia para ler e ser visto ;)


    ... e só posso acrescentar... "saudinha da boa"!!! Venham de lá esses presentes... ainda que no futuro seja preciso substituir alguns dos presentes!

    Abr@ço!!!

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  5. @ Loureiro

    muito obrigado! pela visita, pelas tuas palavras e pela tua estóica paciência!

    folgo em saber que gostastes :D

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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