caríssima(o),
ainda não foi hoje que consegui ver um jogo oficial completo do nosso clube do coração, esta época desportiva. explico.
mesmo tendo adquirido antecipadamente o rectângulo mágico que me permitiu o acesso ao nosso teatro de sonhos azuis-brancos, a posterior admissão por forma a me sentar, durante noventa minutos, na minha cadeira de sonho foi-me negada pelo "simples" facto de quem me emprestou o seu cartão de associado não me ter informado de que tinha as quotas em atraso... como cheguei às imediações do Dragão com as 20h a baterem «leve, levemente», quando dei por mim estava numa correria louca em direcção às bilheteiras para regularizar a (indesejável) situação.
foi um momento de pura loucura pois coincidiu com a chegada dos "coisos" que torcem pelo Vitória ao nosso Estádio. e peço desculpa por não conseguir tratá-los por adeptos pois quem, como eu, esteve presente aquando daquele momento, só pode sentir pena pela forma (in)digna como eles se comportam (des)ordeiramente. são de um exemplo de civismo ímpar, e mais não escrevo, para não conceder ainda mais importância a quem não a merece...
resumindo: sentei-me na minha cadeira de sonho, no enfiamento da linha de meio-campo, mesmo a meio da bancada central, do lado dos bancos de suplentes, estavam decorridos dezoito minutos de jogo. pelos "bruuuááás" que ia ouvindo enquanto abatia as minhas banhas mais recentes ao subir a longuíssima escadaria que dava acesso à porta nr. 3, "a coisa prometia".
«o que perdi?», perguntei ao Afonso, o meu fiel champignon de route. «três remates, dois deles perigosos», respondeu-me de pronto. «estamos lançados para uma boa exibição!».
engalanado com a minha camisola oficial novinha em folha, adquirida recentemente por 30% do seu valor comercial em qualquer loja do clube e/ou do seu principal patrocinador, esperancei-me de que assim seria. debalde.
o que se seguiu foi um chorrilho de erros técnico-tácticos que o caríssimo Jorge tão bem expôs no seu "porta19" (sobretudo a questão do baroni «Apatia, descoordenação táctica e falhas individuais em demasia») e que inclusive me levam a subscrever na íntegra a "carta aberta a Paulo Fonseca", da autoria de "Jeannie Ferrami", no "portistas anónimos" (mormente a ideia que se segue «sempre é melhor apontar o dedo quando se ganha do que quando se tropeça. Acreditamos em ti e nos jogadores que comandas! Força nisso homem!»).
porém - e há sempre um "mas" em qualquer estória, certo?... -, à hora em que redijo estas linhas, tenho a confessar que o meu estado de espírito ainda se encontra inquieto, principalmente pelo futebol praticado que, de tão mau que foi (então aquela segunda parte...), levou-me ao seguinte desabafo: «se for para 'isto', acho que vou passar a ficar mais vezes em casa, esta época...». este sentimento, este estado de espírito desassossegado, também foi partilhado por alguns de vós, que nos ladeavam e muitas vezes verbalizado em alto som.
mais uma vez, abro o meu espírito contigo e partilho novo pensamento que tive, no decurso daquela inenarrável segunda parte: fiquei preocupado e bastante intranquilo com a inércia que se pressentia no banco de suplentes, sobretudo com as (in)constantes lateralizações, seguidas de ridículos atrasos para os defesas, que devolviam a redondinha aos laterais, que não tinham condições para progredir no terreno e a remetiam de volta aos defesas e/ou Fernando que a voltava a lateralizar - num carrossel sem fim, até ao momento em que o Lucho e/ou o Josué e/ou o Quintero (enquanto teve pulmão) e/ou o Defour e/ou o Varela a recebiam para voltar a perdê-la para um adversário. ou seja: quando se pedia uma voz de comando que terminasse com aquela autêntica palhaçada, o nosso treinador permaneceu a maior parte do tempo comodamente sentado, até ao momento em que resolveu proceder às substituições.
e este é outro capítulo que me preocupa: quem me conhece sabe que estou grato ao que Vítor Pereira nos deu a ganhar. mas sempre fui um crítico (com pendor construtivo e positivista) da sua maneira de gerir o plantel azul-e-branco, mormente da "dificuldade" que sente em mexer a tempo na equipa. de repente e num exercício rápido de memória, o jogo em que lhe reconheço "tomates" foi o da partida em que o Cardozo cometeu dupla grande penalidade, em pleno galinheir... em pleno salão de festas. Paulo Fonseca segue-lhe as pisadas, quando considero que deveria ter outros exemplos para tomar como prováveis modelos. numa altura em que o Quintero e o Lucho já não tinham pulmão e pernas respectivamente; em que o Fernando parecia perdido naquele meio-campo; em que o Josué e o Licá eram sobretudo esforçados mas só isso, esperar (nova e repetidamente) pelo minuto 60' para operar a primeira substituição...
mais: para lá da grande penalidade (que, revisto o lance na tv, no meu entendimento, não existiu), na segunda parte o primeiro remate do FC Porto aconteceu ao minuto 80'. com Jackson a ser uma sombra do Cha Cha Cha da época passada, no sector onde me encontrava perguntava-se porque Ghilas não entrava. também eu sou da opinião que o colombiano precisava de uma curta temporada no banco de suplentes para repensar melhor as suas atitudes para com quem vai fazer um esforço financeiro considerável para elevar ainda mais o seu património financeiro, na esperança de poder "amenizar" a tal saída que não aconteceu neste último defeso e que parece que abalou que há pouco mais de ano e meio era um perfeito desconhecido na Europa do futebol...
bem sei que sou um simples adepto e que tenho mais é que apoiar incondicionalmente quem administra os destinos da minha equipa de heróis e que são das poucas alegrias desta minha Vida (por vezes amarga), mas há situações que me exasperam. é que eu sou do tempo em que, por mais soberba que tenha e por mais arrogante que seja, José Mourinho não hesitava se tinha que mudar algo na equipa para lhe conferir mais identidade e/ou "dar alma". tempos em que era o Colectivo que imperava e era a sua força que prevalecia... é que até o Afonso se passou - e estamos a "falar" de um miúdo de treze anos de idade...
em suma, dei por mim a concordar com algumas das ideias defendidas por um dos professores da escola onde trabalho, as quais estão explanadas na "posta de pescada"® "do regresso às aulas..." - a qual é uma reprodução quase fidedigna de uma das nossas mais recentes conversas (excepto na parte do vernáculo, que é bastante superior e de parte-a-parte).
para finalizar e para que se perceba que este dia, que já vai longo, está tão alegre como o tempo que se faz sentir, segue a troca de sms que tive com um de vós - o qual sei que não se importará com as inconfidências que se divulgam à saciedade:
«meu caro, a jogar como hoje vamos sofrer a bom sofrer ante o Atlético de Madrid.»
«foste ao estádio? este treinador parece ser um cagão teimoso. vamos sofrer, esta época. já percebeste porque não joga o argelino, ou será só teimosia? e li agora o que disse o Paulo Fonseca sobre o penalty a nosso favor. começo a achar que necessita de um assessor de Imprensa. tem que dar menos conversa e trabalhar mais...»
«acho que esta época não vou mais ao Dragão. para me chatear prefiro ficar em casa. já agora: foi 'penálte'?»
«não. com bondade amarelinha seria uma obstruçãozinha... mas nenhum árbitro tem tomates para marcar livres indirectos nestas jogadas. penalty eu nunca marcaria...»
«quanto ao Ghilas, teve o azar do Fernando se lesionar. não fosse isso e jogaria os últimos cinco minutos mais os descontos...»
«isso quer dizer que estamos condenados ao 4-2-3-1 a época toda? a táctica não se adapta ao jogo? o Ghilas pode e deve ser o segundo avançado, ou então arrisca-se a ficar tapado a época toda...»
«João, vou ser curto e grosso: tenho saudades do jogo (por vezes) sonolento do Vítor Pereira. quanto à partida de hoje, foi uma merd@. ninguém se entende naquele meio-campo. houve alturas em que o Fernando foi (literalmente) uma besta. o Josué foi esforçado, mas só isso. sim!, estou chateado. e ganhámos, note-se bem! título do post: "estranha forma de vida". segue dentro de momentos. com tudo isto e muito mais...»
«cheira-me que o jogo de hoje tirou vinte mil pessoas da abertura do Museu... confirma-se que abre amanhã?»
«amanhã para a elite, a 26 de Outubro para os "anónimos" como eu e tu e muitos mais como nós...»
«car@**o! se calhar mais vale assim porque ainda não está pronto... prefiro ver o trabalho completo. até amanhã. abr@ço»
«eu também. mas há coisas no nosso clube que... enfim... o dia foi mau. vou relaxar. abr@ço.»
somos Porto!, car@go!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
«este é o nosso destino»: «a vencer desde 1893»!
beijinhos e abraços sempre! muito portistas!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)
Meu caro, retribuo a gentileza da visita e agradeço-a.
ResponderEliminarDe facto,estranha forma esta em que mesmo ganhando de forma justa, se sente o espírito desassossegado e inquieto. Tenho algum receio mas também esperança de que PF e os jogadores saberão encontrar o caminho certo para o FC Porto.
Saudações