segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

o meu portismo (não) é maior do que o teu


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caríssima(o),

o teor do post sobre o encontro de ontem à noite, no Estádio do Dragão, ante o CD Feirense, tem suscitado alguns comentários que muito me têm desagradado - e certamente que não me refiro aos que já estão publicados.

alguns de vós, mais afoitos e empertigados, têm colocado em causa, não só a minha proveniência natural (desejando "felicidades" à minha progenitora), mas principalmente o meu portismo e a minha dedicação à defesa dos interesses do clube.
se sobre a primeira situação - indelicada, claro que sim!, pelo que o "arquivo geral" é a sua serventia - estamos conversados, já sobre a segunda "a coisa" pia mais fino.

assim sendo e para que não hajam dúvidas:

pertenço à colheita de 1975, pelo que ainda sou um puto imberbe se comparado com alguns de vós que me visitam, com uma experiência que (in)tento "beber" sempre que possível e com o Respeito que me merecem.

porém, não alimento polémicas sobre o portismo de cada um de nós (independentemente de idades e/ou anos de associado), tal como não discuto as (nossas) opções técnico-tácticas de treinadores profissionais de bancada, pelo simples facto de que, enquanto portistas dos quatro costados e adeptos indefectíveis do FC Porto, temos diferentes formas de vivenciar esse enorme Amor, que é certamente comum a qualquer um de nós.

todos nós temos vivências, recordações, emoções, episódios caricatos, memórias extraordinárias inesquecíveis (que não «irrepetíveis»), uns mais do que outros, dependendo daqueles mesmos factores (idade e anos de associado) e da forma como apoiamos o nosso clube.
por exemplo, no Presente e por factores de ordem económica, não sou associado do clube e assisto a jogos «ao vivo e a cores» sempre que a carteira mo permite. tal não faz de mim menos (ou mais) portista do que um associado com setenta e cinco anos "de clube" e com assinatura anual de uma cadeira de sonho no nosso teatro de sonhos, por exemplo; faz, isso sim, que o encare com o respeito que tal pessoa me merece, e nada mais do que isso (o que já não é pouco, convenhamos).

portanto, acusarem-me de desprestigiar e/ou vilipendiar o bom-nome do clube do meu coração desde que me conheço, "só" porque (i) fui cáustico para com o (actual) treinador do FC Porto, baseando a minha crónica «exclusivamente no que se passou durante a primeira parte», (ii) "esqueci-me" de referir que o clube fez o seu quarto jogo de cariz oficial em dez dias (com uma viagem a Inglaterra pelo meio), e (iii) fui «demasiado exigente e pouco humilde» para com a atitude da equipa (tendo em conta que baixou o ritmo de jogo após o segundo golo), e insultando-me de meia-noite por tal, peço desculpa, mas isso é que não!
 
sim!: 
 
(a) desde Outubro de 2011 que afirmo que não gosto de Vítor Pereira e das ideias que defende para o nosso FC Porto, e que, como tal, não é treinador para o nosso clube do coração (e não é só pelo curriculum que não possui).
no entanto, considero que sempre mantive uma postura de absoluto respeito para com a sua pessoa e dentro das e as regras da boa educação, inclusive na última carta aberta que lhe dirigi;  
 
(b) a primeira parte do encontro de ontem foi (no mínimo) sofrível, mas a segunda não foi melhor e por muito que o número de remates enquadrados à baliza tenha sido superior. e mau seria se assim não fosse, car@go! (a termos que vencer o encontro para ficarmos em primeiro na classificação).
só que, para mim, esses segundos quarenta e cinco minutos (mais os descontos) não apagam (mais) uma primeira parte que não se coaduna com as quinas que orgulhosamente envergamos nas nossas camisolas, e não disfarçam a incapacidade que a equipa demonstra em "furar" muralhas defensivas (e já estão decorridas vinte jornadas!, mais a conquista da Supertaça Cândido de Oliveira e as eliminações da Taça de Portugal, da Champions e da Liga Europa)
 
(c) fui «pouco humilde» para com a atitude da equipa no final do encontro, apesar de não o ter escrito na crónica em causa - «apenas e só» pensei-o para com os meus botões.
é que eu (ainda) "sou do tempo" em que treinadores houve que passaram pelo banco do meu clube do coração cujas equipas que orientaram pautavam o ritmo de jogo mas sempre com o fito de aumentar o score do marcador, não só para que não acontecessem surpresas desagradáveis, mas principalmente por respeito para quem pagou um bilhete para assistir a um jogo de futebol, pelo que
certamente que deverei ser eu a ter uma opinião enviesada e «demasiado exigente» sobre este assunto;
 
(d) exprimi o meu sentido mais crítico por diversas vezes, inclusive de uma forma cáustica. mas, em todas essas críticas, também houve um intuito positivo, como um "grito de alerta" para que não se repetissem erros que considerei passíveis de nos prejudicar - tal como também o fiz em momentos de "reunir as tropas" e unirmo-nos em prol da Equipa e do Clube, apesar de todas as divergências para quem (ainda) dirige os seus destinos.  
 
 
portanto (e assim concretizo):
 
não recebo lições de Moral e muito menos de portismo, de ninguém!
(e muito menos se o fazem em termos impróprios e desprestigiantes de quem se considera «cidadão de um país civilizado».)


"disse"!

6 comentários:

  1. Bem, eu concordo com tudo o que foi escrito no post anterior e não percebo a razão para insultos. Cada um tem direito à sua opinião. Infelizmente há que não suporte opiniões contrárias à sua e por falta de argumentos recorre geralmente ao insulto. É pena que seja assim.

    Neste momento a equipa de futebol é uma equipa frouxa, sem alegria, fora de forma e sem líder no banco. Tudo o que foi escrito no post anterior é verdade. Quem não vê isso é porque não quer ver.

    Já não me lembro de ver uma equipa do FCPorto jogar tão pouco, tendo um conjunto de individualidades tão boa.

    Na conferência de imprensa VP quando encostado às cordas - porque é que a equipa é tão ineficaz? - esconde-se sempre nas estatísticas, como se daí pudesse depender o resultado. Por favor, ensinem estatística como deve de ser, porque esta geração de treinadores não a sabe interpretar.

    Tanto podemos ser campeões como terceiros classificados. Espero que, mesmo sendo campeões, despachem este treinador e respectiva equipa técnica, pois definitivamente não servem.

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  2. Eu não concordo com algumas coisas. Por exemplo o Iturbe pelo que vi não tem ainda condições para jogar, não tem o mínimo de noção do que é o futebol europeu e depois das declarações dele até acho bem que fique castigado. Além disso o que não faltam são extremos neste momento melhores do que eles.
    Também acho que VP mexeu bem na equipa com o Feirense e que é incorrecto pensar-se que imediatamente após uma expulsão se deve fazer alterações. Ás vezes, como se viu neste jogo, é preciso deixar a água bater mais um pouco na pedra até furar em vez de desequilibrar irremediavelmente a equipa.

    Quanto aos restantes pontos concordo. E acima de tudo respeito! Este ano são mais os anti-VP do que os pró-VP. Eu encontro-me algures no meio, não sou grande apreciador do VP mas não o considero o principal culpado da época desastrada (para mim é a direcção) e acima de tudo temo a sucessão. Porque vi a miséria que Domingos fez no Sporting com um grupo de jogadores sem grande ego e receio que no meio de tubarões ambiciosos como os do Porto fosse rapidamente "comido".
    Mas em relação aos anti-VP na minha opinião há 2 grupos: os que sabem estar e contestar, e os palhaços (peço perdão por estar a ser um bocado directo).

    Mas a verdade é que há quem saiba contestar, apresentar argumentos, dizer que não gostou disto ou daquilo e o porquê, as alternativas, etc.
    Depois há aqueles que quando o James começa no banco dizem que o VP é burro e que quando o James começa a titular e não faz ponta dum corno dizem que o VP é burro na mesma. Há aqueles que se o Maicon marcar uns golaços se esquecem que no ano passado o gajo era miserável, mas que em relação ao momento de forma do Hulk não têm dúvidas que a culpa é do VP. Enfim, uma série de exemplos.

    Mas o que me custa mais é ver "os palhaços" no estádio. A insultar e tratar de filho da p*** para cima jogadores como Hulk, Lucho ou Moutinho, a assobiar continuamente, enfim a criar um ambiente miserável.
    Como Hélton já disse uma vez, assobiem-nos no fim, durante o jogo apoiem.

    Finalizando quero salientar que apesar de não conhecer, acredito plenamente que é dos anti-VP que sabe estar, que apoia a equipa até porque sustenta os seus argumentos de forma bastante coerente. E lamento também que tenha que aturar prós-VP que também se podem enquadrar no tal grupo de "palhaços".
    Como diz, ninguém é mais portista que ninguém, acho ridículo andar a medir "portismo", agora ha´gente que sabe estar, que sabe reflectir e sustentar as suas posições, e depois há os "palhaços".

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  3. @ Miguel

    O teu portismo não é maior do que o meu, mas a minha convicção de que venceremos no Estádio da Lucy é maior do que a tua. :D

    abr@ço
    SdF

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  4. @ anónimo da silva

    obrigado! pelas suas palavras e pelo seu incentivo.

    se penso de maneira diferente do que o meu caro sobre o "caso Iturbe", por exemplo, tal não me dá o direito a insultá-lo de "meia-noite" por esta via - ainda por cima, porque o considero um acto cobarde [somos todos uns valentes atrás de um teclado ;)].
    porém, esta nossa maneira de viver em sociedade não é partilhada por todos, pelo que efectivamente há uns quantos «palhaços» (do cara..ças) que se armam em cobardolas...
    enfim, nada que me consiga demover.

    abr@ço
    Miguel

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  5. @ dragão venenoso

    « já não me lembro de ver uma equipa do FCPorto jogar tão pouco, tendo um conjunto de individualidades tão boa »

    nem eu, meu caro, nem eu.
    sinceramente e também tendo em linha de conta essa realidade, fica difícil suportar algumas situações provocatórias como as que reporto neste post.

    já sobre a questão da ineficácia da equipa, penso que poderá ser resolvida com o seu mais ardente desejo (que também é o meu).

    abr@ço
    Miguel

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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