terça-feira, 2 de agosto de 2011

como ser 'chulado' num cinema perto de si

 © Google

caríssima(o),

ontem, Segunda-feira, teria sido o dia ideal para reflectir sobre o final de pré-época do nosso FC Porto e do que, para alguns pasquins soube a «derrota clamorosa», para mim foi mais um episódio (a somar a outros tantos) de que o Fernando está a mais no plantel do clube do meu coração - e que nítida e comprovadamente já não é o dele. felizmente que não estou sozinho neste pensamento, como vim a sabê-lo mais tarde.

como escrevia, ontem seria o dia ideal para tal. acontece que estou de férias (começaram ontem). e, ainda pelos arrabaldes da InBicta, decidi levar o (nosso já conhecido) Afonso ao cinema, como prémio (mais do que justo) pelos dois brilhantes posts que redigiu para o Tomo II.
se rápido pensei, mais veloz agi, dado que ele optou por ir ver o "carros 2", principalmente porque sim! e porque ele assim o quis. as críticas ao filme também eram favoráveis...

consultei a edição impressa do dia do JN e vinha lá que, no cinema mais perto das nossas residências, a sessão seria a dobrada em português e sem ser em 3D - a nova moda nos cinemas lusos para sacar mais uns trocados ao pessoal. mas já chegaremos lá.
sem te querer demorar e/ou empatar com demasiados pormenores, eis sucintamente o que registei do que nos aconteceu e muito me indignou:

1) porque era uma Segunda-feira e não havia lugar a descontos, cada bilhete ficou por quatro euros e noventa e oito cêntimos (!) - isto é, dois contos de réis por dois bilhetes. «eu sou do tempo» em que fazia a festa por trezentos e cinquenta escudos numa sessão a meio da semana, à noite e no cinema do Foco (tido como o mais caro na cidade do Porto, devido ao conforto e comodidade das suas cadeiras);

2) como a sessão era "3D" tive que desembolsar mais um euro por cada par de óculos convencionados para aquele tipo de sessões, por forma a «poder desfrutar de todo o glamour da película» [sic]. de referir que o material-base dos óculos é o plástico e o das "lentes polarizadas" o vidro. e que na net custam cinquenta e cinco cêntimos no máximo! mas como são fabricados na China, acredito que o preço de venda seja menor;

3) a simpática menina que acolhia os cinéfilos clientes limitava-se a ler a informação constante no bilhete. indicações sobre como chegar à sala, principalmente para que, como nós, se deslocava àquele multiplex pela primeira vez «vai no Batalha», isto é, foram exactamente idênticas às que o Fernando recebeu para permanecer no coração dos adeptos portistas;

4) a sala de cinema foi a mais minúscula onde já assisti a uma sessão de cinema, à presente data (refiro-me às suas dimensões físicas e não ao nr. de lugares). e «eu sou do tempo» em que a cidade do Porto possuía uma sala bebé no cinema Batalha;

5) chegámos com um quarto-de-hora de antecedência relativamente à hora agendada para a projecção. quando entrámos na "esplendorosa" sala fomos presenteados com: (a) o silêncio da instalação sonora, (b) uma cena desse épico "Branca de Neve" de João César Monteiro e (c) o subliminar ruído dos pipoqueiros que, como nós, entretanto se foram instalando, mais os seus iphodes.

só estas cinco razões bastariam para me sentir revoltado, como ainda me sinto e enquanto desabafo nestas linhas. mas a razão principal tem um número: dezassete euros e vinte cêntimos! foram quase três mil e quinhentos escudos gastos:

i) em dois bilhetes de cinema, a quatro euros e noventa e oito cêntimos cada um;

ii) em dois pares de óculos 3d, a um euro cada;

iii) num menu médio de refrigerante e pipocas, ao preço de cinco euros e vinte e quatro cêntimos (!!).

assim sendo, serve o presente post para agradecer a gentileza com que os "senhores" que gerem o multiplex em questão gentilmente me forneceram contribuições inusitadas na minha cavidade rectal, e tudo porque só queria ir ao cinema, pasme-se!
actualmente eu já não ia muito a este tipo de actividade cultural - e logo eu que, durante anos a fio, fui um seu consumidor regular (duas a três vezes por semana, com algumas "maratonas" pelo meio). a partir de hoje, irei evitar ao máximo este tipo de gasto supérfluo e sem qualquer mágoa. é que só cai uma segunda vez quem quer. e eu não quero! de todo!

portanto e para finalizar: "senhores" que gerem o multiplex em questão, persistam na chulice dos óculos 3D, mais as pipocas e os refrigerantes a preços de assalto e depois não se queixem da falta de espectadores nas salas de cinema lusas. é que ser enrab@do desta forma, sem aviso prévio e sem vaselina, não é para qualquer um. pelo menos para mim, não o é, pelo que tão cedo não me encontram numa aventura como esta!

beijinhos e abraços (indignados)!
e Muito Obrigado! pela tua visita :)

sugestão musical:
Ice MC, «cinema»

2 comentários:

  1. E pá como te compreendo! O 3D e respectivos óculos são só mais uma forma de chulice que, além do mais (já) cansa. A vista e a carteira. Fui ver o Potter e adivinha lá!? Vi em 2D! Não cansámos a vista nem a carteira! Com criançada a a querer ver carros, aliens, alices...já nem me lembrava como era o cinema em 2D! Foi no Corte Inglés, em Lisboa.
    Abraço e boas férias.

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  2. @ flama

    ver um filme no cinema e a 2D?
    fónix! que "Lucho" ;)

    ps: no meu/nosso caso, foi no multiplex do MarShopping, em Matosinhos.

    abraço
    Miguel

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(sendo que, num blogue de 'um portista indefectível', obviamente que esta caixa é destinada preferencialmente a 'portistas dos quatro costados'. e até é certo que o "lápis", quando existe, é azul.)

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